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O saque-aniversário do FGTS é uma roubada?

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Foto: Syda Productions - Dreamstime

Resumo uma história sobre boas e más escolhas envolvendo dinheiro.

 

Que atire a primeira pedra

 

Você já se viu em uma situação em que achou que estava fazendo uma escolha racional e, por isso, acreditava que obteria melhores resultados em sua vida?

Mas com o passar do tempo e com o desenrolar dos acontecimentos, percebeu que a escolha realizada no passado não foi o melhor caminho tomado.

Certamente isso já aconteceu com você. Passar por situações como essa faz parte natural da vida e do processo de amadurecimento. Afinal, como diz o velho ditado “é errando que se aprende”.

Não devemos ficar remoendo o passado, criando julgamentos severos contra nós mesmos em nossas cabeças.

Muitas vezes nos esquecemos de que, no momento da decisão, não tínhamos o acesso a informações vitais para o sucesso ou fracasso da escolha em questão.

Depois, passado o calor do momento, consideramos a informação essencial (indisponível na hora) como algo conhecido por nós antes do momento de decisão. Essa é uma maneira comum que o nosso cérebro usa para nos enganar. 

Com o tempo e a experiência de vida, a tendência é que a gente cometa cada vez menos erros desse tipo, ao menos em teoria.

 

O erro que podemos evitar

 

O que não podemos fazer é cometer erros evitáveis, como aqueles em que uma breve pesquisa prévia poderia poupar a pessoa de prejuízos de dinheiro e de tempo.

Se um estudo sério não for realizado, vai ser como caminhar no escuro, e as chances de algo dar errado passam a ficar maiores.

O caso que vamos apresentar a seguir teve bastante repercussão na mídia tradicional nas últimas semanas, e ilustra bem esse conceito de erro evitável que queremos abordar.

 

Baseado em fatos reais

 

Juliano é um executivo de uma grande empresa de São Paulo. Em 2020, resolveu usar o benefício do saque-aniversário do FGTS para aplicar parte do dinheiro a que tinha direito em algum investimento que rendesse mais que os 3% anuais oferecidos pelo Fundo de Garantia por Tempo de Serviço.

Uma escolha racional, não foi? Trocar a rentabilidade de 3% ao ano para alocar seu capital em alguma aplicação (também conservadores, de baixo risco), mas com rentabilidade maior, como a dos títulos de renda fixa.

Veja o nosso último vídeo

Qual foi o problema, então?

 

Juliano foi demitido em 2022. Quando reuniu a documentação para pedir o resgate do dinheiro no FGTS, descobriu que, por ter usado o benefício do saque-aniversário, não poderia sacar o restante do dinheiro que permanecia no fundo.

Opiniões à parte (de se achar essa regra justa ou não, eficiente ou não), o fato é que Juliano poderia estar ciente dessa condição antes de optar pelo saque-aniversário em 2020.

A lei determina que a opção pelo saque-aniversário bloqueia o direito ao saque em caso de demissão.

O único dinheiro a que ele teria acesso, no momento, era a multa de 40% por se tratar de uma demissão sem justa causa.

A situação só não ficou pior porque ele tinha construído uma reserva de emergência, que foi totalmente usada neste momento de recolocação no mercado.

 

Há alguma lição a se tirar desse caso?

 

Para nós, a principal lição que tiramos ao analisar este caso é a de que sempre devemos fazer uma pesquisa minuciosa antes de tomarmos qualquer decisão envolvendo o nosso dinheiro, que foi tão difícil de juntar.

Uma outra lição, que também pode ser um conselho, abordada em outro texto em nosso portal, é a de que não adianta ficar remoendo o passado, mas sim seguir em frente com o comprometimento de não cair na mesma falha duas vezes.

E para você? Tem alguma outra lição a ser aprendida com este caso? Você pode contar nos comentários.

Por João Victorino

João Victorino é administrador de empresas e especialista em finanças pessoais. Formado em Administração de Empresas e com MBA pela FIA - USP. Executivo em empresas multinacionais nas áreas de desenvolvimento de negócios, marketing e estratégia. Possui ampla experiência no empreendedorismo e hoje divide esses aprendizados. Para isso, o especialista criou e lidera o canal A hora do dinheiro , com conteúdo gratuito e uma linguagem simples, objetiva e inclusiva.

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