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Resumo – Petrobras quer atrair trabalhadores de aplicativo para terceirizadas. Mas será que vale a pena trocar o volante por um crachá? Descubra os salários, benefícios e o que está por trás da proposta da estatal, em meio à menor taxa de desemprego da história.
Estamos vivendo um momento curioso no Brasil: a taxa de desemprego está em mínima histórica, com apenas 6,2% no trimestre encerrado em maio de 2025, segundo o IBGE. Isso é praticamente pleno emprego (um termo que os economistas usam quando todo mundo que quer e pode trabalhar encontra ocupação).
E, por conta disso… a Petrobras está com dificuldade pra preencher vagas.
Você não leu errado. A maior empresa do país quer contratar, ou melhor, quer que suas terceirizadas contratem. E está de olho num grupo bem específico: quem hoje está ralando como motorista ou entregador de aplicativo.
Do Uber para o canteiro de obras?
A Petrobras lançou um pacote de mais de R$ 33 bilhões em investimentos no Rio de Janeiro, prometendo criar 38 mil vagas diretas e indiretas, além de mais de 100 mil postos temporários em paradas de manutenção. Mas a mão de obra está em falta.
Segundo a presidente da estatal, Magda Chambriard, e a diretora-executiva Renata Baruzzi, eletricistas, caldeireiros, soldadores e outros profissionais qualificados estão sumidos do radar — muitos migraram para os aplicativos por falta de oportunidade nos últimos anos.
A empresa agora quer “trazer de volta” esse pessoal, oferecendo uma proposta formal com carteira assinada e benefícios como plano de saúde, vale-refeição e vale-transporte.
E os salários? Vão do razoável ao excelente
Se você pensou que o salário seria baixo, pense de novo.
Segundo William França, diretor executivo de Processos Industriais e Produtos da Petrobras, as remunerações para os profissionais mais experientes variam de R$ 6 mil a mais de R$ 30 mil, dependendo da função.
Pra você ter uma ideia:
- Um inspetor de solda pode ganhar cerca de R$ 10 mil;
- Um planejador com domínio de software especializado pode ultrapassar os R$ 25 mil.
Ou seja: não estamos falando de subempregos, e sim de uma baita oportunidade para quem tem ou busca qualificação técnica.
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Trocar a liberdade por estabilidade: vale a pena?
Agora, vamos ao ponto que interessa de verdade: isso é bom pra quem?
A resposta é: depende.
Se você está num app porque precisa de flexibilidade, horários livres e autonomia, talvez a proposta de voltar ao regime CLT não te atraia.
Mas se você está cansado da instabilidade, da falta de proteção social e do corre diário pra garantir o mínimo, um emprego formal com salário digno e plano de saúde pode ser o respiro que sua vida financeira precisa.
E aqui vai um alerta importante: muitas pessoas trabalham informalmente há anos e não contribuem com a Previdência, o que pode ser um problema sério lá na frente, na hora de se aposentar ou pedir um auxílio.
Um sinal do tempo: mercado supera o Bolsa Família
Outro dado interessante do anúncio: o programa da Petrobras também mira beneficiários do Bolsa Família, com capacitação profissional em parceria com a Firjan. A ideia é simples: ajudar quem recebe o benefício a retornar ao mercado de trabalho formal e qualificado.
Ou seja, há uma janela de oportunidade para quem quer sair da informalidade e construir uma trajetória mais segura: com direitos, plano de saúde e contribuição para a aposentadoria.
Qual é o recado pra você, leitor?
Se você trabalha por conta própria, seja em aplicativo, seja vendendo o que aparece, não tem nada de errado nisso. Mas é importante avaliar oportunidades que tragam mais estabilidade e benefícios no médio e longo prazo.
A gente sabe que a decisão entre liberdade e segurança é difícil. Mas também sabemos que, quando bate uma crise ou quando o corpo não aguenta mais rodar 12 horas por dia, o que sustenta você são as reservas acumuladas e os direitos conquistados, e não só a força de vontade.
Por isso, fique atento: o mercado está se mexendo. E pode ser que essa seja a hora do dinheiro com carteira assinada e plano de saúde no pacote.
Fonte


Por João Victorino
João Victorino é administrador de empresas e especialista em finanças pessoais com ampla experiência no mundo corporativo, liderando unidades de negócios, equipes e transformado estratégia em prática por todas as empresas em que trabalhou. Liderou grandes negociações com instituições financeiras de grande porte, com impacto de bilhões de reais em faturamento e receita.
Formado em Administração de Empresas e com MBA pela FIA – USP, professor de MBA do IBMEC, colunista da Investing.com, entre outras atividades.
Empreendeu em várias empresas como investidor, em paralelo com a vida executiva, e aprendeu com sucessos e fracassos nesse segmento.
Entendeu e aplicou a importância de ter equilíbrio financeiro ao longo de mais de 30 anos de investimentos em vários setores, com amplo sucesso. Fez 1 milhão de reais de patrimônio antes dos 30 anos de idade, e hoje divide esses aprendizados.
Para isso, criou e lidera a iniciativa A hora do dinheiro, com uma linguagem simples, objetiva e inclusiva.