Os novos padrões de consumo no mundo

A população mundial tem adotado comportamentos mais práticos, sustentáveis, saudáveis e conectados. Neste texto, mostramos a você um olhar mais profundo sobre essas mudanças, e como elas impactam nossas vidas diariamente.

Os novos padrões de consumo no mundo

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Resumo: A população mundial tem adotado comportamentos mais práticos, sustentáveis, saudáveis e conectados. Neste texto, mostramos a você um olhar mais profundo sobre essas mudanças, e como elas impactam nossas vidas diariamente.

 

Nossos hábitos de consumo

 

Você já parou para pensar nos produtos e serviços que você consome? Ou naqueles que a sua família tem o hábito de consumir? Ou ainda, por onde você consome, isto é, quais são os meios utilizados? E a frequência? E a origem? Você tem alguma ideia da resposta para essas perguntas?

Nos últimos anos, os consumidores estão cada vez mais críticos. Preocupam-se mais e mais com a imagem das empresas e com suas ações em relação à sustentabilidade e aos impactos sociais por elas causados.

Os hábitos de consumo estão sendo transformados (não só no Brasil), principalmente devido à facilidade que temos hoje em acessar informações sobre todas as partes do processo de produção. Isso significa que as empresas e os produtos têm que se adaptar a essas novas demandas.

 

Novas tendências no consumo global

 

Com base na pesquisa Global Consumer Trends 2019 (Tendências Globais de Consumo 2019), da Euromonitor International, que levanta 10 pontos principais, vamos falar de alguns que estão relacionados entre si.

O consumo consciente tem se destacado como uma das principais mudanças de hábito, e abrange diversos outros “subtemas”, como preocupação com o meio ambiente, materialismo e consumo desenfreado; composição e químicos utilizados nos produtos e tendência para consumo mais natural, mais simples, com menos ingredientes que não sabemos o que significam; valorização e consumo de vendedores locais.

O vegetarianismo, por exemplo, que já era uma tendência em países desenvolvidos, tem crescido de forma global mesmo em países em desenvolvimento, onde o consumo de carne ainda é considerado um símbolo de status social, por ser um alimento caro.

 

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Euromonitor International

 

E esses mesmos consumidores se preocupam não só com a alimentação, mas também com os componentes de origem animal em roupas, calçados, além de ingredientes (colágeno, gordura animal, cera de abelha, etc.) e testes em animais na indústria de cosméticos, forçando as empresas a adaptarem suas fórmulas e processos, ou arriscar a perder compradores (e, consequentemente, dinheiro).

O uso das embalagens também está sendo avaliado, inclusive com aumento observado do número de consumidores dispostos a pagar mais por um produto que usa embalagens recicladas, já que 63% dos alimentos, produtos de beleza e produtos para o lar usam embalagens de plástico.

Dessa forma, cresce a atenção especial ao consumo, à reciclagem e ao desperdício de plástico, seja como elemento parte de composição de outros materiais, nas próprias embalagens, ou no consumo desnecessário e descartável de um dos materiais que mais demoram para se decompor na natureza.

 

Transparência e confiança nas marcas

 

Além do consumo consciente, a transparência entre empresas e consumidores tem sido cada vez mais valorizada. Diante das mudanças de comportamento citadas acima, muitas empresas apropriam-se do discurso da conscientização, mas não o colocam em prática (comportamento conhecido como greenwashing).

Com os smartphones, os consumidores também têm acesso à informação instantânea e trocam opiniões entre si para decidir no que vale a pena gastar ou não.

Dessa forma, a confiança nas marcas e o apelo do marketing é menos importante que a avaliação de outros consumidores (amigos, família e até desconhecidos) sobre onde e o que comprar, que impulsionam sites de avaliação, elogios e reclamações.

Antes, ter dinheiro para comprar tempo/espaço nas mídias e afirmar a qualidade do produto era o suficiente para as marcas conseguirem visibilidade (a mensagem que era unilateral e difícil de ser questionada agora é uma via de mão dupla, e os próprios consumidores podem gerar conteúdo).

Hoje, estamos conectados 24 horas por dia e a distância também não é mais um problema para comunicar uma experiência (positiva ou negativa) que tiver com determinada marca ou produto.

Para se ter uma ideia, 45% das pessoas postam fotos ou vídeos semanalmente (em 2015, eram 38%); isso sem falar nos outros usuários que compartilham esses conteúdos.

A quebra de confiança pode trazer muito prejuízo, pois, além de querer uma experiência autêntica, as tecnologias de comunicação e plataformas sociais deram muito mais poder de voz ao consumidor.

 

Agenda ASG (Ambiental, Social e de Governança)

 

Por tudo isso, cada vez mais as empresas têm adotado critérios de sustentabilidade, conhecidos como ESG (Environmental, Social and Governance) em inglês, ou Ambiental, Social e de Governança, em português.

O componente Environmental (ambiental) trata do uso energético, descarte de resíduos (lixo), emissão de gás carbônico e outras atitudes que podem contribuir para mudanças climáticas.

Já o Social fala dos direitos e segurança dos trabalhadores, diversidade e inclusão, relação com a comunidade local, etc. Por fim, o Governance (governança) são as políticas e práticas das empresas: políticas para transparência, diversidade, anticorrupção, etc.

As tendências de consumo se alteram de acordo com o contexto e o grau de incerteza futura para os setores de produção, e a instabilidade dos últimos anos têm levado os consumidores a pensar mais em como, quanto e em quê gastar seu dinheiro, em forma de vontade de assumir o controle e manter as coisas simples e fáceis e, inclusive, levando em consideração o futuro e os outros.

 

Possíveis caminhos para o futuro

 

Diante das várias crises que vimos nos últimos anos (econômicas, políticas e sanitárias), os consumidores pensam e avaliam bem antes de gastar.

Então, gostaríamos de convidar você, consumidor e consumidora; você, empresário e empresária, a pensar nas suas práticas de consumo e de produção contribuindo para a construção de hábitos e de um mundo mais sustentável.

Veja também: Os novos padrões de consumo no Brasil

 

Fontes

 

Por João Victorino

João Victorino é administrador de empresas e especialista em finanças pessoais com ampla experiência no mundo corporativo, liderando unidades de negócios, equipes e transformado estratégia em prática por todas as empresas em que trabalhou. Liderou grandes negociações com instituições financeiras de grande porte, com impacto de bilhões de reais em faturamento e receita.

Formado em Administração de Empresas e com MBA pela FIA – USP, professor de MBA do IBMEC, colunista da Investing.com, entre outras atividades.

Empreendeu em várias empresas como investidor, em paralelo com a vida executiva, e aprendeu com sucessos e fracassos nesse segmento.

Entendeu e aplicou a importância de ter equilíbrio financeiro ao longo de mais de 30 anos de investimentos em vários setores, com amplo sucesso. Fez 1 milhão de reais de patrimônio antes dos 30 anos de idade, e hoje divide esses aprendizados.

Para isso, criou e lidera a iniciativa A hora do dinheiro, com uma linguagem simples, objetiva e inclusiva.

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