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Os bilionários que não deixarão herança para os filhos

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Dreamstime - Iakov Filimonov

Resumo – Por que existe um número cada vez maior de bilionários que não pretende deixar grandes volumes financeiros de herança para seus filhos?

 

Hoje vamos abordar um tema que gera bastante debate: a decisão de alguns ricos de não deixar herança para os filhos. De acordo com um ranking da revista Forbes de 2024, o mundo contava com 2.781 bilionários. 

Embora a quantidade de pessoas dispostas a doar parte de suas fortunas para promover a igualdade seja pequena, essa prática certamente chama a atenção. 

Vamos explorar casos famosos, os pontos positivos e negativos dessa prática e como ela pode impactar a educação financeira dos herdeiros.

 

Casos Famosos

 

Entre os bilionários que decidiram não deixar grandes fortunas para seus filhos, alguns nomes se destacam:

    • Warren Buffett: Um dos investidores mais bem-sucedidos do mundo, Buffett anunciou que a maior parte de sua fortuna será doada para caridade, deixando apenas uma pequena parte para seus filhos. Ele acredita que deixar muito dinheiro pode desincentivar o trabalho duro e a realização pessoal. Em uma entrevista ao Washington Post em 2014, Buffett afirmou que seus três filhos receberão cerca de US$ 2,1 bilhões em ações da Berkshire Hathaway cada um, o que representa uma fração de sua fortuna total de US$ 101,7 bilhões. Segundo Buffett, ele quer deixar “dinheiro suficiente para que eles sintam que podem fazer qualquer coisa, mas não tanto que possam ficar sem fazer nada“.
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    • Bill Gates: Co-fundador da Microsoft, Gates e sua ex-esposa Melinda, junto com Warren Buffett, criaram o Giving Pledge, um movimento que reúne bilionários comprometidos a doar a maior parte de sua riqueza ainda em vida. De acordo com várias entrevistas ao longo dos anos, Gates revelou que seus três filhos herdarão “apenas” US$ 10 milhões cada um. Em uma declaração no Twitter, Gates mencionou sentir “a obrigação de devolver meus recursos à sociedade de maneira que tenham o maior impacto para reduzir o sofrimento e melhorar vidas. E espero que outros em posições de grande riqueza e privilégio também intensifiquem suas doações neste momento.”
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    • Mark Zuckerberg: O fundador do Facebook prometeu doar 99% de suas ações da empresa ao longo de sua vida, através da Iniciativa Chan Zuckerberg. Em um post no Facebook, Zuckerberg declarou: “Queremos que você (Max) cresça em um mundo melhor do que o nosso hoje. Faremos nossa parte para que isso aconteça, não apenas porque te amamos, mas também porque temos uma responsabilidade moral para todas as crianças na próxima geração.”
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    • Marlene Engelhorn: Estudante de literatura em Viena e descendente dos fundadores da Basf, uma gigante química multinacional, Marlene Engelhorn decidiu que vai rejeitar 90% de uma herança de 4,2 bilhões de euros (aproximadamente R$ 21,9 bilhões). Ela acredita que a riqueza que não foi fruto de seu trabalho não a traria felicidade. Engelhorn, membro da organização Milionários Pela Humanidade, que defende uma tributação justa para os super-ricos, receberá o dinheiro após a morte de sua avó. Em uma entrevista, ela afirmou: “Essa não é uma questão de querer, mas uma questão de justiça. Eu não fiz nada para receber esta herança. Foi pura sorte na loteria do nascimento. Uma coincidência.”

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    • Charles “Chuck” Feeney: Empresário americano e criador da marca Duty Free Shoppers, Feeney doou quase US$ 8 bilhões (aproximadamente R$ 40 bilhões) para caridade até 2020. Filho de uma enfermeira e de um corretor de seguros, Feeney fez a maior parte de suas doações de forma anônima, sendo conhecido como o “James Bond” da filantropia. Em uma entrevista à BBC em 2017, ele explicou que preferia fazer as doações em segredo para evitar explicações. Hoje, ele é considerado um “ex-bilionário”.
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    • Jeremy e Hannelore Grantham: O britânico Jeremy Grantham, um dos fundadores da empresa de gestão de ativos Grantham, Mayo e van Otterloo, e sua esposa Hannelore Grantham, criaram a Grantham Foundation em 1997 para arrecadar fundos destinados a causas ambientais e sociais. Em 2019, o casal se comprometeu a doar US$ 1 bilhão, o que equivale a 98% de sua fortuna, para essas causas.
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    • Anderson Cooper: O renomado jornalista e âncora da CNN, Anderson Cooper, que possui uma fortuna estimada em US$ 200 milhões (aproximadamente R$ 1 bilhão), declarou em entrevista ao podcast “Morning Meeting” que não pretende deixar uma grande herança para seu filho, Wyatt Morgan Cooper. Cooper afirmou: “Vou fazer a mesma coisa que meus pais fizeram, falar: ‘A sua faculdade vai ser paga. A partir daí, você tem que se virar‘.”
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    • Bryan Clayton: fundador e CEO da GreenPal, uma plataforma que conecta profissionais de jardinagem a clientes que necessitam de serviços de paisagismo, compartilhou sua visão sobre este assunto em uma entrevista ao GOBankingRates. Segundo Clayton, a teoria por trás dessa decisão é que ao nascerem ricos, os filhos podem perder as ferramentas essenciais para alcançar o sucesso por conta própria. Se ele simplesmente passasse toda a sua riqueza para os filhos, que incentivo eles teriam para construir algo por conta própria? Na sua visão, seus filhos podem herdar uma grande “montanha de dinheiro” ou as habilidades e mentalidade necessárias para alcançar o sucesso por mérito próprio, mas não ambos.

 

Para quem doar?

 

Como vimos, muitos bilionários que optam por não deixar grandes heranças aos seus filhos direcionam suas fortunas para causas que consideram importantes. 

Em uma entrevista à CNN, Jeff Bezos, fundador da Amazon, destacou que o maior desafio é encontrar maneiras de doar que realmente gerem impacto. Ele comparou a complexidade da filantropia com a construção de sua própria empresa, afirmando que ambas exigem trabalho duro e equipes muito inteligentes. 

 

Pontos positivos que esta atitude pode proporcionar

 

Há diversos aspectos positivos em decidir não deixar uma grande herança para os filhos. Em primeiro lugar, essa prática pode incentivar uma ética de trabalho mais forte e promover a independência. Sem a expectativa de uma grande herança, os filhos são motivados a criar suas próprias carreiras e fortunas, desenvolvendo resiliência e habilidades essenciais ao longo do caminho. 

Além disso, a ausência de uma grande herança pode reduzir conflitos familiares, já que grandes quantias de dinheiro podem gerar disputas e ressentimentos entre os membros da família. 

Por fim, destinar fortunas para causas filantrópicas pode ter um impacto positivo significativo na sociedade, contribuindo para a educação, saúde e outras áreas essenciais.

 

Desvantagens dessa medida

 

No entanto, essa prática também tem seus pontos polêmicos. A ausência de um “colchão financeiro” pode aumentar a pressão sobre os filhos para terem sucesso, o que pode levar a altos níveis de estresse e ansiedade. 

Além disso, mesmo com a intenção de promover a independência, a falta de herança pode acentuar comparações e ressentimentos, especialmente se os filhos não conseguirem alcançar um nível de conforto financeiro por conta própria. 

Questões culturais e pessoais também podem surgir, já que em muitas culturas, deixar herança é uma tradição importante e um símbolo de cuidado e responsabilidade familiar. A decisão de não deixar herança pode ser vista negativamente nesses contextos.

 

Impacto na Educação Financeira dos Filhos

 

A decisão de não deixar uma grande herança pode ter um impacto profundo na educação financeira dos filhos. Eles precisam aprender a gerir suas finanças desde cedo, desenvolvendo habilidades como planejamento financeiro, entendendo o valor do dinheiro e o esforço necessário para ganhá-lo, e aprendendo sobre investimentos e a importância de diversificar. 

Ao mesmo tempo, é essencial que os pais proporcionem uma educação ampla, oferecendo recursos e orientação para que os filhos se tornem financeiramente independentes e responsáveis.

Gostou do tema? Deixe seu comentário abaixo e compartilhe suas opiniões sobre essa prática! E não se esqueça de acompanhar nossa plataforma para mais conteúdos sobre finanças pessoais e investimentos.

Até a próxima!

Por João Victorino

João Victorino é administrador de empresas e especialista em finanças pessoais. Formado em Administração de Empresas e com MBA pela FIA - USP. Executivo em empresas multinacionais nas áreas de desenvolvimento de negócios, marketing e estratégia. Possui ampla experiência no empreendedorismo e hoje divide esses aprendizados. Para isso, o especialista criou e lidera o canal A hora do dinheiro , com conteúdo gratuito e uma linguagem simples, objetiva e inclusiva.

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