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Veja como o Investidor comum se protegeria de uma bomba como a das Americanas

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Resumo – Notícias a respeito das dívidas bilionárias das Lojas Americanas surgiram logo no início do ano de 2023. Entenda mais sobre como se proteger de casos do tipo.

 

A Crise das Lojas Americanas

 

O escândalo das Lojas Americanas, uma das empresas mais conhecidas e tradicionais do país, divulgado ao público na semana do dia 5 de Janeiro, surpreendeu o mercado financeiro.

Com o aparecimento de uma bomba contábil (de erros ou fraudes – não sabemos ainda) com tamanho entre 20 e 40 bilhões de reais* (ambos estratosféricos), este pode ser um dos maiores (senão o maior) escândalos de problemas em balanço do Brasil até o momento.

O problema tem muitos aspectos surpreendentes. O período em que a fraude ocorreu cobre, no mínimo, os últimos sete anos – como foi a declaração do CEO no momento em que fez o anúncio dessa fato.

Ninguém duvidava que o time que cuidava de uma empresa desse porte era composto por pessoas altamente qualificadas (pelo menos isso é o que pensávamos), mas agora toda a equipe está sob suspeita.

A empresa tem muitos acionistas e debenturistas, ou seja, pessoas que investiram em títulos da dívida da companhia e que certamente perderam dinheiro com esta revelação.

Pensando em evitar que mais pessoas tenham prejuízos em casos semelhantes no futuro, colocamos aqui algumas dicas importantes:

 

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Como evitar prejuízos nessas situações? 

 

Não vamos discutir tudo o que já vem sendo publicado nos sites e meios de comunicação, essa conversa é sobre qual seria a forma de proteção ao investidor comum: brasileiros, investidores médios, que têm ações, debêntures ou fundos que possuem papéis da varejista.

Tem uma frase do investidor Warren Buffet que eu gosto muito (assim como a maioria das frases dele) que diz que você deve ter ações de empresas imunes a estúpidos porque, em algum momento, um estúpido vai ser o presidente dela.

A frase nunca foi tão válida no caso das Lojas Americanas. Além de estupidez, o caso pode também ser fraude, ou ambas as coisas. Essa é a desconfiança do mercado.

A investigação sobre o caso está em estágio inicial na CVM, e vamos acompanhar.

Mas, voltando à pergunta: “como se proteger?” Uma das formas mais eficientes de fazer isso é através da diversificação.

 

Diversificação é a palavra-chave

 

O princípio da diversificação é a melhor vacina para situações como essa, uma vez que – assim como o imunizante protege o organismo de doenças em suas formas mais severas – a diversificação impede que você tenha grandes prejuízos, pois não deixa que todos os seus recursos fiquem apenas em um lugar.

Se o investidor tem o seu dinheiro investido em um grupo de ativos, de maneira equilibrada, de acordo com o seu momento de vida, objetivos e renda, esses ativos de diferentes características vão servir para equilibrar o risco no eventual problema que um deles possa ter. 

O princípio da diversificação existe desde os anos 1950. A ideia é que os ativos que compõem a carteira de investimentos tenham comportamentos diferentes entre si. 

Nessa composição, podemos citar um exemplo clássico de diversificação: imóveis, títulos de renda fixa, ações ou outros investimentos.

Uma pessoa que tenha todo seu dinheiro alocado em um imóvel poderá perder boas oportunidades em épocas que as ações estejam subindo.

Uma pessoa com 100% de seu dinheiro investido em ações, por outro lado, perderá a segurança que o investimento em imóveis apresenta.

E aí, quando falamos sobre investir em ações, ter um portfólio (isto é, possuir uma quantidade razoável de diversas ações – de empresas e setores distintos) vai te proteger.

 

O que é importante saber sobre a empresa?

 

Acrescentamos aqui as célebres questões: 

  • Como investir em ações e como escolher boas empresas? 
  • Como avaliar as empresas? 
  • Como saber quais delas são as melhores? 
  • Quais delas vão crescer e apresentar melhores indicadores?

Bom, aí sendo bem sincero, se você não se dedicar bastante para aprender e estudar, conhecer a análise de balanços contábeis, avaliar o mercado, entender sobre a capacidade técnica de honestidade dos gestores, talvez as ações não sejam para você.  

A não ser que você opte por usar a indexação em sua carteira. E o que é isso? Já escrevemos um texto que aborda com mais detalhes essa questão. 

Quando indexamos, compramos um grande grupo de ações que representa um índice, tipo o Ibovespa. Neste caso, nos protegemos, porque temos todas as ações importantes em um fundo só. Uma boa opção para quem quer investir em ações mas não deseja se aprofundar no estudo do tema.

A diversificação, inclusive, é a solução que tem feito que os fundos de renda fixa que possuem debêntures das Lojas Americanas em seu portfólio não terem uma perda ainda maior, em termos absolutos.

Fundos com baixa exposição a esses títulos, ou seja, com apenas uma pequena parte de seu capital investido nesses papéis de maior risco, vão ter perdas limitadas.

Eu, por exemplo, sou cotista de um fundo que possui, em seu patrimônio, apenas 0,64% em debêntures das lojas americanas. Por isso, estou tranquilo.

Essa estratégia é uma ótima proteção. Diversifique! Diversifique Diversifique!

Só os profissionais podem se dar ao luxo de não diversificar. Mesmo assim, muitos deles seguem essa regra.

E, na parte das ações de portfólio (carteira de investimentos): indexe, isto é, procure produtos cujo preço esteja atrelado a um conjunto de ativos.

 

Governança honesta e competente

 

Por último, vale lembrar a responsabilidade corporativa. Donos, diretores, executivos, líderes de empresas devem ser cobrados pelos danos que causaram às famílias de trabalhadores, aos pequenos negócios e fornecedores que deles dependiam.

Todos que estiverem envolvidos nesse escândalo devem pagar, de acordo com sua parcela de responsabilidade, por todos os prejuízos que estão causando a milhares de pessoas.

Os acionistas principais, por fim, também devem ser responsabilizados onde mais dói: no próprio bolso.

* Mais tarde, saberíamos que o valor total das dívidas da companhia, divulgado em seu processo de recuperação judicial, era de R$ 43 bilhões.

Por João Victorino

João Victorino é administrador de empresas e especialista em finanças pessoais. Formado em Administração de Empresas e com MBA pela FIA - USP. Executivo em empresas multinacionais nas áreas de desenvolvimento de negócios, marketing e estratégia. Possui ampla experiência no empreendedorismo e hoje divide esses aprendizados. Para isso, o especialista criou e lidera o canal A hora do dinheiro , com conteúdo gratuito e uma linguagem simples, objetiva e inclusiva.

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