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Carro elétrico: será que já vale a pena para você?

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Carro elétrico: será que já vale a pena para você?
Dreamstime - Michael Flippo

Resumo – Carro elétrico: será que vale a pena para você? Veja os prós e contras e como essa escolha pode impactar o seu bolso e seu estilo de vida.

 

Os carros elétricos estão ganhando as ruas e o coração de muita gente. A cada ano, mais motoristas se perguntam: será que está na hora de trocar meu carro a combustão por um elétrico? A resposta, como quase tudo na vida financeira, é: depende.

Neste artigo, vamos mostrar os prós e contras dos carros elétricos, o que considerar antes de fazer esse investimento e, principalmente, se essa tecnologia faz sentido para o seu estilo de vida.

 

Reputação e percepção global sobre carros elétricos

 

Uma pesquisa recente da Ipsos, chamada Pessoas e Mudanças Climáticas – Edição 2025, ouviu moradores de 32 países, incluindo o Brasil, sobre temas relacionados à crise climática e à transição energética. O levantamento mostrou que, apesar de mais da metade das pessoas (53%) considerarem grave o risco de ultrapassar o aumento de 1,5°C na temperatura global, muita gente ainda vê os carros elétricos com certa desconfiança — especialmente na Europa.

No Brasil, o cenário é mais otimista. Apenas 22% dos entrevistados acreditam que carros elétricos fazem mal ao planeta, o que coloca o país entre os maiores apoiadores dessa tecnologia. Em contraste, na França, 58% dos entrevistados enxergam os veículos elétricos como piores do que os movidos a gasolina ou diesel. Além disso, embora 37% dos brasileiros temam que a transição energética possa aumentar os custos da conta de luz, apenas 22% acham que isso causaria mais apagões — abaixo da média global de 27%.

Esses dados mostram que, mesmo com dúvidas e desafios, o Brasil se destaca positivamente no apoio aos carros elétricos. A percepção pública favorável pode impulsionar ainda mais investimentos, infraestrutura e incentivos, tornando o carro elétrico uma opção cada vez mais viável no país.

 

A popularização dos carros elétricos no Brasil

Nos últimos anos, o cenário mudou bastante:

  • Os preços das baterias caíram;
  • Mais marcas passaram a oferecer modelos elétricos;
  • Incentivos do governo começaram a surgir.

O resultado? Em 2025, mais de 9% dos carros vendidos no Brasil já são elétricos. E essa fatia só tende a crescer.

Mas será que eles já são vantajosos para todo mundo? Vamos ver.

 

Vantagens do carro elétrico

 

1. Economia com “combustível”

 

A eletricidade custa bem menos por quilômetro rodado do que gasolina ou etanol. Se você dirige muito (como motoristas de aplicativo ou quem cruza a cidade todo dia), a economia é significativa.

 

2. Menos manutenção (e menos oficina!)

 

Carros elétricos têm menos peças móveis, não usam óleo de motor e o sistema de freios costuma durar mais. Isso significa:

    • Menos gastos imprevistos;
    • Menos tempo parado em oficina.

 

3. Menos poluição

 

Eles não emitem poluentes durante o uso, o que é ótimo para quem se preocupa com o meio ambiente e quer reduzir sua pegada de carbono.

 

4. Conforto e desempenho

 

Elétricos são silenciosos, suaves ao dirigir e com aceleração rápida. A sensação de dirigir um é diferente, mais fluida e moderna.

 

5. Incentivos e benefícios

 

Algumas cidades oferecem:

    • Isenção (ou redução) de IPVA, IPI e ICMS;
    • Liberação do rodízio;
    • Vagas especiais em estacionamentos.

Vale a pena consultar se sua cidade ou estado já tem esses estímulos.

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Desvantagens que você precisa considerar

 

1. Preço de compra ainda é alto

 

Apesar de estarem mais acessíveis, os carros elétricos ainda custam mais caro que os equivalentes à combustão. Se o seu uso é baixo, talvez não compense.

 

2. Autonomia limitada

 

A maioria dos modelos mais baratos roda entre 250 e 450 km com uma carga. Em viagens longas, a chamada “ansiedade de autonomia” pode bater.

 

3. Infraestrutura de recarga em construção

 

Ainda há poucos pontos públicos de recarga, e se você mora em apartamento sem vaga com tomada, pode ter dificuldade.

 

4. Tempo de recarga

 

Mesmo nos carregadores rápidos, leva mais tempo do que abastecer com combustível tradicional.

 

5. Valor de revenda e desgaste da bateria

 

Com a evolução rápida da tecnologia, há risco de desvalorização. Além disso, baterias perdem eficiência com o tempo — e a troca não é barata.

 

Carro elétrico: vale a pena para quem?

 

Ele pode ser um ótimo investimento se você:

  • Roda mais de 40 km por dia;
  • Tem garagem com tomada ou carregador;
  • Mora em cidade com incentivos;
  • Tem energia solar em casa;
  • Busca conforto, silêncio e inovação;
  • Valoriza a sustentabilidade.

E quando não vale a pena?

 

Talvez não seja o momento ideal se você:

  • Usa pouco o carro;
  • Mora longe dos pontos de recarga;
  • Costuma viajar por áreas sem infraestrutura;
  • Busca um carro mais barato e acessível.

E os carros a combustão?

 

Ainda têm seu espaço, principalmente se:

  • Você roda pouco (menos de 800 km por mês);
  • Já tem um carro confiável;
  • Encontra bons modelos seminovos a preços acessíveis;
  • Não tem onde carregar um carro em casa.

O carro ideal é o que cabe na sua vida (e no seu bolso)

 

O carro elétrico pode ser uma excelente escolha, mas não é mágica nem moda. É tecnologia, investimento e mudança de hábito. Avalie bem o seu uso, a infraestrutura da sua cidade e o impacto no seu orçamento. Afinal, o melhor carro é aquele que faz sentido para a sua realidade — financeira, logística e emocional.

Seja elétrico ou a combustão, o importante é planejar.

Por João Victorino

João Victorino é administrador de empresas e especialista em finanças pessoais com ampla experiência no mundo corporativo, liderando unidades de negócios, equipes e transformado estratégia em prática por todas as empresas em que trabalhou. Liderou grandes negociações com instituições financeiras de grande porte, com impacto de bilhões de reais em faturamento e receita.

Formado em Administração de Empresas e com MBA pela FIA – USP, professor de MBA do IBMEC, colunista da Investing.com, entre outras atividades.

Empreendeu em várias empresas como investidor, em paralelo com a vida executiva, e aprendeu com sucessos e fracassos nesse segmento.

Entendeu e aplicou a importância de ter equilíbrio financeiro ao longo de mais de 30 anos de investimentos em vários setores, com amplo sucesso. Fez 1 milhão de reais de patrimônio antes dos 30 anos de idade, e hoje divide esses aprendizados.

Para isso, criou e lidera a iniciativa A hora do dinheiro, com uma linguagem simples, objetiva e inclusiva.

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