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Notas descartadas de real viram materiais para cadeiras e outros objetos

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Notas descartadas de real viram materiais para cadeiras e outros objetos
Cadeira do Projeto Tran$forma - Divulgação / Equipa Group

Resumo Notas descartadas de real viram materiais para cadeiras e outros objetos. Parceria com a Casa da Moeda reaproveita papel-moeda com falhas e vira exemplo de sustentabilidade criativa.

 

Notas de real viram materiais para cadeiras e outros objetos

 

Parceria de empresa com Casa da Moeda busca ampliar tempo de uso do papel-moeda com falhas de impressão.

 

Já imaginou sentar numa cadeira feita de dinheiro?

 

Sim, é isso mesmo que você leu. Um projeto brasileiro chamado Tran$forma está reaproveitando cédulas de real que nunca circularam para criar cadeiras, pufes, almofadas e até objetos decorativos. E não, não é exagero: o material vem direto da Casa da Moeda do Brasil, onde milhares de cédulas são descartadas todo ano por falhas de impressão ou corte.

 

O que acontece com o dinheiro que nasce com defeito?

 

Por ano, cerca de 200 toneladas de papel-moeda são descartadas antes mesmo de saírem da fábrica. Essas cédulas nunca chegaram aos nossos bolsos. Mas mesmo assim, têm uma composição resistente: fibras de algodão, o que garante durabilidade e abre espaço para novos usos.

Foi aí que entrou a empresa paulista Equipa Group, especializada no setor moveleiro. Desde 2019, ela tem um contrato com a Casa da Moeda que permite transformar essas sobras em novos produtos. O mais interessante? A empresa ainda paga pelo acesso aos resíduos e divide parte dos lucros com a estatal.

Curiosamente, outro exemplo de oportunidade de aproveitamento de cédulas está no varejo financeiro, onde casas de câmbio costumam aplicar taxas de conversão mais favoráveis para cédulas com pequenos defeitos, já que existe maior dificuldade em repassar adiante notas danificadas. Ou seja, até no dinheiro imperfeito pode haver oportunidade.

 

Um novo ciclo de vida para o que antes era lixo

 

As notas já chegam trituradas à fábrica da Equipa, e são combinadas com outros materiais para virar móveis e peças de design. A ideia é prolongar a vida útil de um recurso que, apesar de não ter valor monetário, tem valor de matéria-prima.

Já teve cadeira, banco, almofada e até uma homenagem ao Cristo Redentor feitos com esse papel-moeda reaproveitado. Alguns produtos estão voltados ao mercado de luxo, com preços que variam bastante – tem cadeira de R$ 200, mas também tem de R$ 7.000.

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E por que isso é importante?

 

Porque dinheiro desperdiçado não é só papel no lixo. É algodão, tinta, energia elétrica, trabalho humano, logística… E reaproveitar tudo isso ajuda o meio ambiente, a economia e ainda pode virar arte, conforto e até símbolo de transformação.

Mais do que uma curiosidade, o projeto mostra que dá pra ter criatividade e sustentabilidade mesmo em áreas que ninguém imaginava (como a impressão de dinheiro).

 

E o que acontece com as notas que saem de circulação?

 

Essas, que já passaram de mão em mão, não entram no projeto. Os bancos as recolhem e elas vão para o Banco Central, que tritura tudo e transforma em blocos prensados. Esses resíduos serão usados como combustível em fornos de cimento, reduzindo o volume de lixo nos aterros sanitários.

Só em 2023, foram mais de 1.600 toneladas de cédulas aposentadas.

 

Por que estou te contando isso?

 

Porque educação financeira também tem a ver com entender o valor das coisas: e não só o preço delas. Saber que até mesmo uma nota “sem valor” pode ser reaproveitada é um lembrete poderoso: nossos recursos são finitos, e precisamos usá-los com inteligência.

Ah, e se você curtiu esse tema, aproveite pra explorar outros conteúdos aqui no portal de A Hora do Dinheiro. Tem muita dica útil, história e reflexão importante sobre como lidar melhor com seu dinheiro (mesmo quando ele parece ter perdido o valor).

 

Fonte

Folha de S. Paulo

Por João Victorino

João Victorino é administrador de empresas e especialista em finanças pessoais com ampla experiência no mundo corporativo, liderando unidades de negócios, equipes e transformado estratégia em prática por todas as empresas em que trabalhou. Liderou grandes negociações com instituições financeiras de grande porte, com impacto de bilhões de reais em faturamento e receita.

Formado em Administração de Empresas e com MBA pela FIA – USP, professor de MBA do IBMEC, colunista da Investing.com, entre outras atividades.

Empreendeu em várias empresas como investidor, em paralelo com a vida executiva, e aprendeu com sucessos e fracassos nesse segmento.

Entendeu e aplicou a importância de ter equilíbrio financeiro ao longo de mais de 30 anos de investimentos em vários setores, com amplo sucesso. Fez 1 milhão de reais de patrimônio antes dos 30 anos de idade, e hoje divide esses aprendizados.

Para isso, criou e lidera a iniciativa A hora do dinheiro, com uma linguagem simples, objetiva e inclusiva.

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