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Resumo – A nação que vence uma guerra, geralmente, possui condições de impor o modo como deseja conduzir suas relações com os demais países dali em diante, de maneira a obter maiores vantagens para si mesma. Foi exatamente isso que ocorreu ao final da 2ª Guerra Mundial, com os EUA liderando a construção de um novo conjunto de regras de comércio e de transações financeiras a ser adotado pelo mundo, de onde obteve (a ainda obtém) vantagens exorbitantes – e alguns custos.
A moeda norte-americana tem importância primordial para o funcionamento das sociedades – e para a manutenção do padrão de consumo moderno (que é altamente dependente de importações e exportações de bens, produtos e serviços).
Tamanha relevância pode ser vista no impacto que sua oscilação causa nos preços do pãozinho da padaria, da gasolina no posto e dos juros em um financiamento, por exemplo.
Mas como a moeda de um país influencia tanto os preços de quase tudo no mundo?
Desde o final da Segunda Guerra Mundial, o dólar tem sido a moeda mais usada no planeta para a realização de transações comerciais e financeiras.
E a ampla adoção desta moeda nacional como instrumento também utilizado por todo o mundo acarreta inúmeros benefícios para o seu país emissor – e alguns custos, dos quais falaremos em outro texto.
Então, para saber como chegamos até aqui (e para onde caminhamos), precisamos entender como se desenrolou a história da moeda desde o início do Século XX.
Padrão ouro: instabilidade e fortes oscilações.
Até o início das duas grandes guerras mundiais, a moeda da Inglaterra (a Libra Esterlina) era a mais utilizada no mundo.
Mesmo assim, a moeda inglesa sofria fortes oscilações devido ao modo como era organizado o sistema de precificação das moedas na época – chamado de padrão ouro.
No padrão ouro, os países baseavam o valor de suas moedas de acordo com a quantidade de ouro disponível.
Com base nesse conjunto de regras, as variações de preço costumavam ser constantes e muito altas, o que causava um cenário de instabilidade e imprevisibilidade para que pessoas e empresas tomassem decisões de investimento e planejamento a médio e longo prazos.
Essa característica, certamente, não era favorável ao desenvolvimento dos países, pois, quanto maior a estabilidade e previsibilidade, melhores as condições para a prosperidade de uma nação.
O fim do padrão ouro: o Acordo de Bretton Woods (1944)
No entanto, após esse período de conflitos militares, a economia dos Estados Unidos emergiu como a grande potência mundial, financiando a reconstrução de diversos países no pós-guerra (inclusive de alguns ex-inimigos).
Deste modo, o caminho estava aberto para que os EUA exercessem sua influência sobre a construção das novas regras de convivência entre as nações.
Assim, em 1944 (ainda antes da rendição da Alemanha e do Japão), representantes de 45 países se reuniram em um hotel no estado de New Hampshire (EUA) para discutirem a respeito das novas regras de conduta econômica, comercial e financeira na nova configuração pós-guerra.
Ali, ficou acordado que o Dólar seria a principal moeda a ser utilizada internacionalmente e que seu valor estaria atrelado ao preço do ouro.
As demais moedas dos outros países, por sua vez, teriam apenas que acompanhar a variação do dólar frente ao ouro (com uma margem de variação de 1%).
Com esta nova configuração, ficou mais fácil manter a estabilidade dos preços das moedas dos países, criando, assim, um cenário mais previsível para investimentos e trocas comerciais entre os países. (isso é tão verdade que o período ficou conhecido como “Era de Ouro”).
Fim da conversibilidade ouro-dólar (1971)
Com o passar do tempo, os EUA começaram a entrar em sucessivos déficits comerciais em sua balança de pagamentos.
Isso contribuiu para que surgissem questionamentos a respeito da capacidade de os EUA honrarem a promessa de manter o dólar atrelado ao ouro.
Deste modo, em 1971, o presidente Nixon decretou o fim da conversibilidade entre ouro e dólar, ou seja, o preço do dólar estava livre para flutuar de modo independente ao preço do ouro – deixou de ser fixo.
Esse evento levantou preocupações das autoridades econômicas de todo o mundo, principalmente porque elevava as chances de instabilidade no sistema.
É nesse ambiente que os derivativos florescem do ponto de vista de adoção em grande escala com o progresso tecnológico – como você pode ver aqui.
Regime de câmbio flutuante (atual)
Atualmente, a comunidade internacional ainda adota o dólar como a principal meio para trocas comerciais (com mais de US$ 6 bilhões sendo negociados todos os dias na economia internacional), para reserva de valor (deixar o investimento guardado) e unidade de conta (contabilidade).
Isso ocorre por sua relativa estabilidade (frente às demais moedas disponíveis) e do forte peso que a economia dos EUA tem no mundo.
Além disso, mais de 60% das reservas dos países desenvolvidos estão depositadas no Tesouro Americano.
Inclusive, a China possui mais de US$ 1 trilhão depositados no Tesouro dos EUA.
Esses dados podem nos ajudar a enxergar o cenário mais amplo e perceber que, embora existam iniciativas e movimentos trabalhando para diminuição da dependência da moeda dos EUA, o dólar certamente continuará sendo a principal moeda usada no mundo por um bom tempo.
Fontes
einvestidor
infoescola
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