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Conheça os proventos pagos a acionistas (como os famosos dividendos)

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Resumo – Descubra os diferentes benefícios que as empresas pagam a seus acionistas.

 

Outras formas de lucrar

 

Uma das maneiras mais conhecidas de ganhar dinheiro no mercado financeiro é através da compra e venda de papéis (ações, títulos, debêntures, fundos, entre outros).

Resumidamente, caso um investidor consiga vender um ativo por um preço maior que no momento da compra, ele terá lucro

De modo inverso, se um investidor vende um ativo a um preço mais baixo que o de compra, sabemos que ele terá prejuízo na operação.

No entanto, além da simples comercialização de ativos, você sabia que existem outras formas de obter renda no mercado financeiro?

Estas fontes de receita alternativas recebem o nome de proventos.

Mas você sabe o que são os proventos? Ou ainda, como fazer para recebê-los de modo frequente?

Confira na leitura que nós, da equipe ahoradodinheiro, preparamos para você.

 

O que são os proventos?

 

Proventos nada mais são que benefícios que os acionistas recebem das empresas das quais possuem ativos, como ações.

Geralmente, esses benefícios estão relacionados à participação nos resultados da empresa, como distribuição de lucros.

No Brasil, essa distribuição de lucros ocorre por meio de dividendos, de juros sobre capital próprio (JCP) ou bonificações.

 

Tipos de proventos

 

De modo geral, existem duas formas principais de se receber proventos:

A primeira é através da simples entrega de dinheiro aos sócios da companhia; a outra maneira é por meio de concessão de direitos especiais aos acionistas.

Vejamos, agora, cada uma dessas maneiras.

 

Dividendos

 

Dividendos são pagamentos que as empresas fazem aos seus acionistas, representando a distribuição de parte de seu lucro líquido (do exercício corrente ou de anos anteriores).

Atualmente, os dividendos não são tributados, uma vez que a empresa já pagou os impostos nas outras etapas da cadeia produtiva.

O valor que cada investidor vai receber depende do tipo e do número de ações que ele possui.

É importante destacar que a empresa apenas deve distribuir dividendos a seus acionistas em períodos nos quais ela registra lucro em suas operações.

Por isso, tenha bastante responsabilidade na hora de tomar a decisão de investir em determinada companhia, pois ela pode estar passando por um período de dificuldades e, assim, muito provavelmente, não vai distribuir dividendos.

Empresas de crescimento vs. empresas de valor

Além disso, outro fator relevante para se levar em conta é a característica da empresa em questão: ela busca conquistar novas fatias de mercado ou já está consolidada em sua atividade?

Se ela já é uma empresa consolidada, que não tem mais muito espaço para crescer no mercado em que atua, pode, eventualmente, distribuir uma parcela maior dos lucros para os acionistas na forma de proventos, uma vez que não precisa mais investir tanto em expansão de suas atividades.

Por outro lado, caso a companhia seja uma sociedade recém criada, geralmente, ela pode estar mais preocupada em manter dinheiro em caixa para fazer investimentos e crescer, ganhando novas fatias de mercado.

Companhias que se enquadram nesta última descrição tendem a distribuir parcelas menores de dividendos, quando comparadas com aquelas retratadas no primeiro caso.

 

Juros sobre Capital Próprio (JCP)

 

Este benefício apresenta uma natureza bem semelhante à dos dividendos. 

Uma das principais diferenças entre os dividendos e o JCP é que este último é a distribuição de parte de lucros retidos na empresa durante períodos anteriores

Outra diferença importante entre os dois, ainda, é de caráter contábil. Vamos nos aprofundar agora:

Vantagem para a companhia

O valor do JCP pago aos acionistas é contabilizado como custo.

Por esse motivo, ele pode ser deduzido do imposto de renda pago pela empresa.

No entanto, diferentemente dos dividendos, os JCP são tributados na pessoa física em 15% (retidos na fonte).

 

Bonificações

 

Quando a diretoria de uma empresa decide deslocar parte de suas reservas de lucros, que estavam provisionados (separados para um evento adverso), para a conta de capital (referente ao capital social da companhia), o que acontece é que, em termos contáveis, ocorre aumento do valor do capital da sociedade.

Para o patrimônio da empresa, nada mudou. O que aconteceu foi a simples transferência de dinheiro de uma conta para outra, pertencente à mesma companhia.

Por que a bonificação é um provento?

Para manter o valor de cada ação proporcional ao novo capital social da companhia.

Dessa forma, para que o acionista mantenha o mesmo percentual de participação na sociedade, podem ocorrer duas coisas:

1. Emissão de novas ações (com o mesmo valor)

2. Simples aumento do valor nominal das ações já existentes (também chamado de carimbo).

Esta última alternativa apresenta vantagens de economia de custos para a companhia, visto que ela não precisará realizar os trâmites burocráticos para emissão de novas ações.

A vantagem real dessa modalidade é que os acionistas, a partir da bonificação, poderão receber um maior fluxo de dividendos (nas duas formas), pois terão ou um maior número de ações ou possuirão papéis com maior dividend yield.

 

Direitos de Subscrição

 

Quando uma empresa decide fazer uma nova emissão de ações, a tendência é que o capital dos acionistas se dilua, isto é, diminua proporcionalmente, à medida que mais capital é injetado na companhia. 

Pensando nisso, com a intenção de evitar que o acionista perca sua parcela de participação na companhia, são dados os direitos de subscrição, que nada mais são que a possibilidade de comprar novos papéis com preços abaixo do valor de mercado

Neste caso, o acionista tem a chance de exercer ou não este direito (não tem obrigação de compra de novas ações, apenas se quiser).

Para exercer esse direito de subscrição, precisa informar a companhia até uma data específica, determinada em assembleia.

Caso a compra de novas ações não seja um desejo do detentor (ou detentora) das ações, é possível comercializar esses direitos no mercado, podendo, assim, vendê-los e ficar com os ganhos da operação.

 

Estratégias para se investir com foco em dividendos

 

Muitas pessoas costumam focar seus investimentos em empresas tradicionais, consolidadas e com bom histórico de pagamento de dividendos.

Dessa forma, elas conseguem reinvestir os proventos recebidos na compra de mais ações.

Ao longo do tempo, essa estratégia costuma ser capaz de multiplicar o capital investido de maneira exponencial. 

Em outras palavras, esse é um dos poucos casos em que podemos dizer que ganhos astronômicos podem se tornar realidade.

Esse crescimento ocorre porque os proventos são reinvestidos e, se possível, também com aportes adicionais frequentes (mensal, trimestral, anual).

Além disso, o capital destinado aos investimentos em ações de dividendos deve ser pensado para o longo prazo. Portanto, deve ser um dinheiro que não fará falta no curto prazo.

Um exemplo clássico (e real) desse método é o do investidor brasileiro Luiz Barsi, filho de imigrantes, que começou a investir em “empresas previdenciárias”.

 

O maior investidor brasileiro seguiu essa estratégia

 

Luiz Barsi, nascido em 1939, teve uma infância difícil.

Apesar disso, aos 14 anos conseguiu um emprego em uma corretora de valores mobiliários, ambiente em que o interesse pelo mercado financeiro fincou raízes em sua personalidade.

Em seguida, formou-se no curso de ciências atuariais, além de direito e economia. A prova de que conhecimento é o melhor investimento que se pode fazer.

Barsi ficou conhecido por sua estratégia de investimento peculiar, em empresas inseridas em mercados consolidados, com perenidade (recorrência) de recebimento de caixa.

Essas características daria maior estabilidade à sobrevivência da companhia em períodos mais longos, e também garantiria a manutenção da estratégia de recebimento de dividendos.

Resumidamente, existe uma sigla que facilita o entendimento de seu plano.

Barsi investe em empresas Best (melhor, em inglês)

A sigla faz alusão aos setores de:

    • Bancos, 
    • Energia, 
    • Seguros e Saneamento, 
    • Telecomunicações.

Todos estes são setores perenes, com recebimentos recorrentes e mercados consolidados, o que dá maior garantia de estabilidade.

 

Outras considerações

 

Além de todos os fatores acima mencionados, a entrega de proventos aos acionistas depende de inúmeros fatores capazes de atestar a boa saúde financeira da empresa, dentre os quais, destacam-se:

    • Condições da economia em geral,
    • Condições do setor de atividade específico no qual a empresa está situada,
    • Por último, do desempenho individual da própria empresa
    • Decisão dos gestores e do conselho da empresa sobre o que fazer com os lucros.

Com relação à periodicidade de distribuição de proventos, o Brasil ainda está evoluindo neste quesito.

Algumas companhias já estão pensando mais no acionista minoritário, divulgando, com mais antecedência, o calendário de distribuição de dividendos e JCP.

As bonificações e direitos de subscrição, no entanto, por serem menos frequentes, não possuem periodicidade determinada previamente.

Por isso, veja a página de Relações com Investidores da empresa com certa frequência.

Fonte

PINHEIRO, Juliano Lima. Mercado de Capitais. – 9. ed. – São Paulo: Atlas, 2019.

Por João Victorino

João Victorino é administrador de empresas e especialista em finanças pessoais. Formado em Administração de Empresas e com MBA pela FIA - USP. Executivo em empresas multinacionais nas áreas de desenvolvimento de negócios, marketing e estratégia. Possui ampla experiência no empreendedorismo e hoje divide esses aprendizados. Para isso, o especialista criou e lidera o canal A hora do dinheiro , com conteúdo gratuito e uma linguagem simples, objetiva e inclusiva.

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