Cadê a cabra que nos acalma?

No filme O Touro Ferdinando, há um personagem com papel fundamental na vida do protagonista, Ferdinando: Lupe, a cabra. Ela tem a função de acalmá-lo em momentos de estresse. Assim como o personagem do filme tinha uma maneira de se acalmar, devemos encontrar maneiras de mantermos a cabeça no lugar em momentos difíceis.

Cadê a cabra que nos acalma?

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Cadê a cabra que nos acalma?
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Resumo – Cadê a cabra que nos acalma? No filme O Touro Ferdinando, há um personagem com papel fundamental na vida do protagonista: Lupe, a cabra. Ela tem a função de acalmá-lo em momentos de estresse. Assim como o personagem do filme tinha uma maneira de se acalmar, devemos encontrar maneiras de mantermos a cabeça no lugar em momentos difíceis.

 

No filme O Touro Ferdinando, da Disney/Pixar, entramos em contato com uma realidade que temos pouco acesso.

 

O Mundo das touradas

 

O Filme se passa numa fazenda onde vive um touro apaixonado por flores. Ferdinando foi abandonado por sua família após a morte do pai, e não se enquadra no padrão do touro comum: ele não é uma máquina de matar como a maioria de seus colegas da espécie.

Na fazenda onde passa a viver, ele entra em contato com Lupe, uma cabra que tem o objetivo de acalmá-lo em caso de stress.

É muito comum os fazendeiros usarem cabras calmantes como forma de manter a estabilidade emocional no celeiro e evitar que os animais sofram muito estresse. Criadores de cavalos habitualmente usam este método. 

Aparentemente, o que torna os animais mais calmos é o cheiro das cabras que, de alguma forma, passa aos touros e cavalos uma sensação de tranquilidade. Esse expediente também é muito utilizado em outros animais.

Imagino que, quando um touro está num ambiente diferente do seu, ele precise de algum instrumento que consiga trazer familiaridade e, portanto, uma sensação de segurança que vai diminuir o stress do animal. 

Imagino que nós, humanos, temos reações muitas vezes parecidas com a dos animais: somos também sujeitos ao stress causado pelos problemas muito difíceis que enfrentamos em nossa jornada. Uns, problemas mais graves, outros,  problemas que são menos severos…

 

No mundo dos investimentos

 

Investidores são pessoas sujeitas a emoções intensas, principalmente em períodos de mudanças bruscas na economia. 

Veja, por exemplo, o que acontece conosco em períodos de volatilidade muito grande. Períodos em que as taxas de juros sobem muito rapidamente, como resultado de tentativas dos governos de combater a inflação

Nesses momentos, podem acontecer flutuações muito grandes no preço dos ativos. Seja nos ativos de renda variável, como nos de renda fixa.

Nesses momentos, é muito importante manter a calma e tentar, ao máximo, seguir sua estratégia, já definida previamente, é claro.

Sua estratégia de investimentos deve buscar ser um plano que se mantenha de pé, independentemente das flutuações do mercado. 

Excluídos períodos de catástrofes… (o que são catástrofes? Situações muito específicas, onde não temos a menor ideia do que vai acontecer depois – tipo: ataque às torres gêmeas no 11/09), precisamos rever a estratégia

Veja, porém, que os desastres são eventos muito específicos, pois não acontecem com regularidade.

No mais, devemos aprender que os mercados flutuam ao bel prazer dos agentes de mercado – que muitas vezes não têm a menor conexão com a realidade do que está acontecendo com os ativos – sejam eles de renda fixa, ou renda variável, ou ativos imobiliários. 

 

Cadê a cabra que nos acalma?

 

Mantenha a atenção para identificar o que é mudança de mercado, e o que é simplesmente ruído, rumor, fofoca, tentativas de agentes inescrupulosos de manipular o mercado para cima ou para baixo, lançando cortinas de fumaça para atrapalhar nossas vidas!

Pense em ter a sua cabrinha, que vai acalmar e trazer você de volta à realidade nesses momentos, para impedir que você tome alguma iniciativa apressada, sem ter avaliado com cuidado o que está acontecendo. 

A cabra pode ser, por exemplo, um amigo mais experiente, um conselheiro (para quem você até pague pelos conselhos), mas que tenha a cabeça mais fria e racional que a sua, e não deixe que suas decisões sejam impactadas por vuco vuco do mercado.

 

Por João Victorino

João Victorino é administrador de empresas e especialista em finanças pessoais com ampla experiência no mundo corporativo, liderando unidades de negócios, equipes e transformado estratégia em prática por todas as empresas em que trabalhou. Liderou grandes negociações com instituições financeiras de grande porte, com impacto de bilhões de reais em faturamento e receita.

Formado em Administração de Empresas e com MBA pela FIA – USP, professor de MBA do IBMEC, colunista da Investing.com, entre outras atividades.

Empreendeu em várias empresas como investidor, em paralelo com a vida executiva, e aprendeu com sucessos e fracassos nesse segmento.

Entendeu e aplicou a importância de ter equilíbrio financeiro ao longo de mais de 30 anos de investimentos em vários setores, com amplo sucesso. Fez 1 milhão de reais de patrimônio antes dos 30 anos de idade, e hoje divide esses aprendizados.

Para isso, criou e lidera a iniciativa A hora do dinheiro, com uma linguagem simples, objetiva e inclusiva.

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