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Coisas que compramos e custam mais do que parecem: o carro próprio

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sarunyu rapeearparkul / shutterstock

 

Resumo será que realmente vale a pena ter um carro, do ponto de vista econômico? Neste artigo, vamos fazer uma simulação e ver quanto custa, em média, um carro em nossa garagem. Talvez você encontre despesas que nem sabia que existiam. Esperamos, assim, que as reflexões abaixo possam te ajudar na tomada de decisão, seja para a compra ou não de um automóvel.

 

Será que vale a pena comprar um carro?

 

Na nossa vida financeira, existem atitudes positivas, atitudes negativas, atitudes neutras e também as atitudes negativas que parecem positivas e vice-versa. Explico essa confusão:

Muitas das atitudes que tomamos parecem muito legais, bacanas, mas por falta de uma pesquisa e uma análise maior ou melhor, não são. Como a aquisição de produtos que você precisava (à primeira vista) por um preço que cabia em seu bolso, mas quando você faz a conta, se dá conta que a decisão não é tão boa assim.

Um exemplo que considero bem revelador dessa situação é a compra de um automóvel. Possuir um carro novo, seminovo ou até usado e, junto da compra em si, vem a decisão de trocar de veículo a cada 3 ou 5 anos. Essas podem ser decisões perigosas para suas finanças.

 

O que levar em consideração na sua decisão?

 

Não somos contra a decisão de se ter um automóvel, mas somos contra possuir um veículo sem saber quanto ele realmente custa, e sem ter condições para mantê-lo. Existem casos específicos, em que a compra é a decisão correta. Uma pessoa que usa o carro para trabalhar, ou seja, que usa o automóvel como ferramenta de trabalho, claro que está fora desse caso. Ou outras situações específicas, como ter 3 filhos em escolas diferentes, em que os pais precisam sair todos os dias para levá-los, etc.

Fora esses casos, é bom olhar essa decisão com bastante atenção e confirmar se ela é a mais correta ou não. Se esse carro vai servir 100% para o que planejou, ou se será somente um inimigo do seu bolso. Muitas vezes, a compra de um automóvel é impactada por aspectos emocionais, como autoafirmação, vaidade, impulso, etc.

É difícil suportar o vizinho exibicionista e seu carrão barulhento, de último tipo e super gastador de combustível, cruzando as ruas do bairro, mostrando sua pseudo-riqueza… é difícil estar em um meio e não se sentir parte dele, então é normal ter vontade de comprar coisas que possam te incluir (às vezes até as outras pessoas estão fazendo isso também e você não sabe). Então vamos fazer uma análise um pouco mais detalhada:

 

Alf Ribeiro – shutterstock

 

Quais despesas acompanham o veículo?

 

Quando você adquire um automóvel, junto com ele vêm algumas despesas:

  1. IPVA: o imposto para o veículo circular nas ruas (que é cobrado pelos estados);
  2. Seguro: para quem optar por fazê-lo;
  3. Manutenção: isso inclui o desgaste que o carro vai sofrer ao longo do tempo, e obrigar você a gastar com este serviço (o nome técnico do impacto desse desgaste no seu carro e o custo financeiro dele é Depreciação); manutenção preventiva (para os carros mais novos); troca de peças; mão de obra; óleo do motor, etc.

 

É obrigatório fazer um seguro?

 

O seguro do carro não é obrigatório, mas serve como proteção para os casos em que acontecer um imprevisto, acidente, ou roubo do seu veículo. Observe que, nos casos dos seguros, você pode negociar o custo; afinal, seu seguro é receita da seguradora.

Mesmo que você seja um/a motorista super cuidadoso/a, não conseguirá fugir desses custos e, às vezes, ainda temos outras despesas envolvidas: se você não tiver garagem na sua casa, talvez tenha que alugar uma; se optar por deixar o carro na rua, o seguro vai te cobrar mais caro (normalmente você tem que preencher uma ficha da seguradora com as suas informações de comportamento e uso do carro e, entre as perguntas, estará onde você guarda o carro) porque, se deixá-lo na rua, maior será o risco e, se o risco for maior, mais caro o seguro fica.

Tem um outro custo que é invisível, que é o chamado custo de oportunidade. Observe que, como você usou seu dinheiro que estava aplicado para comprar o carro, você está deixando de receber os juros da aplicação. Mesmo que você tenha comprado parcelado, existe esse custo (no caso é o custo do financiamento). Dinheiro a mais que você tem que colocar na conta desse carro.

 

Exemplo prático

 

Quando você fizer a conta na ponta do lápis, e vamos te ajudar nessa tarefa, vai ver que o carro é um redutor de sua riqueza (de novo, em situações em que você usa o carro como ferramenta de trabalho, a conta é outra).

Mas vamos às contas: vamos usar como exemplo um Gol 1.0 manual, ano 2021 – zero km. Para efeito de análise detalhada, vamos avaliar 3 anos de uso de um carro novo, e depois esse carro sendo vendido, e esse valor voltando ao bolso do usuário.

  1. Aquisição do carro – R$ 51.250,00 (1)
  2. Combustível – Média de 11,3 km percorridos a cada litro de etanol consumido (2)
  3. IPVA – 2 a 4% do valor do carro – R$2.000,00 (3)
  4. Manutenção (ano 1 ao no 3) – R$1.537,00 por ano (depois aumenta) (4)
Despesa (em R$) Ano 1 Ano 2 Ano 3
Compra do carro 51.250,00
Combustível 4.739,00 4.739,00 4.739,00
IPVA 1.530,00 1.530,00 1.530,00
Seguro 2.000,00 2.000,00 2.000,00
Custo de oportunidade 3.075,00 3.075,00 3.075,00
Manutenção 1.537,00 1.537,00 1.537,00
Total/ano 64.131,00 12.881 12.881
Total/mês 5.344,25 1.073,41 1.073,41

Quadro 1: Despesas nos três primeiros anos de uso do automóvel

 

Ao final de 3 anos…

 

Item Valor (em R$)
Acumulado 89.893
Venda 35.875
Custo Efetivo Total 54.018
Custo Efetivo Mensal 1.500

Quadro 2: Custo efetivo mensal = [Custo acumulado ao longo dos 3 anos – (valor da venda)] / dividido por 36

 

Alguns pontos a comentar ainda: o custo de oportunidade não deve ser aplicado somente aos valores do preço de compra do carro, e sim para todos os custos que você vai incorrer, já que isso é dinheiro que você poderia estar aportando nos seus investimentos. Para facilitar a análise, vamos deixar o impacto desse custo dessa forma.

Antonio Slaverry – shutterstock

A conclusão deste caso é que, qualquer alternativa a usar automóvel próprio, que tenha um custo inferior a R$1.500,00 por mês, será mais benéfica financeiramente que a compra e manutenção de um carro nas condições acima.

Nunca é tarde para lembrar que um aporte de R$1.500,00 mensal nos seus investimentos, será igual a R$18.000,00 ao ano. É bastante dinheiro. Em 10 anos, será o equivalente a R$180.000,00.

Claro que vamos precisar reduzir os custos da alternativa de transportes que você usará. Este é um exemplo para simplificar. Analise bem antes de tomar a decisão de adquirir um carro próprio.

 

Fontes

 

 

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