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Resumo – O que é lavagem de dinheiro: definição, exemplos práticos e por que é tão importante combater esse crime financeiro no Brasil e no mundo.
Você já ouviu falar em lavagem de dinheiro, mas não sabe exatamente como funciona? Esse é um tema que aparece em filmes, séries e noticiários, mas que também está presente na vida real — e com um impacto enorme na economia e na sociedade.
Entender o que é, como acontece e por que é tão importante combater esse tipo de crime financeiro é fundamental para qualquer cidadão.
Definição de lavagem de dinheiro
De forma simples, lavagem de dinheiro é o processo de esconder a origem ilegal de valores obtidos por atividades criminosas, fazendo com que pareçam ter vindo de fontes legítimas. O objetivo é “limpar” o dinheiro sujo, tornando-o aparentemente lícito para uso no sistema financeiro sem levantar suspeitas.
Esse crime é regulado no Brasil pela Lei nº 9.613/1998, que estabelece penas severas para quem pratica ou facilita o processo. Em resumo: qualquer tentativa de disfarçar a origem de recursos obtidos ilegalmente, seja por corrupção, tráfico, fraude ou outros delitos, pode ser enquadrada como lavagem de dinheiro.
Uso de dinheiro vivo para evitar rastreamento
Uma prática comum entre criminosos é utilizar dinheiro em espécie para fugir do monitoramento bancário e eletrônico. Ao movimentar grandes quantias em dinheiro vivo, torna-se mais difícil identificar a origem dos recursos.
Por isso, transações acima de determinados valores em espécie devem ser comunicadas aos órgãos de controle, como forma de prevenir a lavagem de dinheiro.
Como funciona o processo
O processo geralmente segue três etapas:
- Colocação – o dinheiro obtido ilegalmente é inserido no sistema financeiro, por exemplo, em depósitos bancários ou compra de bens.
- Ocultação – ocorrem manobras para dificultar o rastreamento da origem, como transferências entre contas ou empresas de fachada.
- Integração – o dinheiro retorna à economia com aparência de ter origem legítima, podendo ser usado para investimentos, compra de imóveis ou abertura de negócios.
Essas etapas podem acontecer rapidamente ou ao longo de meses e anos, dependendo da sofisticação do esquema.
Exemplos de lavagem de dinheiro
Alguns exemplos comuns incluem:
- Uso de empresas de fachada para emitir notas fiscais falsas;
- Compra e venda de imóveis com valores acima ou abaixo do mercado para justificar a entrada ou saída de recursos;
- Manipulação de contratos de prestação de serviços que nunca aconteceram;
- Movimentações internacionais, como transferir valores para paraísos fiscais e depois repatriá-los;
- Uso de cassinos e casas de apostas para transformar dinheiro em “ganhos” aparentemente legítimos.
- Contas de laranjas em fintechs: com menos estrutura de acompanhamento do que bancos tradicionais, algumas fintechs acabam sendo usadas por criminosos para abrir contas em nome de terceiros, facilitando a movimentação de recursos ilícitos sem chamar atenção imediata.
Esses exemplos ajudam a entender que a lavagem de dinheiro pode acontecer tanto em grandes esquemas quanto em operações menores, mas sempre com a mesma finalidade: dar aparência de legalidade a recursos ilegais.
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Por que é importante combater a lavagem de dinheiro
O combate à lavagem de dinheiro é essencial porque:
- Enfraquece o crime organizado: sem a possibilidade de usar o dinheiro de forma segura, atividades criminosas se tornam menos atraentes;
- Protege a economia: grandes fluxos de dinheiro ilícito distorcem o mercado, prejudicam empresas honestas e podem influenciar setores inteiros;
- Evita a corrupção sistêmica: a lavagem de dinheiro alimenta redes de corrupção que comprometem a confiança nas instituições;
- Atende a acordos internacionais: o Brasil, assim como outros países, tem compromissos com organismos como o GAFI (Grupo de Ação Financeira) para prevenir crimes financeiros.
Terrorismo financeiro
Outro ponto crítico é o uso de recursos ilícitos para financiar atividades terroristas e conflitos armados, conhecido como terrorismo financeiro. Esse tipo de crime utiliza a lavagem de dinheiro para esconder a origem dos fundos que serão destinados a grupos extremistas, compra de armamentos e manutenção de guerras. Além de colocar vidas em risco, esse fluxo de recursos ameaça a estabilidade política e econômica de países inteiros.
Como identificar e prevenir
Cidadãos e empresas podem colaborar na prevenção da lavagem de dinheiro adotando medidas como:
- Monitorar transações fora do padrão;
- Solicitar comprovação de origem de recursos em negociações;
- Manter registros claros e organizados de operações financeiras;
- Denunciar movimentações suspeitas ao COAF (Conselho de Controle de Atividades Financeiras).
Ao conhecer o que é lavagem de dinheiro e seus impactos, você fortalece sua capacidade de identificar situações suspeitas e contribui para um sistema financeiro mais seguro e transparente.
Fontes
Lei nº 9.613/1998 – Lei de Lavagem de Dinheiro
Texto oficial da lei brasileira que define e pune a lavagem de dinheiro.
Planalto – Legislação
COAF – Conselho de Controle de Atividades Financeiras
Órgão responsável por disciplinar, aplicar penas e colaborar na prevenção à lavagem de dinheiro no Brasil.
COAF – Ministério da Fazenda
Banco Central do Brasil – Material educativo sobre crimes financeiros e prevenção.
Banco Central – Prevenção à Lavagem de Dinheiro
GAFI/FATF – Financial Action Task Force
Organização internacional que estabelece padrões globais de combate à lavagem de dinheiro.
FATF/GAFI Official Website
ONU – Escritório sobre Drogas e Crime (UNODC)
Relatórios e estudos internacionais sobre lavagem de dinheiro e crime organizado.
UNODC – Lavagem de Dinheiro


Por João Victorino
João Victorino é administrador de empresas e especialista em finanças pessoais com ampla experiência no mundo corporativo, liderando unidades de negócios, equipes e transformado estratégia em prática por todas as empresas em que trabalhou. Liderou grandes negociações com instituições financeiras de grande porte, com impacto de bilhões de reais em faturamento e receita.
Formado em Administração de Empresas e com MBA pela FIA – USP, professor de MBA do IBMEC, colunista da Investing.com, entre outras atividades.
Empreendeu em várias empresas como investidor, em paralelo com a vida executiva, e aprendeu com sucessos e fracassos nesse segmento.
Entendeu e aplicou a importância de ter equilíbrio financeiro ao longo de mais de 30 anos de investimentos em vários setores, com amplo sucesso. Fez 1 milhão de reais de patrimônio antes dos 30 anos de idade, e hoje divide esses aprendizados.
Para isso, criou e lidera a iniciativa A hora do dinheiro, com uma linguagem simples, objetiva e inclusiva.