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Resumo – Veja como se manifesta a violência financeira em suas mais diversas formas e ambientes.
O que é violência financeira?
A violência financeira refere-se a práticas ou a situações que causam danos psicológicos, morais e restringem a liberdade de uma pessoa, muitas vezes de forma intencional ou negligente.
Essa forma de violência pode manifestar-se de diversas maneiras, prejudicando a estabilidade financeira e o bem-estar de indivíduos ou comunidades.
Na maioria dos casos, acontece com mulheres, vítimas de seus parceiros, com excesso de trabalho doméstico e falta de autonomia nas decisões do dia a dia.
Aqui estão alguns exemplos e maneiras de abordar a questão:
1. No relacionamento: abuso de poder financeiro
Quando um dos membros de um casal realiza ameaças e chantagens psicológicas, impedindo que a pessoa sem fonte de renda (ou com renda menor) participe das decisões da casa.
Além disso, a vítima não vê condições de juntar dinheiro para dar um basta na situação e se separar. Esse é mais um argumento que mostra a necessidade de se construir uma reserva de emergência.
Exemplo: Um parceiro controla todas as finanças em um relacionamento, restringindo o acesso do outro a recursos financeiros.
Abordagem: Promover a igualdade e comunicação aberta sobre finanças no relacionamento, incentivando a tomada de decisões conjuntas.
Além da violência financeira, existe a violência patrimonial, que é mais abrangente, entendida como qualquer conduta que configure retenção, subtração, destruição parcial ou total de objetos, instrumentos de trabalho, documentos pessoais, bens, valores e direitos ou recursos econômicos, incluindo os destinados a satisfazer as necessidades da vítma.
A Lei nº 11.340/2006 (Lei Maria da Penha) disciplica as punições para as condutas violentas acima mencionadas.
*Obs: para além das relações conjugais, o abuso financeiro também pode ocorrer entre crianças prodígio (famosas) e seus pais (administradores de sua carreira até a maioridade). Escrevemos um texto sobre como se planejar para administrar melhor o dinheiro com a chegada da maioridade
2. Entre empresas e clientes: práticas predatórias
Situação que ocorre quando uma empresa age de modo deliberado para tirar o máximo de dinheiro possível de seus clientes. Fique esperto na hora de pagar com o cartão de crédito e veja sempre com atenção o valor digitado pelo atendente na compra.
Exemplo: Empresas que exploram clientes por meio de práticas comerciais enganosas ou taxas ocultas.
Abordagem: Conscientização do consumidor, regulamentações mais rigorosas e apoio a organizações que defendem os direitos do consumidor.
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3. Endividados: exploração de vulnerabilidades financeira e emocionais
Quando pessoas endividadas não encontram muitas alternativas no mercado de crédito, acabam sobrando poucas opções dentro da lei.
No desespero, infelizmente, muitas acabam recorrendo a agiotas, prática que, além de ilegal, também traz inúmeros riscos de segurança.
Mas, mesmo quando a pessoa obtém empréstimo no mercado legal, muitas empresas acabam cobrando taxas abusivas e que até prejudicam a capacidade de honrar seus compromissos a médio prazo.
Exemplo: Credores que se aproveitam de pessoas em situações financeiras difíceis, oferecendo empréstimos com taxas de juros extremamente altas.
Abordagem: Educação financeira para capacitar as pessoas a tomar decisões bem informadas e regulamentações que protejam os consumidores contra práticas abusivas.
4. Desigualdade estrutural:
Quando a forma de organização do trabalho em uma companhia, ou em um setor, discrimina por gênero, etnia, religião, nacionalidade, entre outros fatores.
Exemplo: Discriminação salarial com base em gênero ou etnia.
Abordagem: Pressão por políticas de igualdade salarial, promoção da diversidade e inclusão nas empresas e na sociedade em geral.
O ano de 2023 ficou marcado pelo conhecimento do público de casos de violência financeira ocorridos entre pessoas famosas.
Tal foi o caso de Ana Hickmann, que denunciou agressão do seu ex-esposo e decobriu crimes por ele omitidos, usando o nome dela em esquemas fraudulentos.
Que possamos trabalhar no sentido de aumentar a conscientização da população contra atitudes deste tipo (violência financeira) e que esta seja uma prática cada vez menos vista em nosso país – e no mundo!
Por João Victorino
João Victorino é administrador de empresas e especialista em finanças pessoais. Formado em Administração de Empresas e com MBA pela FIA - USP. Executivo em empresas multinacionais nas áreas de desenvolvimento de negócios, marketing e estratégia. Possui ampla experiência no empreendedorismo e hoje divide esses aprendizados. Para isso, o especialista criou e lidera o canal A hora do dinheiro , com conteúdo gratuito e uma linguagem simples, objetiva e inclusiva.
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