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Resumo – Entenda as justificativas usadas pelos teóricos a respeito dos motivos que justificam a intervenção do Estado na economia.
Olá, pessoal! Hoje vamos conversar sobre um tema essencial para entender a dinâmica de qualquer sociedade: a intervenção do Estado na economia.
Em que medida ela melhora a qualidade e a oferta de bens e serviços à população, e a partir de que momento ela deixa de ser benéfica e começa a gerar prejuízos para a sociedade?
Para facilitar a compreensão, vamos dividir esse assunto em tópicos, abordando e introduzindo de modo bastante didático conceitos importantes, como bens públicos, bens semipúblicos e externalidades. Vamos lá?
O que são bens públicos?
Primeiramente, vamos entender o que são bens públicos. Esses são bens caracterizados pela não rivalidade e não exclusão. Isso significa que o consumo deste bem por uma pessoa não diminui a disponibilidade dele para outras e ninguém pode ser excluído de seu uso. Exemplos comuns incluem:
- Segurança pública: todos se beneficiam da presença da polícia e do exército.
- Iluminação pública: as luzes das ruas estão disponíveis para todos os moradores e visitantes da cidade.
E os bens semipúblicos?
Diferente dos bens públicos, os bens semipúblicos têm características de não rivalidade e não exclusão apenas até certo ponto. Um exemplo clássico são as rodovias: em horários de pouco trânsito, elas se comportam como bens públicos. Porém, em horários de pico, a rivalidade pelo espaço aumenta.
Afinal, o que são estes princípios da não rivalidade e não exclusão?
Entender esses princípios é fundamental para compreender a justificativa da intervenção estatal:
- Não Rivalidade: o consumo de um bem por uma pessoa não reduz a quantidade disponível para outras. Exemplo: um farol de navegação. Sua luz guia a todas as embarcações, independentemente da quantidade delas no oceano.
- Não Exclusão: não é possível impedir alguém de utilizar o bem. Exemplo: uso da iluminação pública.
As famosas externalidades
As externalidades são efeitos colaterais de atividades econômicas que afetam terceiros. Podem ser negativas, como a poluição, ou positivas, como a educação. O Estado intervém para minimizar os impactos negativos e promover os positivos.
Temos um texto completo sobre externalidades, que você pode conferir para entender mais detalhes.
Finalmente, o papel do Estado nisso tudo
Você deve estar se perguntando: por que o Estado precisa intervir?
Vamos entender melhor essa questão: os bens privados têm características de exclusividade e rivalidade, o que permite individualizar o consumo de cada pessoa. Isso torna possível saber quanto cada um consumiu e ajustar os pagamentos conforme o consumo.
Com essa individualização, o sistema de preços do mercado consegue medir o consumo desses bens. Assim, quando um bem é privado, o mercado pode, por meio do sistema de preços, alcançar um equilíbrio eficiente de preços por conta própria.
No entanto, quando o bem é público, como segurança pública, iluminação pública, por causa da não-exclusão, eles não são lucrativos para empresas privadas. Assim, o Estado assume a responsabilidade de fornecê-los, exigindo o pagamento de contribuições e tributos.
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Exemplos de Intervenção Estatal
Vamos ver alguns exemplos práticos de como e por que o Estado intervém na economia de um país:
- Educação e Saúde: são serviços que podem ser considerados semipúblicos, pois beneficiam tanto o indivíduo quanto a sociedade. O Estado subsidia ou fornece diretamente esses serviços para garantir o acesso universal.
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- Infraestrutura: o Estado investe em infraestrutura como estradas, pontes e redes de energia, pois são fundamentais para o desenvolvimento econômico e social.
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- Regulação (para evitar externalidades negativas e aumentar as positivas): por exemplo, regulamentações ambientais que limitam a emissão de poluentes pelas indústrias ajudam a proteger o meio ambiente e a saúde pública.
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- Controle da assimetria de informação: a assimetria de informação ocorre quando uma das partes em uma transação tem mais ou melhores informações do que a outra, o que pode levar a decisões econômicas ineficientes. O Estado intervém através de regulamentações que garantem transparência e proteção ao consumidor. Temos outro texto que aborda detalhadamente esse tema.
Excesso de intervenção: quando o Estado pode causar distorções
Embora a intervenção do Estado seja muitas vezes necessária, há casos em que o excesso pode levar a distorções econômicas. Vamos entender algumas dessas situações:
- Congelamento de preços: em tempos de crise, alguns governos optam por congelar os preços de produtos básicos para controlar a inflação. No entanto, essa medida pode causar desabastecimento, pois os produtores podem não encontrar incentivos suficientes para continuar a produção se os preços não cobrem os custos.
- Subsídios excessivos: embora os subsídios possam ser importantes para setores estratégicos, um excesso pode distorcer o mercado, criando dependência e ineficiências. Por exemplo, subsídios prolongados a certas indústrias podem levar à falta de inovação e à perpetuação de empresas não competitivas.
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- Burocracia e regulação exageradas: regras e regulamentos são necessários para manter a ordem e proteger os consumidores, mas um excesso pode sufocar a inovação e o crescimento econômico. Empresas podem encontrar dificuldades para operar devido à complexidade e ao custo de cumprir com todas as exigências legais.
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- Descontrole de gastos públicos: quando o Estado gasta mais do que arrecada, buscando dinamizar a economia, pode ocorrer, por outro lado, um aumento significativo da dívida pública. Isso, muitas vezes, leva a uma emissão excessiva de moeda para financiar o déficit, resultando em inflação. A inflação elevada corrói o poder de compra da população e pode gerar instabilidade econômica.
Exemplos de intervenções mal-sucedidas
Vamos ilustrar isso com um exemplo: imagine um país que decide congelar os preços dos alimentos para ajudar a população em um período de alta inflação. No curto prazo, isso pode parecer benéfico, mas no longo prazo, pode levar à escassez de alimentos, já que os produtores não conseguem cobrir seus custos, resultando em menos incentivos para a produção.
Em outro caso, consideremos um governo que adota uma política de gastos excessivos sem planejamento adequado. Isso pode gerar um ciclo de aumento da inflação, onde o custo de vida sobe rapidamente, prejudicando principalmente os mais pobres e aumentando a desigualdade.
Conclusão: há realmente necessidade de Intervenção do Estado na economia?
A intervenção do Estado na economia é justificada pela necessidade de fornecer bens públicos e semipúblicos, regular externalidades e garantir um funcionamento mais equitativo da sociedade.
Sem essa intervenção, muitos serviços essenciais não seriam adequadamente providos, e os impactos negativos de algumas atividades econômicas poderiam ser devastadores.
Espero que este texto tenha ajudado a clarificar as razões por trás da intervenção do
Estado na economia e os cuidados necessários para evitar excessos. Se tiver mais perguntas ou comentários, ficarei feliz em responder. Até a próxima!


Por João Victorino
João Victorino é administrador de empresas e especialista em finanças pessoais. Formado em Administração de Empresas e com MBA pela FIA - USP. Executivo em empresas multinacionais nas áreas de desenvolvimento de negócios, marketing e estratégia. Possui ampla experiência no empreendedorismo e hoje divide esses aprendizados. Para isso, o especialista criou e lidera o canal A hora do dinheiro , com conteúdo gratuito e uma linguagem simples, objetiva e inclusiva.
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