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Resumo– O ano começa e logo aparecem as conhecidas despesas do brasileiro: IPVA, IPTU, matrícula escolar, entre outros. Veja aqui como se organizar para dar conta de tantas responsabilidades.
Todo ano é a mesma coisa
O ciclo recomeça. Esperamos que um ano cheio de realizações, saúde e prosperidade venha pela frente.
Mas, logo na largada, já encontramos os primeiros obstáculos a este último desejo: o acúmulo de contas no mês de janeiro.
São elas: IPVA, IPTU, Matrícula das crianças, renovação de seguros, além das faturas dos cartões já comprometidas com as compras do final de ano.
A pergunta que surge, inevitavelmente, é a seguinte:
“Como organizar as despesas de início de ano para que elas não impactem exageradamente o orçamento?”
A importância do planejamento financeiro
Para quem já possui familiaridade com ferramentas de controle de orçamento pessoal, a tarefa tende a ser mais tranquila, uma vez que os “imprevistos” podem ser observados no horizonte com um bom tempo de antecedência.
Mas para quem ainda pretende começar a se organizar, e começar o ano de forma diferente, aqui está a sua chance:
Baixe a nossa planilha de orçamento pessoal de forma 100% gratuita.
Assim, você terá uma noção mais precisa sobre o que está gastando e o que está ganhando, mês a mês.
Com o diagnóstico em mãos, será mais fácil saber o que deve ser feito: cortar gastos não essenciais ou buscar uma renda extra.
Estratégia de pagamento
Quaisquer que sejam as despesas de início de ano, o consenso entre os especialistas é que elas devem constar no orçamento. Isso vale tanto para quem decide pagar os valores à vista como de modo parcelado.
Ainda que não sejam despesas mensais contínuas, os impostos (IPTU, IPVA) e despesas típicas do período (matrícula, compra de materiais escolares, renovação de seguro) são recorrentes em base anual, e isso deve ser levado em conta no planejamento.
Assim, caso a opção de parcelar os impostos seja feita, o ideal é inserir essa despesa como uma conta fixa ao longo dos meses em que as parcelas durarem, assim como as contas de energia, água, entre outras.
Agora, aqueles que consideram mais vantajoso e prático pagar os valores à vista, uma sugestão pode ser o preparo antecipado de uma poupança para ajudar a honrar esta obrigação, seja com parte do décimo terceiro, seja com os próprios rendimentos da pessoa ao longo do ano anterior.
Pagar à vista ou parcelado?
Muitos municípios oferecem a opção para os cidadãos pagarem o IPTU (Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana) à vista.
O desconto nesta modalidade é, em média, 3% do total a ser pago (varia entre as cidades). Mas também é possível parcelar o valor em dez vezes (sem desconto).
O mesmo ocorre com o IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores), de competência dos Estados.
O valor do desconto dado aos pagamentos à vista, no entanto, pode variar.
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O custo de oportunidade
Com essas informações, é natural fazer o questionamento sobre qual a melhor maneira de efetuar esses pagamentos.
Podemos nos perguntar qual é a forma de pagamento mais rentável.
Será que é melhor pagar à vista? Ou é mais vantajoso deixar o dinheiro rendendo em uma aplicação de curto prazo e pagar o imposto em parcelas?
A resposta para essas perguntas não é única, e varia para cada caso. Por isso, é preciso fazer algumas contas.
Vamos ajudar você a estruturar o raciocínio:
Para quem está com as contas em dia e tem espaço no orçamento
O administrador de empresas e especialista em finanças pessoais, João Victorino, destaca a vantagem de pagar os impostos à vista, no caso do IPVA e do IPTU.
“Para quem está com as contas organizadas, o mais vantajoso pode ser pagar o imposto à vista.”
Isso ocorre porque o valor do desconto à vista pode ser maior que o rendimento deste capital alocado em aplicações de curto prazo (que é o tempo de parcelamento destas despesas).
No entanto, quem já está mais familiarizado com aplicações em renda fixa, como Tesouro Direto, pode encontrar oportunidades de investimento deste capital (destinado ao pagamento dos impostos) que rendam mais que o desconto dado pelos Estados e municípios. Assim, a opção pelo parcelamento não está descartada de antemão.
Ainda mais com a taxa selic, em janeiro de 2023, rendendo 13,75% a.a.
Exemplo – caso hipotético | |
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* Valor líquido, obtido após tributação sobre os rendimentos | |
Valor do IPTU | R$ 3.000,00 |
Desconto à vista | R$ 90,00 |
Valor total (com desconto) | R$ 2.910,00 |
Valor total (parcelado / sem desconto) | 10 parcelas de R$ 300,00 |
Saldo aplicado a uma taxa de 13,75% a.a. (Tesouro Selic). Com retiradas mensais de R$ 300,00 por 10 meses. | R$ 154,10* acumulados no seu bolso após os 10 meses |
Nesse caso, podemos observar que deixar o dinheiro rendendo em uma aplicação do tesouro é mais vantajoso, financeiramente, que pagar à vista com o desconto de 3%. Aqui, os ganhos ficaram em mais de R$ 64 reais (R$ 154,10 – R$ 90,00 = R$ 64,10)
Esse é o motivo pelo qual cada pessoa deve estudar o seu caso específico, para ver qual opção trará mais benefícios econômicos.
Importante: o aconselhável é não retirar capital de sua reserva de emergência para a realização desses pagamentos à vista, uma vez que você pode se descapitalizar frente a um imprevisto.
Para quem não possui todo o valor do imposto cobrado
Neste caso, é melhor dividir o valor do imposto devido e pagar as parcelas em dia.
Essa opção ainda sai bem mais barato que fazer uma dívida (pegar um empréstimo) para realizar o pagamento à vista.
Cuidado com as fraudes
Um outro aspecto importante a se levar em conta é a questão da veracidade dos boletos que chegam à sua residência.
Verifique as informações contidas no boleto com calma, como a identificação do imposto, o beneficiário do valor (ao passar o código de barras pelo app do banco / ou perguntar ao funcionário do banco o destino deste dinheiro).
Por João Victorino
João Victorino é administrador de empresas e especialista em finanças pessoais. Formado em Administração de Empresas e com MBA pela FIA - USP. Executivo em empresas multinacionais nas áreas de desenvolvimento de negócios, marketing e estratégia. Possui ampla experiência no empreendedorismo e hoje divide esses aprendizados. Para isso, o especialista criou e lidera o canal A hora do dinheiro , com conteúdo gratuito e uma linguagem simples, objetiva e inclusiva.
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