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Resumo – Será que esta pode ser uma alternativa interessante para ajudar a reduzir o crítico déficit habitacional no país?
O que é o FGTS futuro?
O FGTS Futuro é um projeto que vai permitir os trabalhadores a usarem o saldo (ainda a ser constituído no futuro) do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço em financiamentos do programa Minha Casa Minha Vida.
O trabalhador poderá usar até 120 meses de depósitos futuros para melhorar suas condições de financiamento.
Inicialmente, a iniciativa vai passar por um período de teste, sendo liberado a famílias que compõem a faixa 1 do programa habitacional (com renda mensal de até R$ 2.640).
Em seguida, a Caixa espera avaliar a possibilidade de atender aos demais grupos, até o limite de renda familiar é de R$ 8.000.
Como será o programa?
Os 8% do salário do trabalhador, que são mensalmente depositados em uma conta vinculada em seu nome no Fundo de Garantia, poderão ser usados como margem para complementar o valor da parcela do financiamento.
Isso vai permitir que mais pessoas tenham acesso ao crédito habitacional, uma vez que elas terão condições de atingir os requisitos mínimos para a liberação do financiamento.
Para exemplificar, é como se a sua renda, para efeito do financiamento, aumentasse.
Como vai funcioanar o FGTS futuro na prática?
De acordo com a proposta da Caixa, aqueles que decidirem utilizar o FGTS Futuro precisarão comunicar essa decisão para o banco responsável pelo financiamento imobiliário.
Depois disso, os depósitos serão transferidos automaticamente da Caixa Econômica Federal para o banco em que a pessoa realizou o financiamento, a fim de pagar as parcelas do contrato.
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Benefícios do FGTS futuro
Caso a alternativa seja implementada, permitirá que as famílias utilizem esse recurso para complementar o pagamento das parcelas do imóvel e reduzir o saldo devedor do financiamento, o que aumentará a capacidade de arcar com as prestações.
Mais pessoas elegíveis ao financiaento imobiliário
Conforme as normas do ‘Minha Casa Minha Vida’, os beneficiários estão limitados a comprometer no máximo 30% de sua renda com a parcela da casa. Por exemplo, um brasileiro no limite do Faixa 1, com uma renda de R$ 2.640, poderá pagar até R$ 792 por mês.
Com a introdução dessa nova modalidade, poderá haver a possibilidade de ocorrer, na prática, uma diminuição no valor das parcelas do financiamento.
Da mesma forma que esta nova modalidade permitirá o aumento da capacidade de contratação de crédito para as famílias da Faixa 1 do programa MCMV, também permitirá a alternativa de uma eventual diminuição do valor da parcela do financiamento, deixando que estas encaixem melhor no bolso das pessoas, não comprometendo muito suas rendas.
O que acontece em caso de demissão?
Em relação a eventuais demissões de funcionários que aderirem à nova modalidade, essa questão está sendo discutida, pois existe a possibilidade da Caixa Econômica pausar a cobrança por até seis meses consecutivos.
No entanto, caso ocorra a demissão do trabalhador, este será responsável pela parcela que anteriormente era coberta pelo depósito feito pelo ex-empregador no FGTS. Se deixar de pagar, corre o risco de perder o imóvel.
Pontos que merecem atenção
A implementação deste programa ainda está em andamento. Muitas decisões estão sendo tomadas e alguns pontos não foram definidos completamente.
A escolha de utilizar ou não o mecanismo é uma escolha do empregado e aplica-se somente aos novos contratos.
É responsabilidade da instituição financeira comunicar as condições de utilização desses depósitos, pois envolve adiantamento de recursos.
Porém, analisando os critérios que saíram até o momento, acredito que o FGTS Futuro seja uma alternativa positiva e também interessante para ajudar a reduzir o déficit habitacional no país.
Por João Victorino
João Victorino é administrador de empresas e especialista em finanças pessoais. Formado em Administração de Empresas e com MBA pela FIA - USP. Executivo em empresas multinacionais nas áreas de desenvolvimento de negócios, marketing e estratégia. Possui ampla experiência no empreendedorismo e hoje divide esses aprendizados. Para isso, o especialista criou e lidera o canal A hora do dinheiro , com conteúdo gratuito e uma linguagem simples, objetiva e inclusiva.
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