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Resumo – O que muda nos investimentos com a Selic a 14,25% ao ano? Entenda como a alta da Selic impacta o Tesouro Selic, CDBs e poupança, veja simulações reais e descubra qual aplicação rende mais após o desconto do Imposto de Renda.
O cenário econômico mudou: a inflação subiu e a taxa Selic voltou a patamares elevados, atingindo 14,25% ao ano. Mas, afinal, o que isso significa para os seus investimentos? E como essa alta impacta aplicações conservadoras como o Tesouro Selic, CDBs e a famosa poupança?
Neste texto, vamos explorar os principais efeitos da Selic alta, fazer simulações reais e te mostrar como a tributação influencia os rendimentos líquidos de cada aplicação. Continue lendo até o final para entender onde seu dinheiro pode render mais nesse novo cenário.
Como a alta da Selic impacta os investimentos?
Em primeiro lugar, é importante entender que a Selic é a taxa básica de juros da economia brasileira. Ela influencia diretamente o rendimento das aplicações de renda fixa e o custo do crédito, com impactos em todas as esferas de nossa vida econômica.
Com a Selic a 14,25% ao ano, investimentos atrelados a ela — como o Tesouro Selic — se tornam mais atrativos. O mesmo acontece com CDBs indexados ao CDI, que acompanha de perto a taxa básica.
Por outro lado, a poupança, que tem uma regra de rendimento própria, perde ainda mais competitividade. Ainda assim, eu a defendo fortemente contra o ataque infundado de muitos influenciadores de finanças na internet.
O motivo é simples: para quem está começando a investir agora e ainda não entende muito bem a dinâmica dos investimentos em renda fixa, a poupança é sim uma ótima porta de entrada e, mesmo em períodos incertos, garante uma certa rentabilidade, sem riscos, e é protegida pelo FGC.
Simulação: R$ 1.000 aplicados por um ano
Para facilitar a comparação, veja abaixo quanto renderiam R$ 1.000 investidos por 12 meses em três aplicações populares: Tesouro Selic, CDB que rende 100% do CDI e Poupança.
Vamos considerar a alíquota de Imposto de Renda para o prazo de um ano, que é de 17,5% sobre o lucro em Tesouro e CDB.
Tesouro Selic
Rendimento bruto:
Selic de 14,25% ao ano → rendimento bruto de R$ 142,50.
Desconto do IR (17,5% sobre o lucro):
R$ 142,50 x 17,5% = R$ 24,94 de imposto.
Rendimento líquido:
R$ 142,50 – R$ 24,94 = R$ 117,56
Obs: Os títulos do tesouro selic ainda rendem um pouco mais que a taxa selic, com o adicional girando em torno de 0,05% para títulos de vencimento mais curto, e 0,1% para títulos de vencimento mais longo.
CDB que rende 100% do CDI
Como o CDI está próximo da Selic, a simulação é bastante parecida.
Rendimento bruto:
CDI de 14,15% ao ano → rendimento bruto de R$ 141,50.
Desconto do IR (17,5% sobre o lucro):
R$ 141,50 x 17,5% = R$ 24,76 de imposto.
Rendimento líquido:
R$ 141,50 – R$ 24,76 = R$ 116,74
Poupança
Com a Selic acima de 8,5%, a poupança rende fixos 0,5% ao mês + TR. Como a TR segue praticamente zerada, vamos considerar apenas o rendimento fixo:
Rendimento anual:
0,5% ao mês → 6,17% ao ano.
R$ 1.000 x 6,17% = R$ 61,70 (isento de IR)
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Aplicação | Rendimento líquido (12 meses) |
---|---|
Tesouro Selic | R$ 117,56 |
CDB a 100% do CDI | R$ 116,74 |
Poupança | R$ 61,10 |
Como podemos ver, tanto o Tesouro Selic quanto o CDB superam com folga o rendimento da poupança. Além disso, a diferença entre o Tesouro e o CDB é pequena, o que reforça a necessidade de comparar outros fatores antes de investir, como liquidez e segurança.
E a tributação, como impacta?
Outro ponto fundamental é a tributação. Enquanto o Tesouro Selic e o CDB sofrem o desconto de IR, a poupança é isenta. Porém, mesmo com a mordida do Leão, os investimentos atrelados à Selic e ao CDI se saem melhor.
Vale lembrar que o IR sobre essas aplicações segue uma tabela regressiva. Assim, quanto mais tempo o dinheiro ficar aplicado, menor será a alíquota — podendo cair para 15% a partir de 2 anos.
Afinal, onde investir com a Selic a 14,25%?
Diante de tudo isso, o que vemos é que a Selic alta favorece a renda fixa. Tesouro Selic e CDBs de bancos sólidos passam a oferecer um bom retorno real (acima da inflação).
Por outro lado, a poupança segue cada vez menos atrativa em termos de rentabilidade. Mesmo isenta de IR, o rendimento não acompanha o que o mercado oferece.
Portanto, se você busca segurança e boa rentabilidade, vale considerar migrar seus recursos da poupança para o Tesouro Direto ou para CDBs de bancos confiáveis. Só não se esqueça de observar o prazo de resgate e o FGC (Fundo Garantidor de Créditos) no caso dos CDBs.
Oportunidade ou não?
Em resumo, a Selic a 14,25% ao ano transforma o cenário da renda fixa e traz excelentes oportunidades para o investidor conservador. Ainda assim, a atenção aos detalhes — como prazos, impostos e liquidez — faz toda a diferença.
Quer ler mais conteúdos como este e ficar por dentro das melhores opções de investimento? Então, continue acompanhando o portal A Hora do Dinheiro!


Por João Victorino
João Victorino é administrador de empresas e especialista em finanças pessoais. Formado em Administração de Empresas e com MBA pela FIA - USP. Executivo em empresas multinacionais nas áreas de desenvolvimento de negócios, marketing e estratégia. Possui ampla experiência no empreendedorismo e hoje divide esses aprendizados. Para isso, o especialista criou e lidera o canal A hora do dinheiro , com conteúdo gratuito e uma linguagem simples, objetiva e inclusiva.