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Resumo – Por que todo mundo adora os dividendos? Descubra as vantagens, os riscos e as diferenças entre ações de valor e de crescimento. Entenda por que dividendos são populares — mas não são a única forma de ganhar com ações.
Se tem uma palavra que faz os olhos dos investidores brasileiros brilharem, é essa: dividendos. Eles são tratados quase como o “Santo Graal” da renda passiva. Afinal, quem não gostaria de receber depósitos recorrentes na conta ? sem nenhum esforço…ganhar dinheiro dormindo…
Mas será que todo esse amor pelos dividendos faz sentido? Vamos conversar sobre isso, abordando as vantagens, desvantagens e dando um alerta importante: dividendo não é a única forma de ganhar dinheiro com ações.
A sedução dos dividendos
Imagine ter uma parte do lucro das maiores empresas do Brasil (e do mundo) caindo direto na sua conta. É isso que os dividendos representam. Eles funcionam como uma participação no resultado das companhias — é quando a empresa divide a riqueza que ela gerou através de um depósito na sua conta.
Além disso, os dividendos têm impacto emocional. Diferente da valorização das ações, que pode parecer abstrata e volátil, o dividendo é concreto. Ele aparece no extrato, entra no caixa e pode até pagar uma conta ou bancar um cafezinho (ou vários, dependendo do valor investido).
Outro ponto que atrai: os dividendos são isentos de imposto de renda para pessoas físicas no Brasil, pelo menos por enquanto. Isso deixa o retorno líquido ainda mais interessante em comparação com outras fontes de renda, como aluguel ou juros.
Particularidade brasileira sobre dividendos
No Brasil, temos uma peculiaridade, que é o fato de que as empresas de capital aberto têm a obrigação de pagar dividendos, desde que não esteja mencionado no Estatuto nada diferente disso. E o mínimo de dividendo a ser pago é 25% do Lucro Líquido, de acordo com a Lei das S.A.
Nos Estados Unidos, por exemplo, não existe essa obrigação. Quem define é o board, isto é, o conselho de administração da empresa.
Mas você tem que lembrar que, se a empresa distribui dividendos, ela passa a ter menos recursos para investir… e pode ter que pedir dinheiro emprestado para isso. Será que é tão bom assim?
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Empresas de valor ou de crescimento? Eis a questão
É aqui que entra uma distinção fundamental no mundo dos investimentos: ações de valor x ações de crescimento.
As ações de valor geralmente pertencem a empresas já consolidadas, que geram bastante lucro, mas que não têm mais tanto espaço para expandir. Por isso, essas companhias costumam distribuir boa parte dos lucros na forma de dividendos. Bancos, elétricas e seguradoras são exemplos clássicos desse grupo.
Já as ações de crescimento preferem reinvestir o lucro no próprio negócio — para abrir novas unidades, lançar produtos, expandir para outros países. Elas distribuem pouco ou nenhum dividendo. O foco aqui não é o rendimento mensal, mas a valorização do preço da ação no longo prazo.
Nem uma estratégia é melhor que a outra — são perfis diferentes. O investidor precisa entender seu objetivo e seu horizonte de tempo. Quem busca renda recorrente pode se sentir mais confortável com ações de valor. Já quem mira acúmulo de patrimônio e potencial de valorização, pode preferir as ações de crescimento.
Mas cuidado: nem tudo são flores
Apesar de todos esses atrativos, é importante ter uma visão mais completa. Nem sempre uma empresa que paga muito dividendo é a melhor opção de investimento. Às vezes, ela paga justamente porque não tem mais para onde crescer, e acaba distribuindo o lucro por não ter como reinvesti-lo com eficiência.
Além disso, ações que pagam dividendos tendem a oscilar menos, o que pode parecer bom — mas também significa que podem demorar mais para se valorizar. Investidores que buscam crescimento de patrimônio no longo prazo podem se frustrar se focarem apenas nesses papeis.
Outro erro comum é pensar que dividendos são “lucro garantido”. Não são. Eles dependem do lucro da empresa, da sua política de distribuição e das decisões dos gestores. Ou seja, podem variar (ou até mesmo desaparecer) de um ano para o outro.
Dividendos são ótimos. Mas não são tudo
Se você investe em ações pensando só nos dividendos, pode estar deixando dinheiro na mesa. A valorização das ações e o reinvestimento dos lucros são duas outras fontes importantes de retorno. Muitas empresas preferem reinvestir seus lucros para crescer mais e, lá na frente, isso pode gerar ganhos muito maiores para quem ficou com elas.
Quer entender melhor todas as formas de ganhar com ações, além dos dividendos? Então recomendo fortemente que você leia nosso texto sobre proventos — onde explicamos, de forma simples e direta, o que são dividendos, JCP, bonificações e mais.
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Por João Victorino
João Victorino é administrador de empresas e especialista em finanças pessoais. Formado em Administração de Empresas e com MBA pela FIA - USP. Executivo em empresas multinacionais nas áreas de desenvolvimento de negócios, marketing e estratégia. Possui ampla experiência no empreendedorismo e hoje divide esses aprendizados. Para isso, o especialista criou e lidera o canal A hora do dinheiro , com conteúdo gratuito e uma linguagem simples, objetiva e inclusiva.
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