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Resumo – Quais foram os melhores investimentos do 1º semestre de 2025? Veja aqui o ranking com os principais ganhadores do período.
Com seis meses de 2025 completos, já dá pra olhar no retrovisor e ver quais investimentos se destacaram (e quais decepcionaram) nessa primeira metade do ano. Como sempre, o desempenho passado não garante o futuro, mas nos dá pistas importantes sobre tendências e movimentos globais.
Vamos aos números?
Reserva milenar: o ouro brilhou (de novo)
O ouro foi, mais uma vez, um dos grandes destaques do semestre, com valorização de +25,87%. Em tempos de incerteza, tensões geopolíticas e dúvidas sobre a sustentabilidade da dívida americana (com bancos centrais de vários países aumentando suas reservas deste metal precioso), ele continua a ser visto como porto seguro.
A continuidade da inflação global, as guerras comerciais e o aumento das tensões militares contribuíram para essa busca por proteção, empurrando o dólar para baixo frente a várias moedas, inclusive o real.
Real em alta frente ao dólar
Falando em real, a moeda brasileira teve um desempenho surpreendente frente ao dólar no semestre: +12,18%. Em outras palavras, o dólar caiu 12,18%. Isso ocorreu não apenas por fatores internos (como os juros ainda elevados), mas também por uma fraqueza do próprio dólar no cenário global.
A bolsa brasileira deu show
Enquanto o investidor americano ainda digeria os impactos da guerra comercial e das incertezas com juros, o Ibovespa subiu +15,44% no semestre, superando com folga os principais índices internacionais.
O que explica essa alta? Empresas ligadas a commodities, bancos e setores que estavam descontados acabaram se beneficiando do fluxo estrangeiro e do apetite ao risco renovado no fim do semestre.
Criptoativos e bolsas americanas se recuperam
O começo do ano foi turbulento para ativos de risco. A combinação entre guerra comercial, alta nos juros longos dos EUA e temores com inflação fizeram o mercado balançar. Mas a recuperação veio, e com força.
- Bitcoin: +14,8%
- S&P 500: +5,5%
- Nasdaq: +7,93%
- Dow Jones: +3,64%
Apesar de não superarem o Ibovespa ou o ouro, a recuperação no segundo trimestre mostra que os investidores estão voltando a confiar no potencial de crescimento de empresas americanas, principalmente nas ligadas à tecnologia.
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Europa e Ásia: destaques inesperados
O grande destaque internacional veio da Coreia do Sul, com o índice Kospi subindo +28,01%, refletindo uma reavaliação dos ativos locais e uma recuperação forte em setores ligados à exportação.
Outro ponto de atenção foi a Alemanha: o índice DAX subiu +20,09%. Esse desempenho pode ser visto como resultado de um movimento chamado rotação cíclica, em que investidores buscam ativos que ficaram baratos nos últimos anos em comparação aos americanos.
Outros mercados também fecharam o semestre no positivo, mas em um tom mais modesto:
- CAC 40 (França): +3,68%
- Nikkei (Japão): +1,49%
- CSI 300 (China): +3,03%
Imóveis: valorização acima da inflação
Com os juros ainda altos, o setor imobiliário brasileiro mostra rentabilidade moderada na média. O índice FIPE ZAP aponta uma valorização média de +2,86% de janeiro até maio (considerando apenas os preços de venda, sem levar em conta a renda com alugueis).
No mercado de fundos imobiliários, o IFIX subiu +11,79% no semestre, refletindo a retomada gradual do setor e o aumento dos aluguéis, que tendem a subir quando há menos crédito disponível para compra de imóveis.
Renda fixa: sem surpresas, com solidez
A renda fixa continua sendo uma opção segura para quem busca previsibilidade.
A poupança rendeu +3,98% nos primeiros 6 meses do ano
E os títulos públicos tiveram desempenho coerente com os juros vigentes. Vejamos a rentabilidade dos últimos 6 meses dos diferentes tipos e vencimentos:
Tesouro Direto
No Tesouro Selic, os títulos tiveram desempenho moderado: o Tesouro Selic 2026 entregou uma rentabilidade de +6,42%, enquanto o Tesouro Selic 2029 rendeu +6,54% no semestre.
Já no Tesouro IPCA+, que protege contra a inflação, os resultados foram mais variados conforme o prazo. O título com vencimento em 2026 rendeu +4,82%. Para prazos maiores, os retornos aumentam: +7,86% para 2029, +11,34% para 2035 e +12,67% para 2045, refletindo as oscilações de marcação a mercado nos papéis mais longos.
O Tesouro Prefixado também apresentou bons números. O título com vencimento em 2026 teve retorno de +7,17%, enquanto o Prefixado 2029 surpreendeu com +14,93%, beneficiado pela expectativa de queda nos juros futuros.
Vale lembrar que os títulos de longo prazo oscilam mais com a marcação a mercado.
E os seus investimentos?
Seu portfólio andou mais para o lado do ouro e da bolsa brasileira… ou ficou mais travado como o Nikkei?
Lembre-se: analisar o passado ajuda a planejar o futuro, mas não deve ser a única bússola. Diversificar ainda é a melhor forma de proteger e potencializar seus investimentos.
Se quiser aprender mais sobre como montar uma carteira diversificada e alinhada aos seus objetivos, aproveite os conteúdos aqui no portal A Hora do Dinheiro. Tem muito material prático esperando por você.


Por João Victorino
João Victorino é administrador de empresas e especialista em finanças pessoais com ampla experiência no mundo corporativo, liderando unidades de negócios, equipes e transformado estratégia em prática por todas as empresas em que trabalhou. Liderou grandes negociações com instituições financeiras de grande porte, com impacto de bilhões de reais em faturamento e receita.
Formado em Administração de Empresas e com MBA pela FIA – USP, professor de MBA do IBMEC, colunista da Investing.com, entre outras atividades.
Empreendeu em várias empresas como investidor, em paralelo com a vida executiva, e aprendeu com sucessos e fracassos nesse segmento.
Entendeu e aplicou a importância de ter equilíbrio financeiro ao longo de mais de 30 anos de investimentos em vários setores, com amplo sucesso. Fez 1 milhão de reais de patrimônio antes dos 30 anos de idade, e hoje divide esses aprendizados.
Para isso, criou e lidera a iniciativa A hora do dinheiro, com uma linguagem simples, objetiva e inclusiva.