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CDB, RDB e FGC: o que significa essa sopa de letras?

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Foto: Zivika Kerkez / shutterstock

Resumo: Aqui você vai entender, de uma vez por todas, o significado dessas siglas do mercado financeiro. Você verá que não é nada difícil. As duas primeiras são produtos de investimento onde você pode alocar seu dinheiro, e a última é um fundo que dá mais segurança ao seu patrimônio. Texto com fins educativos. Não é uma recomendação de investimentos.

 

Mesmo que você esteja bem no início da caminhada de estudos sobre investimentos e finanças pessoais, muito provavelmente já se deparou com esta sopa de letras em algum lugar, seja através de conhecidos, pelas redes sociais ou até mesmo no aplicativo do seu banco digital

CDB e RDB, ainda que pareçam conceitos não muito fáceis de serem compreendidos inicialmente, nada mais são que títulos de renda fixa, isto é, são produtos de investimento conservadores (com baixo risco), cuja rentabilidade já é conhecida no momento da aplicação.

Por sua vez, o FGC é um colchão de segurança, um fundo criado para diminuir o risco de falência da instituição financeira que está custodiando (guardando) seus investimentos. Assim, mesmo em um cenário adverso, seu patrimônio está assegurado por esta iniciativa.

Vamos entender mais detalhadamente esses conceitos agora.

 

O que é CDB?

 

É a sigla para Certificado de Depósito Bancário, que é um produto de renda fixa, oferecido pelos bancos, para captação de recursos de seus clientes.

Para conseguirem clientes dispostos a emprestarem seu dinheiro para o banco, é oferecida uma taxa de remuneração por este investimento (a famosa taxa de juros).

Essa taxa de juros do CDB fica sempre em um patamar muito próximo do valor do CDI (valor da taxa de juros praticada diariamente entre bancos) que, por sua vez, também fica sempre próximo da taxa Selic.

Resumo da ópera: toda vez que você vir a oferta de um produto de investimento com a remuneração divulgada da seguinte maneira:

  • Aqui rende 102% do CDI.
  • Seu investimento rendendo 110% do CDI

Tome cuidado! Infelizmente, muitas pessoas acabam caindo nesta armadilha semântica e acham que seus investimentos irão ter uma rentabilidade maior de 100% no período indicado.

Desse modo, o que ocorre é que a remuneração por esse investimento será muito próxima a da Taxa Selic, e não algo com rentabilidade acima da média.

De qualquer maneira, você pode sim encontrar CDBs emitidos por instituições sólidas e com uma taxa de remuneração justa. Preste atenção apenas ao período de vencimento do título, isto é, quando você poderá resgatar esse investimento acrescido dos juros deste intervalo de tempo.

Chamamos sua atenção para este dado porque alguns títulos oferecidos possuem vencimento acima de 5 anos e, se você precisar resgatar seu dinheiro antes da data estipulada, talvez não receba toda a remuneração esperada.

Por isso é importante sempre estar com o planejamento em dia, para não passar aperto desnecessário.

Agora, se um intervalo de 5 anos ainda representa muito tempo para você, saiba que existem CDBs de liquidez diária. Esses produtos oferecem a praticidade e a tranquilidade de você poder contar com esse dinheiro para algum imprevisto, e ainda fica rendendo juros normalmente. Por esse motivo, este é um dos produtos indicados para se colocar sua reserva de emergência.  

 

Na prática – simulação de investimento no CDI

 

Vamos supor que você tenha R$ 5.000,00 para investir em um CDB.

A taxa de rentabillidade do título em questão é de 120% do CDI.

Passo 1: Precisamos saber, agora, qual o valor atual do CDI.

    • Entrando no site da B3, descobrimos que, atualmente, ela está na casa dos 10,65% a.a. (ao ano)
    • Dessa forma, precisamos apenas multiplicar esse número (10,65) por 1,2.
    • Assim, encontramos o valor de 120% do CDI.

Fazendo as contas, chegamos ao resultado: 120% do CDI, hoje, equivale a uma taxa de 12,78% a.a.

Passo 2: Com o valor do CDI em mão, descobrimos o rendimento do título de CDB no ano.

  • Valor inicial: R$ 5,000
  • Taxa de juros: 12,78% a.a.

Valor final: ao término do período, a pessoa terá R$ 5.639,00

 

O que é RDB?

 

Embora a sigla seja parecida, RDB não é a banda mexicana que fez sucesso com o público teen na década passada.

Da mesma forma que o CDB, o RDB também é um título privado de renda fixa (como alternativa aos títulos públicos). 

Os chamados Recebíveis de Depósitos Bancários podem ser emitidos por sociedades de crédito e financiamento e por cooperativas, e não apenas por bancos. 

Por este motivo, vemos algumas fintechs, com contas de pagamento, oferecendo investimentos na forma de RDB, e não no CDB tradicional.

Outra diferença do RDB com relação ao CDB é que o primeiro é intransferível e inegociável.

 

Tributação

 

Para os dois produtos de investimento, a tributação do imposto de renda é decrescente em função do prazo da aplicação:

  • Aplicações até 180 dias: 22,5%
  • Aplicações até 181 a 360 dias: 20%
  • Aplicações até 361 a 720 dias: 17,5%
  • Aplicações acima de 720 dias: 15%

Para prazos inferiores a 30 dias, incidirá o IOF (imposto sobre operações financeiras), também conforme a Tabela Regressiva de IOF.

Não é necessário se preocupar com o pagamento dos impostos, visto que o próprio banco recolhe para o fisco a parte que lhe é devida.

Mas tenha cuidado: é importante guardar corretamente os informes de rendimentos fornecidos pela instituição para a hora da sua declaração anual de imposto de renda.

 

Rentabilidade

 

Com relação à rentabilidade, os títulos privados podem ser:

  • Pré-fixados: onde você já conhece a rentabilidade para o período de investimento logo na contratação do produto. 
  • Pós-fixados: onde a rentabilidade do investimento será conhecida após o término do contrato, geralmente acompanhando algum índice de inflação.
  • Híbridos: aqueles que mesclam elementos dos dois anteriores, com parte da rentabilidade pré-fixada, e outra parte pós-fixada.

 

Riscos

 

Quanto aos riscos, por se tratar da modalidade de renda fixa, são considerados investimentos conservadores, de baixo risco.

Mas é sempre bom ressaltar que não existe investimento totalmente livre de riscos. Portanto, antes de aplicar seu suado dinheiro em um título (público ou privado), procure saber mais sobre a saúde financeira da instituição em que você está investindo.

Dica extra: geralmente, existem notas dadas por agências de classificação aos produtos oferecidos pelas instituições. Dessa forma, procure sempre privilegiar produtos próximos da classificação “A”.

No pior dos cenários, caso a instituição em que você tem seus títulos declare falência, o CDB e o RDB estão protegidos pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC).

 

O que é FGC?

 

O Fundo Garantidor de Créditos – FGC é uma entidade privada que administra um mecanismo de proteção aos correntistas, aos poupadores e aos investidores. 

Esse mecanismo de proteção permite recuperar os depósitos ou créditos mantidos em instituição financeira até o limite de R$ 250 mil (por instituição) em caso de intervenção, liquidação ou falência da Instituição Financeira, e até R$1 milhão por CPF durante 4 anos. 

Lembrando que, nestes R$250 mil garantidos, já estão inclusas as potenciais rentabilidades positivas de seus investimentos. Dessa forma, caso você tenha investido R$ 250 mil em uma instituição e o investimento já apresentava uma rentabilidade positiva, você não poderá recuperar esse valor acima dos R$ 250 mil.

Todas as instituições financeiras registradas no Banco Central são compulsoriamente associadas ao FGC. 

Dentre os ativos garantidos, estão: CDBs RDBs, LCAs, LCIs, entre outros

 

Leia também: Investi em uma financeira pouco conhecida e ela quebrou. E agora?

 

Referências 

CVM (Comissão de Valores Mobiliários)

FGC (Fundo Garantidor de Créditos)

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