Educação financeira para crianças: quando e como começar?

Veja quando é mais recomendado e como começar a ensinar educação financeira para crianças

Educação financeira para crianças: quando e como começar?

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Resumo Descubra quando e como começar a falar sobre educação financeira com as crianças.

 

As pesquisas mais recentes da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) revelaram que quase 30% das famílias brasileiras estão inadimplentes, ou seja, não conseguem pagar dívidas em atraso. Entre as dívidas mais comuns estão cartões de crédito e financiamentos.

Esses números mostram como a falta de educação financeira ainda é um problema estrutural no Brasil. Sem conhecimentos básicos, muitas pessoas acabam gastando sem planejamento, fazendo compras por impulso e comprometendo o orçamento familiar.

A boa notícia é que esse ciclo pode ser quebrado se começarmos cedo. Por isso, a educação financeira deve estar presente na vida das crianças desde os primeiros anos.

 

Quando começar a ensinar educação financeira?

Não é preciso esperar o primeiro salário para falar de dinheiro. O ideal é que o aprendizado comece cedo, de forma gradual e adaptada à idade da criança.

A ideia não é transformar a infância em uma planilha de gastos, mas sim, aproveitar momentos do dia a dia para explicar o valor do dinheiro e mostrar que escolhas financeiras têm consequências. Assim como ensinamos boas maneiras, também podemos ensinar boas práticas com o dinheiro.

 

Primeiros passos na educação financeira infantil

A partir dos seis anos, já é possível introduzir a mesada. Esse simples hábito pode ser usado como ferramenta de aprendizado em várias frentes:

  • Planejamento: a criança entende que precisa se organizar para gastar ao longo do mês.

  • Paciência: aprender que esperar pode permitir comprar algo maior e mais desejado.

  • Matemática prática: calcular troco, juntar valores e comparar preços.

Uma dica é começar com valores pequenos e deixar claro que a mesada não deve ser complementada em caso de “estouro”. Isso ensina a importância de administrar o que se tem.

 

Incentivando o espírito empreendedor

Com crianças mais velhas, é possível estimular o empreendedorismo. Algumas ideias:

  • Organizar uma venda de garagem com brinquedos antigos;

  • Produzir artesanatos ou doces para vender no bairro ou na escola;

  • Oferecer pequenos serviços, como passear com cachorros ou regar plantas.

Além do aprendizado prático, você pode ajudar a criança a montar uma planilha simples de custos. No exemplo dos brigadeiros, ela vai aprender a calcular quanto gastou nos ingredientes, definir o preço de venda e medir o lucro obtido. É uma verdadeira aula de negócios na prática.

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Usando contas Kids e o mundo digital

Hoje, muitos bancos oferecem as chamadas contas Kids, voltadas para crianças e adolescentes. Elas permitem receber mesada, fazer Pix, poupar e até investir valores pequenos.

Os pais acompanham tudo em tempo real, garantindo segurança. Essa experiência dá autonomia à criança e introduz o universo financeiro de forma prática.

 

Dicas extras de especialistas para ensinar sobre dinheiro

Além da mesada, do empreendedorismo e das contas digitais, especialistas em educação financeira recomendam algumas práticas simples e eficazes:

  • Use dinheiro físico: pagar em espécie permite que a criança veja o dinheiro indo embora, o que ajuda a entender que ele é limitado.

  • Mostre a importância de poupar: ajude a definir objetivos de curto e longo prazo, como comprar um brinquedo ou guardar para o futuro.

  • Converse sobre escolhas: sempre que possível, mostre que comprar uma coisa significa abrir mão de outra.

  • Dê o exemplo em casa: não adianta falar sobre finanças se os adultos da casa não praticam o que ensinam.

 

Conclusão

Educar financeiramente as crianças é uma forma de preparar adultos mais conscientes, capazes de evitar dívidas e construir patrimônio.

Não se trata de falar apenas de números, mas de formar hábitos saudáveis com o dinheiro desde cedo. Pequenas atitudes hoje podem fazer uma enorme diferença no futuro financeiro do seu filho.

 

Referências

CNC – Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo. (2023). Proporção de famílias brasileiras endividadas cai a 76,7% em dezembro, aponta CNC. Disponível em: https://www.cnnbrasil.com.br/economia/macroeconomia/proporcao-de-familias-brasileiras-endividadas-cai-a-767-em-dezembro-aponta-cnc/

Pedagogia ao Pé da Letra. (2024). Educação financeira para crianças: guia completo. Disponível em: https://www.pedagogiaaopedaletra.com/educacao-financeira-para-criancas-ensinando-desde-cedo/

 

Joao Victorino 09JAN25 19 min scaled e1741964613232

Por João Victorino

João Victorino é administrador de empresas e especialista em finanças pessoais com ampla experiência no mundo corporativo, liderando unidades de negócios, equipes e transformado estratégia em prática por todas as empresas em que trabalhou. Liderou grandes negociações com instituições financeiras de grande porte, com impacto de bilhões de reais em faturamento e receita.

Formado em Administração de Empresas e com MBA pela FIA – USP, professor de MBA do IBMEC, colunista da Investing.com, entre outras atividades.

Empreendeu em várias empresas como investidor, em paralelo com a vida executiva, e aprendeu com sucessos e fracassos nesse segmento.

Entendeu e aplicou a importância de ter equilíbrio financeiro ao longo de mais de 30 anos de investimentos em vários setores, com amplo sucesso. Fez 1 milhão de reais de patrimônio antes dos 30 anos de idade, e hoje divide esses aprendizados.

Para isso, criou e lidera a iniciativa A hora do dinheiro, com uma linguagem simples, objetiva e inclusiva.

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Por João Victorino

João Victorino é administrador de empresas e especialista em finanças pessoais com ampla experiência no mundo corporativo, liderando unidades de negócios, equipes e transformado estratégia em prática por todas as empresas em que trabalhou. Liderou grandes negociações com instituições financeiras de grande porte, com impacto de bilhões de reais em faturamento e receita.

Formado em Administração de Empresas e com MBA pela FIA – USP, professor de MBA do IBMEC, colunista da Investing.com, entre outras atividades.

Empreendeu em várias empresas como investidor, em paralelo com a vida executiva, e aprendeu com sucessos e fracassos nesse segmento.

Entendeu e aplicou a importância de ter equilíbrio financeiro ao longo de mais de 30 anos de investimentos em vários setores, com amplo sucesso. Fez 1 milhão de reais de patrimônio antes dos 30 anos de idade, e hoje divide esses aprendizados.

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