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Por que o crédito é o motor do crescimento de um país?

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Imagem: Perspective Jeta / Shutterstock

 

Resumo – O setor de concessão de crédito é essencial para o crescimento e o desenvolvimento de um país. Aqui falamos sobre a importância do crédito para empresas, pessoas, e os cuidados na hora de fazer um empréstimo.

 

Como surge o crédito no sistema financeiro?

Talvez você tenha a impressão de que a concessão de crédito à atividade produtiva não desempenhe um papel tão importante no crescimento do país.

No entanto, muito longe de ser apenas algo trivial, além de puxar o crescimento, esta atividade também contribui para o aumento do nível do desenvolvimento e do bem-estar de uma nação, quando realizada de modo eficiente e planejado.

O mercado de crédito em um país se constitui como um intermediário entre agentes superavitários (poupadores) e deficitários (tomadores de recursos).

Por definição, os chamados agentes econômicos superavitários conseguem manter um fluxo de entradas de recursos maior que o de saídas. 

Os agentes econômicos deficitários, por sua vez, têm um desembolso de recursos financeiros superior ao montante recebido.

Assim, é justamente pela existência de agentes poupadores e de agentes deficitários que a atividade de intermediação financeira se torna essencial.

Para ilustrar essa ideia, imagine que todas as pessoas e todas as empresas consigam gerar recursos para o pagamento de suas despesas e de seus investimentos, sem necessitar da ajuda de terceiros. Nesse caso, a atividade de empréstimos não seria necessária.

 

A importância do crédito para as empresas

As empresas, muitas vezes, para honrar seus compromissos, consideram mais vantajoso financiar suas atividades com capital de terceiros

Para isso, emitem debêntures, títulos de dívida privada, ou obtêm linhas de crédito com bancos. Desse modo, podem abrir novas fábricas, comprar mais equipamentos, contratar mais mão-de-obra, criar novos produtos e serviços. 

Mas, você pode se perguntar: “por qual motivo uma empresa faria uma dívida nova, se ela possui recursos disponíveis em caixa para não ficar endividada?”

A resposta passa por um cálculo matemático e não deixa de ter uma pitada de otimismo

Os agentes responsáveis pela gestão da empresa consideram ser mais racional pegar recursos emprestados, uma vez que eles acreditam que o lucro que a companhia terá no futuro será maior que o custo de pegar essa grana no mercado de crédito.

Além disso, também existe a questão envolvendo benefícios fiscais relacionados às despesas financeiras (juros + amortizações) da companhia.

Os juros desses empréstimos são despesas financeiras dedutíveis da base de cálculo do imposto de renda (IRPJ) e Contribuição Social (CSLL), o que contribui para a redução do custo efetivo do endividamento.

Para se ter uma ideia, em abril de 2022, o saldo do crédito concedido a empresas no Brasil atingiu a marca de R$ 4,7 trilhões (51,9% do PIB) (1)

O robusto volume de crédito concedido a empresas demonstra a importância fundamental deste serviço para que uma economia mantenha níveis saudáveis de emprego, renda, saúde, educação e produção.

Ainda, é importante destacar que a captação de recursos através de novos aportes de sócios (IPOs e ofertas secundárias) não é considerada dívida e, portanto, não tem o benefício fiscal, pois se trata de um aumento no patrimônio da companhia.

 

A importância do crédito para as pessoas

As pessoas necessitam de crédito para realizar inúmeras atividades importantes para suas vidas: a compra de um imóvel, a compra de um carro, o financiamento de um curso de graduação, uma viagem, etc.

A lógica é a seguinte: os juros nada mais são que o custo do dinheiro ao longo do tempo. Portanto, aqui, as pessoas aceitam pagar um custo por antecipar suas vontades ou necessidades. Os juros seriam o preço dessa antecipação.

Diferentemente da lógica empresarial, vista no tópico acima, ao pegar um empréstimo, na maioria das vezes, uma pessoa terá custos relevantes no seu orçamento doméstico.

É neste ponto onde muitos influenciadores de finanças não estão enxergando o panorama mais amplo, da seguinte maneira:

É uma questão clara que um financiamento pode não ser a opção mais eficiente em termos de alocação de capital.

Mas existem outros fatores que influenciam a vida de uma pessoa, como, por exemplo: sensação de segurança (por se ter um imóvel físico em seu nome, no caso do financiamento imobiliário), oportunidade da circunstância apresentada (de valorização do investimento), fator psicológico de realizar algo importante para os entes queridos, enquanto todos estão presentes em vida, entre outros.

Em números, temos que, em abril de 2022, o saldo de crédito destinado às famílias alcançou a cifra de R$ 3,1 trilhões (34,1% do PIB). (2)

 

Os cuidados necessários na administração do crédito.

Vimos aqui a importância crucial que o setor de concessão de crédito desempenha no crescimento e desenvolvimento de um país.

Agora, não custa lembrar alguns cuidados necessários para que as dívidas não impactem negativamente seu orçamento.

Se você está pensando em fazer um financiamento, veja as seguintes dicas:

1) Primeiramente, saiba o quanto entra e o quanto sai de seu orçamento todos os meses. Dessa maneira, fica mais fácil administrar os valores destinados ao pagamento das parcelas do financiamento.

Baixe aqui gratuitamente nossa planilha de orçamento.

2) Em segundo lugar, planeje-se para pagar a entrada. Tente juntar um dinheiro para dar como entrada no financiamento do bem e, assim, negocie uma diminuição do valor dos juros no contrato.

3) Em seguida, não comprometa mais de 30% de sua renda com as parcelas do financiamento, como especialistas na área recomendam. Deste modo, aumentam-se as chances de você conseguir honrar seus compromissos e não pagar ainda mais juros do que o acordado.

Mesmo com a taxa básica de juros (taxa Selic) estando na casa dos 13,75% a.a. (em agosto de 2022), muitos empréstimos estão com taxas médias de juros na casa dos 28% a.a. a 38% a.a. (3)

Portanto, antes de tomar qualquer decisão, estude muito bem a sua situação.

 

Veja também:

Se é para ter uma dívida, que ela seja boa

 

Fontes

  1. Banco Central do Brasil
  2. Banco Central do Brasil
  3. Banco Central do Brasil
  4. Assaf Neto. Mercado Financeiro. Editora Atlas, 2014.
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