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Cuidado com os vampiros financeiros

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Resumo – O Mercado financeiro é um espaço propício para agentes mal-intencionados se aproveitarem de uma grande quantidade de pessoas que, na falta de uma educação financeira, se tornam vítimas fáceis do que chamamos de vampiros financeiros

 

“Gerente constitui fundo de investimento sem autorização da correntista.”

Em 2017, uma cliente de uma grande instituição bancária brasileira apelou na justiça para reaver parte de seu dinheiro, então depositado no banco.

A alegação é a de que, sem autorização prévia, o banco realizou a aplicação da importância da cliente em um fundo de investimentos, o que configura falha na prestação de serviços.

Ficou determinado o cancelamento do fundo e a restituição do valor para a conta poupança da autora.

 

“Fundos conservadores têm saque de R$ 7,5 bi após caso Americanas”

Outro episódio bastante recente é o caso de fundos de investimento, apresentados aos clientes como conservadores, com perfil de baixo risco, que detinham títulos de dívida privada (debêntures) das Lojas Americanas.

É obrigação de quem distribui esse tipo de fundo alertar sobre o risco de inadimplência e de quebra de empresas emissoras de debêntures.

Não podem, portanto, ser vendidos como conservadores ou recomendados para fins de reserva de emergência.

 

Esses casos são frequentes?

Casos como estes acima, infelizmente, ocorrem com bastante frequência. 

Sem muito conhecimento em finanças, muitos clientes são enganados e acabam tendo prejuízo, induzidos por funcionários destas instituições a aplicar em produtos com rentabilidade, segurança e taxas de administração, no mínimo, questionáveis.

Veja mais exemplos do que acontece e como se prevenir de casos semelhantes. 

 

Quem são os vampiros financeiros no dia a dia?

São pessoas com poucos escrúpulos (ou nenhum), que exploram a ignorância, a pressa, a falta de controle e – por que não admitir – a ganância de muita gente que não tem se protegido adequadamente.

Esse conhecimento da situação se torna um agravante (no jargão jurídico), da exploração que esses agentes praticam, para dizer o mínimo.

Uma parte considerável dos agentes do mercado diz que faz o melhor para seu cliente, sendo que isso não se comprova ao longo do tempo. 

Até porque quem trabalha para uma instituição não vai ter o devido empenho de alertar um cliente para algum risco de um produto, se a sua própria remuneração/promoção/reconhecimento (os chamados incentivos) dependem da venda do produto.

Sendo que essas pessoas que agem assim deveriam fazer o contrário, pois é dever de sua função (ou no mínimo de sua regra moral). Estão para orientar o melhor e não para confundir e se beneficiar disso.

 

Quem são as suas vítimas preferidas?

Os vampiros sabem muito bem que as pessoas comuns têm baixa proteção e capacidade de análise reduzida, e se aproveitam. 

Sabendo dessas características comuns ao nosso mercado (ainda em desenvolvimento, com pouca tradição de investimento e sem educação financeira formal ou informal – nossas escolas e famílias falam pouco do tema) – se aproveitam dessas vítimas indefesas. 

Vendem e promovem produtos e serviços financeiros que não atendem à expectativa ou perfil dos clientes, ou melhor dizendo, das vítimas.

 

As armadilhas no caminho

Os produtos de investimentos em geral tem muitas regras, confusas e extensas.

Os alertas em relação a risco embutidos não são claros e nem destacados suficientemente. 

O formato das informações, a quantidade e o canal de divulgação são falhos, principalmente para os leigos, que representam a maioria dos investidores.

Campanhas de venda são criadas o tempo todo, onde metas arrojadas são determinadas, e consequências para quem tem um desempenho fraco são óbvias. 

Será que esse “vendedor” vai estar predisposto a responder as perguntas desse cliente da mesma forma que estaria se não existisse essa campanha ou essas “consequências” ? 

Muita gente é boa e faz o trabalho bem feito, mas os incentivos pesam muito…

 

O que você precisa saber

No fim, quem tem que se defender é você mesmo. Nunca haverá alguém que seja você mesmo para avaliar os riscos do que vai doer no seu bolso, nos seus planos de futuro.

Por isso, defendemos que cada um busque mais e mais informações, se prepare, leia, pergunte, questione, inclusive lendo as letras pequenas, que ninguém quer ler.

 

Fontes

TJ-RJ

Valor econômico

Por João Victorino

João Victorino é administrador de empresas e especialista em finanças pessoais. Formado em Administração de Empresas e com MBA pela FIA - USP. Executivo em empresas multinacionais nas áreas de desenvolvimento de negócios, marketing e estratégia. Possui ampla experiência no empreendedorismo e hoje divide esses aprendizados. Para isso, o especialista criou e lidera o canal A hora do dinheiro , com conteúdo gratuito e uma linguagem simples, objetiva e inclusiva.

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