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Aluguel de ações: como funciona?

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Aluguel de ações: como funciona?
Dreamstime - Rafael Henrique

Resumo  Aluguel de ações: como funciona? Entenda a dinâmica, os cuidados e o que realmente importa nos alugueis de suas ações.

 

Você já ouviu falar em alugar ações?

Muita gente não sabe, mas é possível ganhar uma renda extra só por manter papéis na sua carteira. Funciona mais ou menos como alugar um imóvel: você continua sendo o dono, mas outra pessoa usa por um tempo e te paga por isso.

No caso das ações, essa outra pessoa geralmente quer fazer uma operação de venda a descoberto (o famoso “short”), e precisa dos papéis para isso.

 

Como funciona o aluguel de suas ações?

 

Na prática, é simples:

  1. Você autoriza sua corretora a disponibilizar suas ações para aluguel;

  2. Quando alguém se interessar, o sistema da B3 intermedeia o contrato;

  3. Enquanto suas ações estiverem alugadas, você recebe uma remuneração diária;

  4. E continua com todos os direitos – inclusive dividendos, se houver.

Parece ótimo, e muitas vezes é mesmo. Mas tem um ponto importante aqui:
isso não é o que vai fazer você ter sucesso nos investimentos no longo prazo.

Ganhar 0,5% ou 1% ao ano com aluguel pode ser útil, mas não substitui o que realmente faz diferença: constância nos aportes, paciência e visão de longo prazo.

É isso que transforma o jogo.

 

Vale a pena alugar suas ações?

 

Vale sim, especialmente se você tem ações de empresas com alta liquidez. Elas são mais procuradas para aluguel.

Mas é fundamental ter cuidado: quando suas ações estão alugadas, pode haver um pequeno atraso se você quiser vendê-las imediatamente.

Isso pode ser um problema se o mercado virar rápido e você precisar se desfazer do papel naquele momento.

Minha sugestão: não coloque toda a carteira para aluguel. Escolha bem quais ações fazem sentido e mantenha margem de manobra.

 

O que observar antes de aceitar o aluguel de ações

 

Antes de ativar essa função na corretora, vale prestar atenção em alguns pontos:

 

1. Taxa de remuneração

 

Essa taxa é geralmente expressa ao ano (ex: 3% ao ano), mas paga proporcional ao tempo em que a ação estiver alugada.

Ela varia conforme o papel e o momento do mercado.
Ações muito negociadas podem render pouco (0,5% a 2%), enquanto outras menos disponíveis para aluguel podem render mais.

Fique atento se sua corretora repassa 100% da taxa ou fica com uma parte.

 

2. Tributação

 

O rendimento do aluguel é tributado em 15% de imposto de renda, retido na fonte.
É simples, mas interfere se você costuma vender até R$ 20 mil por mês e aproveita a isenção — porque o aluguel entra no cálculo do limite. Além disso, é preciso declarar esses recebimentos anualmente.

 

3. Liquidez e agilidade para vender

 

Nem sempre dá pra vender na hora se a ação estiver alugada.
O processo de devolução é automático, mas pode levar 1 ou 2 dias úteis. Em momentos de alta volatilidade, isso pode ser inconveniente.

Por isso, o ideal é manter parte da carteira fora do programa, especialmente se você faz rebalanceamentos com frequência.

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Quando não vale a pena alugar suas ações?

 

Eu costumo evitar o aluguel de ações nas seguintes situações:

  • Quando planejo vender o papel em breve;

  • Quando a taxa oferecida é muito baixa e mal cobre os custos;

  • Quando a corretora fica com uma fatia relevante do rendimento;

  • Quando estou usando a ação como garantia em outra operação (ex: margem para opções).

O aluguel é um bônus. Um “extra”. Não deve atrapalhar sua estratégia principal.

 

Passo a passo (caso você queira testar)

 

Se mesmo com esses cuidados você quiser experimentar, o processo costuma ser assim:

  • Acesse sua corretora e procure pela área de “empréstimo de ações” ou “doação para aluguel”;

  • Ative a autorização para participação automática no programa da B3;

  • Pronto. Quando houver demanda, o sistema registra o aluguel e os valores começam a aparecer na sua conta.

Então, é melhor alugar ou não suas ações?

 

Alugar ações é uma forma inteligente de extrair mais valor de ativos que você já possui. Mas não se iluda: esse não é o motor principal da sua rentabilidade no longo prazo.

O que muda o jogo de verdade é:

  • Investir com frequência;

  • Manter a disciplina, mesmo em momentos ruins;

  • Resistir à tentação de “mexer na carteira toda hora”;

  • E aprender a conviver com o sobe e desce natural do mercado.

Se você tiver isso claro, o aluguel de ações pode ser só mais uma peça do seu quebra-cabeça financeiro — sem comprometer sua estratégia.

E se tiver dúvidas sobre como aplicar isso no seu caso, ou quiser continuar aprendendo sobre formas reais de construir patrimônio, me acompanha aqui no blog.

A gente se vê no próximo post.

Por João Victorino

João Victorino é administrador de empresas e especialista em finanças pessoais. Formado em Administração de Empresas e com MBA pela FIA - USP. Executivo em empresas multinacionais nas áreas de desenvolvimento de negócios, marketing e estratégia. Possui ampla experiência no empreendedorismo e hoje divide esses aprendizados. Para isso, o especialista criou e lidera o canal A hora do dinheiro , com conteúdo gratuito e uma linguagem simples, objetiva e inclusiva.

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