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Resumo – você verá a seguir uma história que pode ser igual à de muitos casais brasileiros: que trabalham, têm filhos, ajudam seus pais e saem para jantar fora aos fins de semana. Infelizmente, com a chegada da pandemia da covid-19, muitas pessoas perderam suas fontes de renda e, por conta dos prejuízos econômicos, brigas entre o casal acabam surgindo. Mas as discussões podem ser superadas com diálogo e compromisso. Aproveite a leitura!
A história de Jorge e Diana
Imagine uma situação assim: um casal normal, Jorge e Diana, com 2 filhos em idade escolar, moram em um apartamento que estão pagando o financiamento, têm 1 carro na garagem e ajudam os seus pais, que só recebem a aposentadoria normal do INSS – a qual não ajuda a fechar a conta, pois a mãe é hipertensa e diabética (usa muitos medicamentos contínuos e eventualmente tem falta de ar). O casal tem uma reserva de emergência que cobre as despesas principais por 6 meses.
O marido é funcionário de uma indústria farmacêutica (representante de vendas) e a esposa é coordenadora de compras em uma empresa de serviços de consultoria. O marido ganha um pouco a mais que a esposa (10%).
O casal não é consumista descontrolado, mas gosta de comprar alguns objetos de desejo. Cada um dos filhos tem um telefone celular. Compram pacotes de streaming (Netflix, Globoplay, Prime Video), e ocasionalmente saem para jantar no shopping perto de casa. O casal mora num bairro de classe média de São Paulo. O relacionamento é bom e a vida segue normal.
Quando ocorre a emergência
A crise da Covid-19 veio e mudou a vida de muita gente, inclusive do casal da nossa história. O marido foi desligado da empresa, que teve uma reestruturação dos negócios, e encerrou a produção da linha de produtos que ele vendia. Como a crise atingiu todo o segmento, não é só a empresa de Jorge que está em aperto: as dificuldades pegaram todo mundo.
Diana conseguiu manter o emprego, mas sofreu uma redução salarial, por que os pedidos de consultoria também foram reduzidos, e ela teve que aceitar receber 30% menos num acordo que a empresa fez com todos os funcionários, em troca de não demitir a equipe. Parece que a alternativa à redução de salários é pior.
O casal teve uma queda grande nas receitas (nas entradas de dinheiro) e tem que se reorganizar. Tiveram que diminuir a ajuda aos seus pais. Pediram mais apoio dos outros irmãos, que também estão em situação parecida à deles.
Acabaram com os jantares fora de casa, refizeram as contas de celular de casa, mudando o plano para um tipo família (25% mais barato). Cortaram 1 dos planos de streaming, mudaram as compras de supermercado para uma rede maior e mais barata, porém mais distante de casa, e optaram por produtos mais em conta, reduzindo itens mais caros, como as carnes. Acessaram a reserva de emergência, que possibilitou a eles ajudar a fechar as contas por 5 meses, até que essa reserva acabou.
O impacto da crise no relacionamento
O clima em casa, obviamente, não é de festa, mas piorou ainda mais, porque o marido tem estado muito nervoso pela falta de perspectivas: não existem muitas ofertas de trabalho, ele participa de poucas entrevistas, e percebe que terá que mudar de área de atuação; terá que abandonar a indústria farmacêutica, que ele tanto gosta, e onde já trabalha há mais de 10 anos.
A opção mais imediata é se tornar motorista de aplicativo, que ele consegue acessar rapidamente e voltar a receber rendimentos, porém bem menos do que recebia e ainda com desgaste do carro da família. Além de a esposa passar a se locomover em transporte público, tendo que pegar 2 ônibus para chegar ao trabalho.
As discussões e desentendimentos entre o casal passaram a ser rotineiros. Problemas antigos na relação parece que ressuscitaram, e voltam a atrapalhar o dia a dia da casa.
A situação descrita acima é comum e precisa ser enfrentada com coragem. O que fazer para resolver? Se o marido arrumar um emprego rápido, parece que tudo voltará ao normal. Será?
O que fazer nessas horas?
O ponto que queremos destacar aqui é : em situações como essas, a importância fundamental da comunicação entre o casal. Abertura, franqueza, e tempo para conversar são essenciais para que um casal continue junto e consiga superar o momento ruim.
É preciso colocar a vontade de estar junto como a principal fonte de energia para resolver os problemas e começa com perguntas do tipo: qual é o problema? Por que isso aconteceu? O que você fez que eu não gostei?
E colocar em prática um plano para melhorar as coisas. Sei que em momentos de crise tudo é mais difícil, mas, sem diálogo, a situação pode ir para o confronto, para as discussões muito acaloradas, pode ter ofensas e desrespeitos, e aí a relação acaba num ponto muito ruim.
Antes que isso aconteça, chame seu companheiro, sua companheira – de preferência fora de casa, longe de todo mundo, dos filhos, de sogro e sogra, cunhados, amigos. Fiquem à sós e conversem abertamente sobre o que está acontecendo, sobre o que deu errado, sobre alternativas para melhorar e criem compromissos entre si. O ideal é criar um plano do que fazer nos próximos tempos e, se possível, formalizá-lo entre vocês.
Nessas horas, a relação é colocada à prova e o diálogo é o melhor caminho para achar as saídas.
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