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Resumo – Preço alto dos alimentos: como isso afeta o bolso do brasileiro? Entenda as causas, os impactos e por que a solução não é tão simples.
A polêmica declaração de Lula sobre os preços dos alimentos
Recentemente, o presidente Lula fez uma declaração polêmica sobre o aumento dos preços dos alimentos, sugerindo que a população evite comprar produtos com valores acima do normal. Segundo ele, essa medida forçaria os comerciantes a baixarem os preços para evitar prejuízos.
No entanto, a proposta parece desconectar-se da realidade. Se a carne vermelha está cara, mas é a preferida da família, será que as pessoas vão simplesmente parar de comprá-la? Ou terão que abrir mão de outros gastos para manter a alimentação desejada? A segunda opção é a mais provável – e isso reflete o aperto no orçamento de milhões de brasileiros.
Bens substitutos: uma solução limitada
Na teoria econômica, os bens substitutos são produtos que podem substituir outros sem grande perda de satisfação. Por exemplo, em vez de carne bovina, é possível optar por frango, ovos ou proteínas vegetais, como feijão e soja.
Embora essa troca possa aliviar temporariamente o bolso do consumidor, ela não resolve o problema estrutural. Se muita gente migrar para opções mais baratas, a demanda por esses produtos aumentará – e, consequentemente, seus preços também. Ou seja, a inflação continua pressionando o custo de vida.
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Por que os alimentos estão tão caros?
De acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a alta nos alimentos está relacionada à queda na oferta de produtos. Além disso, dados do IBGE mostram que o grupo “alimentos e bebidas” subiu 0,96% apenas em janeiro, impactando em 0,21 ponto percentual no IPCA.
Outros fatores agravantes incluem:
Aumento do dólar, que encarece importações e insumos.
Juros e taxas elevadas, que dificultam o crédito e o investimento na produção.
Falta de políticas eficientes para conter a inflação.
A crise de credibilidade do governo
As declarações do presidente, somadas à falta de medidas concretas, abalam a confiança no governo. Enquanto isso, a população sofre com a perda do poder de compra, tendo que lidar com preços exorbitantes em itens essenciais.
Países que mantêm um controle rígido das contas públicas, combatendo subsídios excessivos e a sonegação fiscal, costumam ter maior estabilidade econômica. No Brasil, porém, a sensação é de que o governo não priorizou o combate à inflação a tempo – e agora colhe os frutos dessa negligência.
O que pode ser feito?
Não adianta culpar o consumidor ou esperar que mudanças de hábitos resolvam um problema macroeconômico. O controle da inflação exige:
Políticas fiscais responsáveis.
Investimento em produção e logística.
Redução de custos burocráticos que encarecem os produtos em geral.
Enquanto medidas eficazes não forem tomadas, o brasileiro continuará sentindo no bolso o peso da alta dos preços.
E você, como está lidando com o aumento dos alimentos? Compartilhe sua experiência nos comentários!


Por João Victorino
João Victorino é administrador de empresas e especialista em finanças pessoais. Formado em Administração de Empresas e com MBA pela FIA - USP. Executivo em empresas multinacionais nas áreas de desenvolvimento de negócios, marketing e estratégia. Possui ampla experiência no empreendedorismo e hoje divide esses aprendizados. Para isso, o especialista criou e lidera o canal A hora do dinheiro , com conteúdo gratuito e uma linguagem simples, objetiva e inclusiva.