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A teoria das janelas quebradas

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Resumo: manter conservado em bom estado algo que já é bem cuidado pelas pessoas é muito mais fácil que consertar alguma coisa quebrada, pois o trabalho para recuperar ou substituir aquilo que foi destruído é bem maior do que a simples tarefa de manter a qualidade daquilo que se cuida. E a psicologia pode ter indícios do porquê nos comportamos assim.
 
 

Nova Iorque e suas janelas quebradas

 

A cidade de Nova Iorque é uma das mais importantes dos Estados Unidos e de todo o mundo.
Ela é a cidade sede de diversas empresas americanas e o centro financeiro mundial. As decisões que são tomadas em Nova Iorque afetam a vida de pessoas no mundo inteiro. Não só as decisões econômicas, como em vários outros temas. A sede da ONU está lá. Várias empresas que estão presentes no mundo inteiro têm sede lá. As tendências na medicina, moda, comércio, indústria e outros segmentos têm grande influência do que se faz, se fala , e se vive nessa grande cidade.
 
Nova Iorque tem uma grande capacidade de produzir inovação e conhecimento. Essa cidade também é um importante centro cultural, com muitos museus e universidades importantes.
 
A cidade é grande, bonita, viva e complexa. E, por alguns períodos, viveu crises que colocaram em risco a manutenção de todas essas características, afetando principalmente a qualidade de vida dos seus moradores.
 
Nos anos 90, a cidade sofria um período de deterioração nos seus serviços públicos. Suas ruas estavam sujas, inseguras, e vários bairros eram ocupados por criminosos e gangsters de vários tipos. Por uma série de motivos, a cidade havia entrado em um período de decadência, e sua beleza e organização eram só uma memória de um passado distante.
 
Esses problemas só seriam superados a partir de novas administrações públicas comprometidas a devolver à cidade o seu antigo brilho. Trazer organização, limpeza e segurança era o grande desafio.
 
Uma prática que foi adotada na cidade e que ajudou a recuperar a organização e segurança foi uma atitude da comunidade conhecida como a Teoria das janelas Quebradas.
 
A Teoria das janelas quebradas defende a ideia de que uma janela ou uma porta quebrada são fatores que aceleram e motivam que outras janelas e portas próximas também sejam quebradas em sequência. Uma janela quebrada (e que fica dessa forma por um tempo) reforça a tendência a que mais janelas sejam quebradas ali. As pessoas fazem uma leitura de que não existe preocupação em conservá-la e que, portanto, será indiferente que outras janelas também sejam quebradas.
 
A solução para isso é a prontidão dos poderes público e privado, para que a tolerância a pequenos vandalismos ou delitos seja a mínima possível. A cada vez que for quebrada uma janela, esta deve ser consertada o mais rápido possível, e o seu autor, identificado e com sua penalização cumprida. Assim como outros pequenos delitos. Essa atitude exerce o poder de deixar claro que crimes maiores serão fortemente combatidos.
 
Essa prática foi aplicada ao lixo nas ruas, para a manutenção das luzes nas vias públicas, que deveriam estar sempre funcionando muito bem. Os problemas não aumentam de proporção e não se transformam em grandes desafios, já que a comunidade os resolve quando ainda estão no início.
 
O resultado dessa política e de outras medidas devolveu à cidade o seu brilho e a sua qualidade de vida, que a tornam uma das cidades mais admiradas e visitadas do mundo.
 
 

As janelas quebradas de nossa vida financeira

 
Na nossa vida financeira, podemos recorrer a essa teoria para nos ajudar a obter melhores resultados.
 
Se, por analogia, usarmos a imagem da janela quebrada como sendo um descontrole que aconteceu em nossa rotina financeira, ou seja, apesar de termos feito nosso planejamento de maneira correta, num determinado mês, extrapolamos nossos gastos previstos (seja pelas compras de impulso ou outro fato fora do controle), devemos refazer nosso planejamento rapidamente e, se possível, cortar alguma outra despesa – no valor parecido ao estouro de nosso controle – para recuperar o impacto negativo desse deslize, por assim dizer. E seguir em frente.
 
Para seu controle e seu planejamento financeiro funcionarem, o seu comportamento tem que estar em linha com as suas metas. É preciso que você faça o que estiver ao seu alcance para respeitar os compromissos que foram criados unicamente por você. Esse comportamento, isto é, essa atitude de conseguir voltar ao planejamento logo depois dos deslizes, vai te dar uma sensação de que o planejamento realmente vai funcionar, e não aquela percepção de fracasso do tipo “eu não consigo mesmo, isso não é para mim”.
 
Leve este comportamento também para a sua casa: quando as coisas quebrarem por lá, não procrastine, dê a manutenção para tudo estar sempre bonito, prático e funcional. Pode acreditar que o ambiente também vai reforçar em você a sensação de que alinhar as coisas para o bom caminho vai te dar a autoconfiança de que você precisa para seguir seu caminho na vida financeira.
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