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Resumo – Nossa mente é uma máquina capaz de analisar e filtrar diversos tipos de estímulos. Durante nossa evolução, desenvolvemos formas de ganhar tempo e economizar energia durante a interpretação desses dados. No entanto, às vezes, esses atalhos podem nos enganar. Veja aqui como evitar cair nos truques da mente.
Inteligência artificial natural
O nosso cérebro é uma máquina de primeira linha, com tecnologia de ponta e em constante evolução. Alguns dos computadores mais avançados do mundo ainda apresentam dificuldades quando tentam replicar as diferentes formas de atuação da nossa mente.
Para se ter uma ideia, estima-se que tenhamos cerca de 20.000 pensamentos por dia (1). É isso mesmo! Vinte mil pensamentos diários! Qualquer pessoa pode seguramente ficar exausta se não souber lidar com tanta informação (como em alguns casos de ansiedade).
É justamente nesse sentido que, ao longo da nossa história enquanto humanidade, para ganhar tempo, eficiência, e economia de energia, o nosso cérebro passou a desenvolver atalhos, formas de interpretar determinados tipos de informação de maneira mais rápida.
Na maioria das vezes, esse mecanismo funciona bem, e atinge seu objetivo de economizar energia. No entanto, às vezes, ele pode nos conduzir a determinadas conclusões enviesadas e, portanto, erradas.
Os estudiosos do assunto, então, decidiram chamar essa série de atalhos de raciocínio de heurísticas.
Atalhos no pensamento
Por definição, heurísticas são atalhos mentais que simplificam a percepção e a avaliação das informações que recebemos (2).
Por um lado, descomplicam a tarefa de tomada de decisões. Por outro lado, podem nos induzir a erros de percepção, avaliação e julgamento que escapam à racionalidade ou estão em desacordo com a estatística (3).
Esses erros acontecem de maneira sistemática e previsível e, em determinadas situações, são chamados de vieses (4).
Vejamos, então, alguns dos vieses comportamentais a que nossas análises podem estar sujeitas:
Alguns vieses comportamentais mais conhecidos
Ancoragem
O viés da ancoragem faz com que a gente considere uma informação recebida previamente como referência muito forte no processo de tomada de decisão.
Como exemplo, podemos citar o caso de uma pessoa que tenha a intenção de investir em uma ação cujo valor tenha caído 50% nos últimos meses e, com base apenas nessa informação, considere que o preço esteja atrativo para um aporte, mesmo que não tenha analisado mais profundamente o porquê de o preços das ações terem caído, e se há perspectivas de recuperação.
Isso ocorre por causa da grande capacidade associativa que possui nosso cérebro, que tenta estabelecer relações entre palavras, números e conceitos vistos (ou ouvidos) em um momento recente.
Assim, com base nesse viés, tendemos a achar que, apenas pelo fato de o preço da ação ter caído 50%, ela pode estar em uma boa hora de investir, uma vez que associamos uma queda de 50% no preço como uma oportunidade de compra.
Como evitar cair nessa armadilha?
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- Mantenha a atenção aos valores tomados como referência para as suas avaliações.
- Mantenha-se em dia com as notícias a respeito do investimento que está em seu radar.
- Evite tomar decisões por impulso
Viés de confirmação
Este, por sua vez, descreve a tendência das pessoas a interpretar informações de modo a confirmar suas próprias crenças.
Por exemplo: uma mesma notícia sendo interpretada por simpatizantes de políticos de lados opostos do debate, quando confrontados com as atitudes de um e de outro, podem aprovar a atuação daquele por quem tem maior afeição, e desaprovar a mesma atitude tomada pelo opositor.
Na área dos investimentos, pode ocorrer de investidores e investidores que possuem dinheiro aportado em determinada empresa, olhar para os resultados da companhia como torcedores, e não de modo analítico e impessoal.
Como evitar cair nessa armadilha?
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- Perceba as situações em que você possa estar sob os efeitos desse viés.
- Pesquise bastante, em diferentes veículos de informação, inclusive buscando a sua fonte original.
- Evite informar-se apenas por boatos de terceiros.
Efeito Adesão
O famoso “efeito manada”!
Ao longo da história, esse comportamento foi importante para economizar energia em tempos de escassez.
Imagine uma tribo que, ao decidir sobre um determinado assunto, tenha muitas discordâncias entre seus membros.
Por se tratar, geralmente, de grupos pequenos, havia sempre a possibilidade de banimento das vozes mais dissonantes e, assim, terem que viver isoladas.
Talvez, por esse medo, nossa espécie possa ter carregado esse comportamento inconsciente (medo de ficar de fora) até os dias de hoje.
Nos investimentos, quase todo mundo já ouviu falar de casos em que a maioria das pessoas compravam determinado papel apenas porque todo mundo estava fazendo o mesmo. Cuidado com os modismos!
Como evitar cair nessa armadilha?
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- Evite tomar decisões de investimento (e também de compras no varejo) por impulso
- Faça uma análise ponderada sobre as qualidades e o preço do investimento / serviço / produto que chamou sua atenção.
- Resista aos apelos da publicidade.
- Tenha um pé atrás com aquilo que seja a febre do momento
Gostou desta introdução a alguns dos vieses comportamentais mais conhecidos?
Continue acompanhando nosso portal que, em breve, publicaremos mais textos sobre este tema, ainda há muitos outros viesse para abordarmos.
Fontes
(1) Neuroskeptic
(2,3,4) Série CVM Comportamental Vol. 1
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