A magia dos descontos

Como é possível que as lojas consigam oferecer um desconto tão alto a seus clientes? Parece estranho que uma empresa ofereça produtos abrindo mão de 90% de seus ganhos. Por trás destas ofertas quase irresistíveis, há estratégias de marketing muito bem elaboradas, que objetivam utilizar nosso medo de perder uma oportunidade como gatilho para um comportamento impulsivo. Nossa intenção aqui não é demonizar esta atividade, mas apenas alertar você a comprar apenas o que precisa, sem comprometer seu orçamento.

A magia dos descontos

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Resumo – Como é possível que as lojas consigam oferecer um desconto tão alto a seus clientes? Parece estranho que uma empresa ofereça produtos abrindo mão de 90% de seus ganhos. Por trás destas ofertas quase irresistíveis, há estratégias de marketing muito bem elaboradas, que objetivam utilizar nosso medo de perder uma oportunidade como gatilho para um comportamento impulsivo. Nossa intenção aqui não é demonizar esta atividade, mas apenas alertar você a comprar apenas o que precisa, sem comprometer seu orçamento.

Liquidações durante o ano todo

 

Espalhados pelas cidades, vemos muitas placas com os dizeres: “Grande Liquidação”, “Queima de Estoques”, “Promoção Especial”, “Liquidação Sensacional para a Entrega da Loja” e tem uma que é a minha preferida: “O Gerente enlouqueceu e está vendendo tudo quase graça”, normalmente acompanhado por avisos de descontos de 20%, 30%, 40% e acima. Vi numa loja, pouco tempo atrás, ofertas de 80% em todo o estabelecimento. Em farmácias, é comum ver descontos de 90%.

Se o objetivo das empresas é lucro, como é possível oferecer um desconto tão alto? Parece estranho que uma empresa consiga oferecer produtos abrindo mão de 90% de seus ganhos.

Por trás dessas ofertas superagressivas, está o famoso marketing, criando formas de seduzir, encantar e convencer os clientes a aproveitarem esta oferta, porque, se perderem, nunca mais verão oferta igual.

 

Você não pode ficar fora dessa!

 

Quem nunca ouviu a frase “Um desconto desses eu não posso perder”? Ou pior, sentiu isso e ficou com uma vontade incontrolável de aproveitar e fazer aquela compra?

A sensação de que podemos estar perdendo um bom negócio, uma boa oportunidade, é muito forte. Achar que outras pessoas estão tendo uma vantagem que não estou aproveitando, me faz sentir como se eu fosse um “perdedor”, um “otário” como se fala no dia a dia, e odiamos nos sentir assim.

O pessoal do marketing sabe muito bem disso e não perde tempo em criar a comunicação para destacar o tamanho da oportunidade – ou criar na cabeça dos consumidores essa “oportunidade”. Isso é do jogo, eles não estão fora da regra.

Se o consumidor já tiver um desejo de comprar aquele produto, somado à essa sensação de estar perdendo uma oportunidade, cria-se a situação perfeita para nos “obrigar” a entrar na loja e pelo menos dar uma olhadinha. O resto é papel do vendedor nos convencer a fechar a venda e passar o cartão. Não é isso mesmo?

Como seguir o seu planejamento financeiro e resistir às tentações?

 

Nosso ponto aqui não é demonizar a função do comércio, muito menos criticar os vendedores, pois sua função é essencial na economia. O foco aqui é alertar você sobre isso, para que você não se atrapalhe e compre o que não precisa, sendo manipulado por seus impulsos. Compras devem ser feitas de maneira racional e consciente.

Suas decisões de aquisição devem levar em conta duas coisas: primeiro, se você realmente precisa; segundo, se você pode pagar por isso sem comprometer seu controle financeiro e deixar de respeitar seu planejamento, ou deixar de comprar outra coisa mais importante para você ou sua família.

Seguir o seu planejamento financeiro e buscar atingir seus objetivos deve sempre ser o mais importante quando o assunto é dinheiro. Em primeiro lugar os seus objetivos! Proteger-se das pegadinhas que os “super descontos” podem ser, é uma boa forma de continuar no seu caminho para atingir o seu bem-estar financeiro, sua independência financeira. Invista em você, preocupe-se com você e sua família e proteja seu dinheiro, este é o caminho.

Por João Victorino

João Victorino é administrador de empresas e especialista em finanças pessoais com ampla experiência no mundo corporativo, liderando unidades de negócios, equipes e transformado estratégia em prática por todas as empresas em que trabalhou. Liderou grandes negociações com instituições financeiras de grande porte, com impacto de bilhões de reais em faturamento e receita.

Formado em Administração de Empresas e com MBA pela FIA – USP, professor de MBA do IBMEC, colunista da Investing.com, entre outras atividades.

Empreendeu em várias empresas como investidor, em paralelo com a vida executiva, e aprendeu com sucessos e fracassos nesse segmento.

Entendeu e aplicou a importância de ter equilíbrio financeiro ao longo de mais de 30 anos de investimentos em vários setores, com amplo sucesso. Fez 1 milhão de reais de patrimônio antes dos 30 anos de idade, e hoje divide esses aprendizados.

Para isso, criou e lidera a iniciativa A hora do dinheiro, com uma linguagem simples, objetiva e inclusiva.

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