Sumário

Tamanho da fonte-+=
Tamanho da fonte-+=

Quanto custa ter um bebê no Brasil? Guia completo de gastos e planejamento financeiro

5 min para ler
Tamanho da fonte-+=
Quanto custa ter um bebê no Brasil? Guia completo de gastos e planejamento financeiro
Dreamstime - Vinicius Tupinamba

Resumo – Quanto custa ter um bebê no Brasil? Descubra os principais gastos nos primeiros anos de vida, como se preparar financeiramente e dicas práticas para poupar.

 

Ter um filho é um momento mágico, mas também exige preparo financeiro. Entre toda a emoção da chegada, muitas famílias acabam se esquecendo de considerar os custos envolvidos. E não são poucos: enxoval, parto, vacinas, fraldas, consultas médicas, creche, alimentação e muito mais.

Neste guia, vamos detalhar quanto custa ter um bebê no Brasil, quanto a família deve reservar para os primeiros anos de vida da criança e como se organizar financeiramente para essa nova fase.

 

Por que pensar no planejamento financeiro antes de ter um bebê

 

O impacto vai além das contas do mês. Um estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV) mostra que metade das mulheres acabam desligadas do emprego até dois anos após a licença-maternidade. Ou seja, se preparar não é apenas prudente, mas estratégico: garante qualidade de vida para toda a família e ajuda a evitar sufocos.

 

O que entra na conta

 

1) Enxoval

Berço, carrinho, bebê-conforto, banheira, roupas básicas, monitor… a lista é longa.

  • Estimativa: R$ 4.000 a R$ 25.000 no Brasil

  • Para famílias de classe média que optam por itens de boa qualidade, o valor costuma ficar entre R$ 7.000 e R$ 12.000

2) Pré-natal, parto e pós-parto

  • Via SUS: pré-natal, parto e vacinas são gratuitos; basta ir à UBS e à maternidade de referência.

  • Particular: os pacotes variam bastante. Um parto normal pode custar a partir de R$ 6.600, e uma cesárea, R$ 8.800. Em hospitais de referência, o custo pode chegar a R$ 10.000 a R$ 20.000 só do parto, sem contar os honorários médicos, que podem custar de R$ 5.000 a R$ 10.000 à parte.

3) Vacinas do bebê (0–36 meses)

  • Pelo SUS: são gratuitas nas UBS, seguindo o Calendário Nacional.

  • Rede privada (opcional): pacotes pagos podem custar mais de R$ 5.000, dependendo das vacinas incluídas (pentavalente acelular, pneumo 13, meningos conjugadas etc.).

4) Fraldas descartáveis (0–36 meses)

  • Custo médio mensal: R$ 300 a R$ 450 no 1º e 2º ano. Depois, o consumo diminui conforme a criança desfralda (geralmente entre 2 e 3 anos).

  • Estimativa total em 36 meses: R$ 9.600 a R$ 14.400

  • Obs.: se a família estiver disposta a lidar com lavagem e logística, as fraldas ecológicas podem reduzir significativamente os gastos — às vezes cortando quase pela metade em relação às descartáveis.

5) Itens de higiene e farmácia

Lenços, pomadas, sabonete, shampoo, termômetro… o gasto recorrente fica em torno de R$ 100 a R$ 200 por mês, ou R$ 3.600 a R$ 7.200 em três anos.

 

6) Alimentação

  • Amamentação: reduz bastante os custos no primeiro ano.

  • Fórmula infantil (se necessária): cerca de R$ 400/mês, totalizando R$ 4.800 no primeiro ano. A partir do segundo ano, geralmente a criança passa a se alimentar junto com a família.

7) Pediatra e exames

  • No SUS ou em plano de saúde: o gasto direto costuma ser baixo.

  • Particular: consultas podem custar cerca de R$ 450 em cidades como São Paulo (os valores variam bastante, pesquise na sua cidade).

8) Creche ou educação infantil (opcional)

  • Mensalidades privadas variam de R$ 450 a R$ 2.000/mês, podendo ultrapassar R$ 4.000 em escolas bilíngues ou de elite.

  • Em São Paulo, escolas de classe média costumam cobrar entre R$ 800 e R$ 1.500/mês.

Acompanhe nosso canal no youtube

Como se preparar financeiramente para ter um bebê

 

  1. Liste todos os gastos previstos: enxoval, parto, fraldas, alimentação, consultas e creche.

  2. Monte a “reserva do bebê”: em vez da tradicional reserva de emergência, crie um fundo específico para cobrir despesas ligadas à chegada e aos primeiros anos do seu filho. O ideal é guardar o equivalente a 6 meses de custos da casa + gastos estimados do bebê.

  3. Comece a poupar antes: se o custo estimado até 3 anos for R$ 60 mil, poupar R$ 1.500 por mês a partir de um ano antes já cobre o valor. Se começar mais tarde, o esforço mensal será maior, mas ainda viável. É importante investir esses valores em um produto conservador (títulos públicos, CDB de bancão, Fundos renda fixa alocados 100% em títulos públicos, com baixas taxas de adm) e com liquidez boa – para evitar surpresas desagradáveis.

  4. Ajuste o orçamento: reveja despesas fixas como assinaturas, transporte e lazer. Crie um “envelope do bebê” para fraldas, higiene e roupas.

  5. Considere plano de saúde ou seguro: mesmo usando o SUS, um plano pode ajudar a cobrir emergências e consultas, principalmente nas áreas de parto, pediatria e UTI neonatal.

  6. Foque no essencial: concentre-se em berço, carrinho, bebê-conforto e roupas básicas. Roupinhas extras e brinquedos podem ser adquiridos aos poucos, sem pesar no bolso.

  7. Planeje a creche com antecedência: pesquise valores e disponibilidade antes da hora. Essa costuma ser a maior despesa após o primeiro ano.

  8. Avalie investimentos de longo prazo: abrir uma previdência privada ou fundo de investimento com aportes de R$ 200 a R$ 300 por mês pode gerar bons recursos para a educação da criança em 15 ou 20 anos.

  9. Considere apoio da família e amigos: em vez de presentes físicos, uma alternativa prática é receber Gift Cards do Tesouro Direto. O valor fica aplicado em títulos públicos, rende com o tempo e pode ser usado futuramente para os gastos do bebê.

Como fazer o seu planejamento

 

O custo de ter um bebê no Brasil varia bastante, mas pode facilmente ultrapassar dezenas de milhares de reais nos primeiros três anos. A melhor forma de enfrentar esse desafio é se organizar com antecedência: criar a sua “reserva do bebê”, ajustar o orçamento da casa, focar no essencial e, se possível, investir em alternativas de longo prazo.

Além disso, vale incluir a rede de apoio no planejamento. Em vez de presentes que perdem a utilidade rapidamente, os Gift Cards do Tesouro Direto permitem que familiares e amigos contribuam para o futuro financeiro da criança, com dinheiro aplicado em títulos públicos que rendem ao longo do tempo.

Planejar, poupar e priorizar são as chaves para transformar a chegada do bebê em um período de alegria e tranquilidade, sem sufocos financeiros. Quanto mais cedo começar, mais leve será essa nova fase da vida da família.

 

Fontes

 

Ministério da Saúde (s.d.). “Vacinação”. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/vacinacao

Melhores Escola (s.d.). “Descubra o valor médio da mensalidade de escolas particulares no Brasil”. Disponível em: https://www.melhorescola.com.br/artigos/descubra-o-valor-medio-da-mensalidade-de-escolas-particulares-no-brasil

Exame (s.d.). “Quanto custa ter um filho no Brasil? Gastos por faixa etária”. Disponível em: https://meutudo.com.br/blog/quanto-custa-um-filho/

Quero Bolsa (s.d.). “Educação Infantil em São Paulo – Tatuapé”. Disponível em: https://querobolsa.com.br/escolas/etapa-de-ensino/educacao-infantil/sao-paulo-sp/tatuape

CNN Brasil (2025). “Ranking mostra as 10 escolas mais caras do Brasil em 2025; veja lista”. Disponível em: https://www.cnnbrasil.com.br/educacao/ranking-mostra-as-10-escolas-mais-caras-do-brasil-em-2025-veja-lista

Olhar Green (s.d.). “Fralda ecológica: economia, conforto e sustentabilidade em cada troca”. Disponível em: https://olhargreen.com.br/fralda-ecologica-economia-conforto-e-sustentabilidade/

Por João Victorino

João Victorino é administrador de empresas e especialista em finanças pessoais com ampla experiência no mundo corporativo, liderando unidades de negócios, equipes e transformado estratégia em prática por todas as empresas em que trabalhou. Liderou grandes negociações com instituições financeiras de grande porte, com impacto de bilhões de reais em faturamento e receita.

Formado em Administração de Empresas e com MBA pela FIA – USP, professor de MBA do IBMEC, colunista da Investing.com, entre outras atividades.

Empreendeu em várias empresas como investidor, em paralelo com a vida executiva, e aprendeu com sucessos e fracassos nesse segmento.

Entendeu e aplicou a importância de ter equilíbrio financeiro ao longo de mais de 30 anos de investimentos em vários setores, com amplo sucesso. Fez 1 milhão de reais de patrimônio antes dos 30 anos de idade, e hoje divide esses aprendizados.

Para isso, criou e lidera a iniciativa A hora do dinheiro, com uma linguagem simples, objetiva e inclusiva.

Você também pode se interessar:

9 Visualizações
0Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *