Resumo – Descubra o que é a prática de reinvestir dividendos, quem pode realizá-la e para quais momentos da vida do investidor ela é mais recomendada.
Uma dúvida importante
Quando estamos iniciando nossa jornada de aprendizado (e de tomada de decisão) no mundo dos investimentos, uma das dúvidas que sempre surgem é a seguinte:
“Será que vale mais a pena reinvestir os dividendos recebidos ou usá-los para pagar despesas do dia a dia?”
Essa pergunta já passou pela mente de diversos investidores comuns e, certamente, também entre pessoas especializadas na área.
Por conta disso, estudos já foram conduzidos, com ampla base de dados, para descobrir a resposta a esse questionamento.
Nesse sentido, com o objetivo de mostrar as diferenças de rendimentos entre essas opções, nós, da equipe ahoradodinheiro, vamos mostrar a você qual será a melhor alternativa em termos de rentabilidade, com exemplos.
Antes disso, para melhor entendermos as diferentes estratégias de investimento, colocaremos a seguir uma breve apresentação dos conceitos, de maneira mais detalhada, para ajudar quem está começando a se inteirar sobre o assunto:
O que é reinvestir dividendos?
Reinvestir os dividendos consiste na prática de usar os valores recebidos desses proventos para comprar papéis adicionais no mesmo investimento.
No longo prazo, esta estratégia tem o potencial de aumentar o valor geral de um investimento de modo exponencial, isto é, com ganhos que se multiplicam significativamente.
Veja mais: Proventos: o que são e quais as formas de recebê-los?
Em outras palavras, reinvestir os dividendos é usar os frutos de seus próprios investimentos para aumentar ainda mais a quantidade de ações (ou títulos) em sua carteira.
Estes reinvestimentos, por sua vez, vão contribuir para que você receba um volume maior de dividendos no futuro, à medida que mais cotas (ou ações, títulos, fundos, etc.) passam a fazer parte de seu patrimônio.
É realmente como uma bola de neve, vai ficando cada vez maior.
É obrigatório reinvestir os dividendos?
Os dividendos não precisam ser obrigatoriamente reinvestidos.
Eles são um direito dos acionistas e, por isso, esses proventos podem ser usados da maneira que seus detentores acharem mais adequada.
Por exemplo, já podemos ver muitas pessoas (de várias idades) que conseguiram ser bem sucedidas nessa jornada.
Planejaram-se com a devida dedicação (nos estudos de análise) e na tomada de decisão ponderada.
Assim, agora podem se dar ao luxo de conseguir pagar suas despesas (e ainda sobrar uns bons trocados) apenas com o dinheiro que pinga na conta todos os meses, pois pensaram e estabeleceram objetivos de longo prazo.
Existem pessoas que vivem apenas com esse dinheiro?
Como dissemos acima, investir pensando em receber dividendos tem se tornado uma estratégia adotada por cada vez mais adeptos no Brasil.
Muitos desses novos investidores (pessoas físicas), que iniciaram sua jornada apenas recentemente, encontram na figura de Luiz Barsi uma grande referência.
Considerado o maior investidor pessoa física do Brasil, Luiz Barsi era um trabalhador comum, que conseguia juntar todos os meses, disciplinadamente, uma parte de seus ganhos para investir em ações.
Com o passar do tempo (aproximadamente 10 anos, no caso dele), o que ele recebia de dividendos já era capaz de sustentar seu custo de vida.
No entanto, ele continuou com o mesmo plano e, atualmente, há mais de 50 anos realizando religiosamente a mesma tarefa, já possui um patrimônio avaliado na casa dos R$ 2 bilhões.
Então isso é coisa só para bilionários?
De jeito nenhum! Os dividendos pagos aos acionistas minoritários têm sido uma maneira de fortalecer o orçamento de muitas famílias “normais” em nosso país.
Eles podem ser usados para ajudar no orçamento doméstico, como pagar uma conta de água (ou de energia, gás, condomínio).
E também há pessoas que estabelecem metas para que seus rendimentos cubram uma parcela cada vez maior de seu orçamento.
Além de ajudar a pagar as contas, essa renda extra pode ser capaz de proporcionar maior confiança, tranquilidade e dignidade às famílias, uma vez que, desse modo, elas podem se sentir mais seguras a não aceitar uma proposta indecente de emprego que não ofereça condições mínimas de salubridade e respeito às leis.
Por tais motivos, pessoas comuns também podem tirar proveito da estratégia de recebimento de dividendos periódicos.
Devo usar os dividendos agora ou só lá na frente?
Quando consultamos planejadores financeiros, assessores de investimento e especialistas da área, a resposta mais comum a esta pergunta é a seguinte:
Sua estratégia de investimento depende de alguns fatores importantes, como:
- Momento de vida em que você se encontra
- Nível de renda
- Perfil de risco
- Objetivos do investimento
- Prazo
Exemplo 01
Deste modo, por exemplo, se uma pessoa acabou de se formar na faculdade, começou a trabalhar e, pensando no futuro (e sua aposentadoria), decide adotar a estratégia de investir em ações pagadoras de dividendos, além de reinvestir esses proventos na compra de mais ações.
Já descobrimos:
- seu momento de vida (1): que corresponde ao início do processo de acumulação de patrimônio
- Os objetivos do investimento (4): aposentadoria
- E o período de tempo (5): longo prazo.
Com relação ao nível de renda (2), é recomendado que ela comece a investir quando tiver seu orçamento pessoal organizado (com as despesas sempre menores que os rendimentos).
Quanto ao perfil de risco (3), por ser jovem, ela tem um horizonte temporal maior para recolher os frutos de seus investimentos, podendo, em teoria, aceitar maior risco em determinados papéis, uma vez que eles teriam maior potencial de crescimento no longo prazo e tempo de maturação.
No entanto, essa é uma característica que varia de pessoa a pessoa e, caso ela tenha maior aversão a risco, poderia, sem problema alocar seus investimentos em empresas mais consolidadas, com histórico mais conhecido.
Assim, temos as seguintes características deste primeiro caso:
- Momento de vida: acúmulo de patrimônio
- Nível de renda: consegue se organizar para investir periodicamente
- Perfil de risco: moderado a arrojado (mais tempo para recuperar em frente a crises)
- Objetivos do investimento: valorização
- Prazo: longo prazo
Para uma pessoa com essas características, a estratégia que poderia proporcionar retornos maiores no longo prazo, sem dúvida, é a de reinvestir os dividendos (em detrimento a usar esses valores recebidos para pagar despesas do dia a dia no início da vida adulta).
Exemplo 02
Por outro lado, no caso de encontrarmos uma pessoa que seguiu à risca a estratégia elaborada no primeiro exemplo (comprar ações que pagam dividendos de forma recorrente e reinvestir os proventos recebidos) e, chegando à fase de aposentadoria, deseja usufruir – utilizar os rendimentos do patrimônio acumulado – o consenso entre especialistas é:
Neste caso, os dividendos recebidos podem ser usados para o custeio de despesas correntes.
Isso ocorre porque se espera, naturalmente, que o plano tenha sido bem sucedido e que os investimentos tenham se valorizado ao longo dos anos, proporcionando retornos substanciais a que investiu para o longo prazo.
Portanto, a expectativa é que os proventos pagos aos acionistas nessa etapa da vida já tenham a capacidade de sustentar, ao menos, grande parcela do custo de vida do investidor.
Assim, temos as seguintes características deste segundo caso:
- Momento de vida: aposentadoria / uso dos proventos recebidos
- Nível de renda: as despesas do dia a dia já são pagas com os dividendos recebidos
- Perfil de risco: conservador (menos tempo para recuperar em frente a crises)
- Objetivos do investimento: manutenção do poder de compra
- Prazo: curto a médio prazo
Para uma pessoa com essas características, uma estratégia que poderia proporcionar
maior conforto e segurança seria começar a realocar parte do patrimônio em ações para ativos de renda fixa, com menor risco e volatilidade, além de maior previsibilidade no curto prazo.
Considerações finais
Esperamos que a gente tenha ajudado no seu entendimento de que reinvestir os dividendos, em geral, acelera o acúmulo de patrimônio.
A estratégia de usar os dividendos recebidos como parte da aposentadoria pode ser uma ótima opção.
Gostaríamos de relembrar, por fim, que o conteúdo deste texto possui caráter meramente educativo, e não se destina a recomendação de compra ou de venda de quaisquer ativos no mercado de capitais.
Mande suas dúvidas
E aí, conseguiu tirar as principais dúvidas sobre reinvestir dividendos?
Se tiver perguntas, não hesite em nos chamar nos comentários, estamos à disposição.
Veja o próximo texto
No próximo texto, faremos simulações mostrando as diferenças de rentabilidade entre reinvestir dividendos (em ações da mesma empresa que os pagou ou em títulos públicos) e usar esses proventos para pagar despesas.
Está imperdível. Será publicado na próxima quita-feira (02/03).
Por João Victorino
João Victorino é administrador de empresas e especialista em finanças pessoais. Formado em Administração de Empresas e com MBA pela FIA - USP. Executivo em empresas multinacionais nas áreas de desenvolvimento de negócios, marketing e estratégia. Possui ampla experiência no empreendedorismo e hoje divide esses aprendizados. Para isso, o especialista criou e lidera o canal A hora do dinheiro , com conteúdo gratuito e uma linguagem simples, objetiva e inclusiva.
Veja também
Compartilhe este conteúdo com mais pessoas:
- Clique para compartilhar no Twitter(abre em nova janela)
- Clique para compartilhar no Facebook(abre em nova janela)
- Clique para compartilhar no LinkedIn(abre em nova janela)
- Clique para compartilhar no Reddit(abre em nova janela)
- Clique para compartilhar no Tumblr(abre em nova janela)
- Clique para compartilhar no Telegram(abre em nova janela)
- Clique para imprimir(abre em nova janela)