O dilema da educação financeira para as pessoas de baixa renda

Algumas pessoas críticas à popularização da expressão "educação financeira" argumentam que esta ação não seria capaz de resolver todos os problemas estruturais do país. Nós também concordamos com esta ideia. Mas o que defendemos é que uma boa relação com suas finanças pode ser uma ferramenta chave para a melhora de seu padrão de vida, dando mais confoto e segurança às pessoas mais importantes para você.

O dilema da educação financeira para as pessoas de baixa renda

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O dilema da educação financeira
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Resumo – O dilema da educação financeira: descubra como, mesmo com limitações, ela pode melhorar sua vida e te aproximar da liberdade financeira.

 

O dilema da educação financeira para pessoas de baixa renda

 

Algumas pessoas críticas à popularização da expressão “educação financeira” argumentam que esta ação não seria capaz de resolver todos os problemas estruturais do país. Nós também concordamos com esta ideia. Mas o que defendemos é que uma boa relação com suas finanças pode ser uma ferramenta chave para a melhora de seu padrão de vida, dando mais confoto e segurança às pessoas mais importantes para você.

 

A educação financeira e seus limites

 

Em uma reunião sobre finanças pessoais, fui questionado sobre discutir educação financeira com pessoas de recursos muito limitados. Essas pessoas enfrentam dificuldades para pagar contas e lutam diariamente para sobreviver financeiramente.

A dúvida envolvia a ideia de controlar despesas e receitas, além de formar uma reserva de emergência. O questionamento se baseava na premissa de que todos têm capacidade de alcançar objetivos e que, com esforço e dedicação, cada um chegaria ao sucesso.

No entanto, foi apontado que esse tipo de discurso poderia gerar desconforto em quem tem poucos recursos. Essas pessoas poderiam se sentir “perdedoras”, pois, em tese, “todos podem” chegar lá, e a culpa do insucesso recairia apenas nelas.

A questão maior é se a educação financeira é efetiva em todas as situações. Existe debate, sobretudo, sobre quem tem menos recursos. Assim, fui questionado se essas pessoas não mereceriam um “empurrãozinho”.

De fato, a educação financeira pode trazer resultados distintos, dependendo do grupo e da situação. Alguns avançam rápido; outros demoram mais. Algumas pessoas recebem orientações e logo criam seu próprio método de controle financeiro. Outras precisam refletir mais, discutir e, talvez, receber ajuda. A dinâmica de vida de cada um gera diferentes possibilidades de resultado.

 

Não é fácil, mas é recompensador

 

Cito o planejamento financeiro como exemplo, pois acredito em sua força para qualquer pessoa. Ele funciona como uma bússola em meio à tempestade financeira do dia a dia. Nada é fácil, mas fica ainda pior sem nenhum controle.

Quem tem poucos recursos e muitas dívidas sonha em sair dessa situação. Muitas vezes, perde o sono e a qualidade de vida. Digo isso por experiência própria, pois já passei por isso e encontrei forças para superar. Contarei essa história em outro texto.

Embora o momento seja difícil e cheio de dúvidas, buscar informação e orientação é essencial. A luz no fim do túnel não surge sozinha; é preciso ir atrás dela.

Quanto mais gente aprender a controlar entradas e saídas, gastar melhor, sair das dívidas e guardar dinheiro, melhor será a saúde mental e física de todos. Assim, as famílias terão mais liberdade. À medida que a educação financeira se espalha, aproximamo-nos da tão sonhada liberdade financeira.

Por João Victorino

João Victorino é administrador de empresas e especialista em finanças pessoais com ampla experiência no mundo corporativo, liderando unidades de negócios, equipes e transformado estratégia em prática por todas as empresas em que trabalhou. Liderou grandes negociações com instituições financeiras de grande porte, com impacto de bilhões de reais em faturamento e receita.

Formado em Administração de Empresas e com MBA pela FIA – USP, professor de MBA do IBMEC, colunista da Investing.com, entre outras atividades.

Empreendeu em várias empresas como investidor, em paralelo com a vida executiva, e aprendeu com sucessos e fracassos nesse segmento.

Entendeu e aplicou a importância de ter equilíbrio financeiro ao longo de mais de 30 anos de investimentos em vários setores, com amplo sucesso. Fez 1 milhão de reais de patrimônio antes dos 30 anos de idade, e hoje divide esses aprendizados.

Para isso, criou e lidera a iniciativa A hora do dinheiro, com uma linguagem simples, objetiva e inclusiva.

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