Cuidado com os descontroles

Gastos mal planejados podem se tornar grandes inimigos de nossa liberdade financeira. Um presentinho para comemorar aquela conquista importante faz bastante sentido, mas o problema está em outra situação: o presente de recompensa emocional sem planejamento. Se este segundo caso acontece com você, as próximas linhas podem ajudar a enfrentar essa situação.

Cuidado com os descontroles

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Foto: Gatot Adri / shutterstock
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Resumo: Gastos mal planejados podem se tornar grandes inimigos de nossa liberdade financeira. Um presentinho para comemorar aquela conquista importante faz bastante sentido, mas o problema está em outra situação: o presente de recompensa emocional sem planejamento. Se este segundo caso acontece com você, as próximas linhas podem ajudar a enfrentar essa situação.
 

As famosas compras por impulso

 

Um dos inimigos da liberdade financeira são os gastos descontrolados. Eles acontecem, muitas vezes, sem que você perceba (como pode ser o caso das famosas compras por impulso). São aquelas compras que são feitas sem planejamento prévio, quando queremos descarregar o estresse, por exemplo.

Compras que não tínhamos necessidade racional de realizar. Eu reforço o ponto aqui de que não tínhamos necessidade “racional”, porque muitas dessas compras, pelo lado emocional, são explicadas. Realizamos muitas dessas compras como forma de compensação por alguma situação em nossa vida que está diferente do que esperamos e nos tira do equilíbrio.

Quando o trabalho é muito “estressante”, por exemplo, quando tivemos discussões naquele dia, quando nos desentendemos com alguém, ou quando a nossa vida não está do jeito que queremos, nos vemos indo às lojas e nos presenteando com algum produto acompanhado da famosa frase “eu mereço”.

Um presentinho ou uma compra para comemorar aquela conquista importante faz bastante sentido, desde que não comprometa o orçamento. É importante marcar e celebrar coisas boas que aconteceram conosco. Conquistas importantes devem ficar na memória. O que importa é o símbolo e não o valor gasto.
O problema está na outra situação: o presente emocional e sem planejamento.
 
 

Como sair desse ciclo?

 

Preste atenção para ver se você não está nessa situação. Se você está buscando uma “válvula de escape” para te dar algum alívio ao desconforto por algo que te incomoda. Se, a cada vez que algo acontecer errado em nossas vidas, comprarmos algo para compensar o sentimento negativo, vamos ter problemas. “A vida não é um mar de rosas”, como diz sabiamente o ditado.

Tenho amigos que descarregam o stress nos esportes. Isso é bacana. A pessoa se prepara, põe o corpo em movimento, gasta energia, fica suada e depois tem aquele efeito de relaxamento como recompensa.
 
Porém, as outras opções para compensar as dificuldades e desafios que passamos na vida moderna podem não ser tão boas. Sabemos dos problemas da bebida, das drogas (legais e ilegais), da busca de refúgio em outras situações de troca de um desprazer por algo que dê recompensa psicológica e alívio neste momento (aqui falamos de gastar descontroladamente, mas o mecanismo é o mesmo).
 
Se a compra por impulso é o seu caso, veja se não deve procurar ajuda de alguém especializado. Psicólogos e psicoterapeutas podem auxiliar você nessas situações (e podem sair barato, comparando com a falsa impressão de alívio causada por compras descontroladas).
 
Preste atenção em seu comportamento e peça ajuda. Não deixe a situação evoluir para o descontrole total. Acredite, muita gente passa por isso e consegue resolver.

Por João Victorino

João Victorino é administrador de empresas e especialista em finanças pessoais com ampla experiência no mundo corporativo, liderando unidades de negócios, equipes e transformado estratégia em prática por todas as empresas em que trabalhou. Liderou grandes negociações com instituições financeiras de grande porte, com impacto de bilhões de reais em faturamento e receita.

Formado em Administração de Empresas e com MBA pela FIA – USP, professor de MBA do IBMEC, colunista da Investing.com, entre outras atividades.

Empreendeu em várias empresas como investidor, em paralelo com a vida executiva, e aprendeu com sucessos e fracassos nesse segmento.

Entendeu e aplicou a importância de ter equilíbrio financeiro ao longo de mais de 30 anos de investimentos em vários setores, com amplo sucesso. Fez 1 milhão de reais de patrimônio antes dos 30 anos de idade, e hoje divide esses aprendizados.

Para isso, criou e lidera a iniciativa A hora do dinheiro, com uma linguagem simples, objetiva e inclusiva.

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