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Resumo: Você sabia que estudos recentes mostraram a relação entre pobreza extrema e dificuldades de raciocínio? Esta vulnerabilidade não permite que as populações carentes consigam sair deste círculo vicioso, uma vez que as preocupações relativas às necessidades de sobrevivência se sobrepõem à capacidade de autocontrole, que é um fator essencial para tomarmos boas decisões. Veja aqui mais detalhes sobre este fenômeno, e o que fazer para superarmos esta mazela.
Novas descobertas
Pesquisas recentes dão conta de que a pobreza extrema conduz a grandes dificuldades de raciocínio, que favorecem a manutenção do estado de vulnerabilidade.
De maneira simples, os estudos explicam que as preocupações relacionadas à pobreza (como resolver problemas de falta de recursos de sobrevivência) esgotam as reservas de energia na mente necessárias para buscar uma saída da pobreza.
Esse processo acaba por atrasar, prejudicar e até impedir a saída do estado atual de vida.
Um exemplo de estudo que comprovaria essa tese foi feito com agricultores pobres no qual se observou uma mudança na capacidade cognitiva conforme o momento que a safra acontecia ou não.
Estes agricultores foram expostos a testes de capacidade cognitiva antes e depois das safras. Os resultados mostraram um aumento da capacidade de raciocínio após a colheita das safras e dificuldades no período pré-safra.
O stress decorrente da incertezas de resultado da safra representa um desafio a mais na capacidade de raciocinar com mais qualidade para esses trabalhadores.
Impactos na capacidade de autocontrole
Outro ponto é a redução do autocontrole por conta dessa situação. O autocontrole é a ferramenta que nos prepara para tomar decisões com mais qualidade e não por “impulso”, falando de maneira mais simplista.
O comportamento necessário que precisamos ter para tomar boas decisões advém do autocontrole.
Como as pessoas pobres sofrem uma redução em sua capacidade de autocontrole, imposta pela disputa de energia e atenção devida à necessidade de solução dos problemas financeiros imediatos, cria-se uma situação de retroalimentação do ciclo.
“Eu não tenho solução para os problemas financeiros imediatos, o que aumenta meu stress e impede meu autocontrole de funcionar de maneira adequada, o que cria uma barreira para achar a solução dos problemas financeiros, e o ciclo não se encerra.”
As possibilidades de solução se tornam limitadas.
Quase um labirinto sem saída.
Algumas soluções precisam ser discutidas e melhorias devem ser elaboradas.
Caminhos possíveis
As instituições do Estado, com certeza, poderiam trabalhar na criação de programas que atuem diretamente no ponto das maiores limitações e na solução de vulnerabilidades mais evidentes. Alimentação, moradia, segurança. É papel do Estado proteger os mais vulneráveis.
Outra solução que se discute é a comunidade buscar formas de se identificar as piores situações e procurar suporte para lançamento de alternativas mais diretas de apoio no dia-a-dia dessas pessoas.
A intervenção externa é extremamente necessária nesses casos, pois essas pessoas, sozinhas, não conseguem buscar saída – por limitações cognitivas -, mas podem ser ajudadas, colocando suas vidas novamente em condições de pensar e refletir minimamente com equilíbrio.
Fonte
The Poor’s Poor Mental Power. (Science.org)
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