Primo rico e Primo pobre – os originais

A construção de um relacionamento saudável com as finanças pessoais requer esforços contínuos. Quando o tema envolve familiares, ainda, a situação pode ficar mais instável. Neste texto, contamos um pouco sobre o programa humorístico 'Balança Mas Não Cai', que mostrava a relação entre familiares em situações financeiras bem distintas, e como podemos conduzir nossos relacionamentos entre nosso dinheiro e nossos parentes.

Primo rico e Primo pobre – os originais

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Programa 'balança mas não cai' - primo rico e primo pobre
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primo rico e primo pobre
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Resumo – A construção de um relacionamento saudável com as finanças pessoais requer esforços contínuos. Quando o tema envolve familiares, ainda, a situação pode ficar mais instável. Neste texto, contamos um pouco sobre o programa humorístico Balança Mas Não Cai, que mostrava a relação entre familiares em situações financeiras bem distintas (como o primo rico e o primo pobre), e como podemos conduzir nossos relacionamentos entre nosso dinheiro e nossos parentes.

 

O rádio era a principal ferramenta de mídia no Brasil entre os anos 30 e até finais dos anos 50. O que hoje é a televisão (e um pouco do que é o celular), era o papel do rádio naquele período.

As pessoas acordavam e já ligavam o rádio para saber sobre as notícias do dia, a previsão do tempo, informações sobre a cidade, economia, política, esportes, etc.

Ele também era o principal meio de divertimento da população em geral: as famílias se reuniam em volta do rádio para ouvir radionovelas, concursos de cantores e programas humorísticos.

 

Entretenimento no rádio

 

Um dos principais espetáculos deste último gênero era chamado Balança Mas Não Cai, que tinha como principal atração um quadro (que depois foi transferido para a televisão Globo, com grande sucesso) onde mostrava o encontro de dois primos para conversar – sendo um rico e outro pobre.

Interpretado por dois gênios da dramaturgia brasileira, Paulo Gracindo fazia o papel do primo rico e Brandão Filho, do primo pobre. Existem vários vídeos do quadro na internet, como você pode observar logo abaixo:

 

balanca mas nao cai
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Balança mas não cai – Vídeo de Primo rico e primo pobre – acervo globo (25/04/1982)

 

Nesses quadros, o primo rico se vangloriava da sua riqueza, contando detalhes das suas últimas aquisições ou experiências que mostravam o quanto ele tinha dinheiro. Em oposição, o primo pobre contava as agruras que ele passava por justamente não ter o dinheiro que o primo rico tinha.

Tudo isso realizado com uma graça de diálogos e piadas muito inteligentes. Hoje, talvez, não tivesse o mesmo resultado e mostrasse um certo preconceito, mas falamos de anos 60 e 70, onde havia outra visão dessas relações sociais.

O quadro geralmente se encerrava com o primo pobre pedindo algo ao primo rico, que, por sua vez, nunca atendia ao pedido e, ainda, se dava bem com o primo pobre ao dar a ele alguma tarefa (ou mesmo pedindo algo para o primo pobre – com alguma desculpa que o deixasse desconcertado). Vale a pena conferir.

 

Os primos ricos e pobres na nossa família

 

Parentes que estão em melhor situação financeira sempre podem ser um estímulo a mais para organizarmos a nossa relação com o dinheiro. E ajudar um parente que precisa de apoio em momento de urgência é sempre importante.

Tenho dificuldade com o tema “emprestar para parentes”. Sempre existe o risco de que, no momento de cobrar a dívida, a relação fique complicada.

Melhor seria não emprestar o dinheiro para evitar isso. Em caso de urgência, avalie se uma doação (sem expectativa de devolução) não seria o melhor a ser feito.

Claro, lembrando que a árvore de família de cada um, as relações de proximidade e os compromissos são individuais e não nos cabe opinar. Às vezes, um primo pode ser mais próximo que um irmão. Ainda, brigas de família são comuns.

Tenha em mente que uma vida financeira organizada será sempre um escudo contra momentos difíceis em vários pontos. Ter a famosa Reserva de Emergência em dia vai te ajudar a ter, inclusive, uma relação familiar de boa qualidade.

Pedir dinheiro emprestado será sempre uma situação difícil. Mesmo que seja a um banco, não é muito bom. Dívida é um movimento financeiro com muito risco, sempre. Para as pessoas físicas, deve ser muito ponderado antes de acontecer. Para as pessoas jurídicas, a história é diferente: a dívida não chega a ser uma coisa boa para elas, mas tem outros impactos que falaremos em outros posts…

 

Controlando nossas finanças

 

Em nossas famílias, devemos ter estrito monitoramento de nossas finanças para que situações de descontrole não aconteçam. Controle sua vida financeira com muita atenção, sempre. Descuidos podem ser muito complicados de resolver.

 

Para ajudar você a organizar seu orçamento, veja nossa planilha da liberdade

 

Hoje em dia, existem outras pessoas usando os títulos do Primo Rico e Primo Pobre, mas a história original é essa, e nos serve de alerta para nossas relações de família e com as finanças.
Ironicamente, o roteirista que criou esse quadro – o genial Max Nunes, que também foi roteirista de vários outros programas maravilhosos da televisão brasileira – nunca recebeu por fazer esse trabalho (história contada no livro “tudo o que eu já fiz por dinheiro”).

Por João Victorino

João Victorino é administrador de empresas e especialista em finanças pessoais com ampla experiência no mundo corporativo, liderando unidades de negócios, equipes e transformado estratégia em prática por todas as empresas em que trabalhou. Liderou grandes negociações com instituições financeiras de grande porte, com impacto de bilhões de reais em faturamento e receita.

Formado em Administração de Empresas e com MBA pela FIA – USP, professor de MBA do IBMEC, colunista da Investing.com, entre outras atividades.

Empreendeu em várias empresas como investidor, em paralelo com a vida executiva, e aprendeu com sucessos e fracassos nesse segmento.

Entendeu e aplicou a importância de ter equilíbrio financeiro ao longo de mais de 30 anos de investimentos em vários setores, com amplo sucesso. Fez 1 milhão de reais de patrimônio antes dos 30 anos de idade, e hoje divide esses aprendizados.

Para isso, criou e lidera a iniciativa A hora do dinheiro, com uma linguagem simples, objetiva e inclusiva.

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