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Mês de conscientização sobre o autismo: impactos financeiros nas famílias

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Imagem: dreamstime - vetre-antanaviviute

Resumo – O que é o autismo? Como este transtorno pode impactar financeiramente as famílias?

 

Dia Mundial do Autismo

 

Desde 2008, o dia 02 de abril tem sido um momento de celebrar a luta pela conscientização sobre o autismo em todo o mundo.

A data, que pode simplesmente ser chamada de “Dia Mundial do Autismo”, foi criada pela Organização das Nações Unidas (ONU) com o objetivo de informar a população em geral sobre o que é esta condição.

Assim, neste dia, muitos países realizam várias atividades com a finalidade de conscientizar as pessoas sobre como lidar com o tema, derrubando preconceitos e tornando a sociedade um ambiente mais amigável às pessoas que apresentam este quadro.

 

O que é o autismo?

 

O autismo pertence a um grupo de condições do desenvolvimento , conhecido por transtornos do espectro autista (TEAs). Seus sinais aparecem principalmente na infância e tendem a permanecer na adolescência e fase adulta.

A identificação do transtorno é feita por um grupo multidisciplinar de profissionais de saúde. Essa identificação acontece pela avaliação global de comportamentos e formas de interação ou falta de interação, já que um percentual de quase 30% dos autistas são não-verbais (OMS).

Com relação ao nível intelectual da pessoa com autismo, ocorrem muitas variações: observamos desde pessoas com dificuldades profundas de entendimento até altas habilidades cognitivas.

 

Sintomas

 

Os especialistas costumam dividir o quadro clínico em três grupos principais:

Há indivíduos com ausência completa de qualquer contato interpessoal, incapacidade de aprender a falar, incidência de movimentos estereotipados e repetitivos, deficiência mental;

Em outros casos, o paciente é voltado para si mesmo, não estabelece contato visual com as pessoas nem com o ambiente; consegue falar, mas não usa a fala como ferramenta de comunicação (chega a repetir frases inteiras fora do contexto) e tem comprometimento da compreensão;

Ainda, existem quadros com maior domínio da linguagem, inteligência normal ou até superior, menor dificuldade de interação social que permite levar a vida próxima do normal.

 

Tratamentos

 

Assim que o diagnóstico é confirmado, a recomendação é que o tratamento seja realizado por uma equipe multidisciplinar.

Dessa forma, a intervenção de médicos, psicólogos, fonoaudiólogos, pedagogos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais e educadores físicos, dentre o trabalho de outros profissionais, pode ser benéfico para o desenvolvimento da pessoa com autismo.

Inclusive, a orientação e o treinamento destinado a pais e cuidadores torna-se imprescindível para a redução das dificuldades de comunicação e de comportamento social na vida das pessoas com TEAs.

Esses elementos podem certamente ter um impacto positivo no bem-estar e na qualidade de vida das pessoas com autismo e de suas famílias (e cuidadores).

Não existe cura para o TEA, mas os tratamentos existentes e o avanço da medicina têm gerado esperança nas famílias na redução dos impactos da condição na vida diária da pessoa, dos cuidadores e das famílias.

Veja o nosso último vídeo

Impactos financeiros do alto custo dos tratamentos

 

Justamente pelo fato de o tratamento demandar o apoio de profissionais das mais variadas áreas da saúde, o custo de um acompanhamento adequado pode ficar, muitas vezes, inviável para a maioria das pessoas que enfrentam este desafio.

Estimativas recentes mostram que o tratamento de uma pessoa com autismo pode aumentar os gastos familiares. Esses custos podem ir de R$ 3.000,00 a 30.000,00 por mês, dependendo do caso e quantidade de terapias e tipos de tratamentos e intervenções que são aplicadas.

Fica evidente, assim, a inviabilidade de se proporcionar tratamento adequado à maioria da população com TEA, visto que em 2022, mais de dois terços da população brasileira ocupada recebia até R$ 2.424,00 por mês, segundo dados do IBGE.

Infelizmente, a falta de iniciativa do poder público para mudar essa realidade poderá causar efeitos de grande impacto nas contas da previdência social, uma vez que um número maior de pessoas poderá depender financeiramente deste auxílio ao longo de suas vidas, dada a dificuldade de acesso ao mercado de trabalho (caso não receba o tratamento para desenvolver suas capacidades).

 

Propostas de mudanças deste cenário

 

Diante deste cenário de falta de disposição do poder público para colocar em prática iniciativas que busquem abordar essas questões, algumas medidas para melhorar este panorama  têm sido propostas por pessoas próximas ao tema, com o objetivo de tornar a convivência da pessoa com autismo na sociedade de forma mais humanizada, próspera e justa.

Dessa forma, considera-se que as propostas a seguir sejam uma forma de melhorar a qualidade de vida da pessoa com autismo, assim como a sua relação com a sociedade:

  • Oferecimento de ensino especializado em escolas públicas;
  • Política de saúde focada em diagnóstico especializado;
  • Garantia de tratamento pelo Estado e Planos de saúde;
  • Adaptação das leis trabalhistas para a pessoa com autismo no país.

 

Conheça os direitos de pessoas com TEA: atendimento prioritário em estabelecimentos comerciais

 

A sociedade precisa saber que o comportamento de uma pessoa com autismo é diferente daquele apresentado por uma pessoa que não tem nenhum distúrbio.

Por isso, é muito importante que haja paciência e abertura ao entendimento para que a inclusão ocorra da melhor forma possível.

Inclusive, ter isso em mente é crucial para entender que determinados benefícios concedidos a essa população (como atendimento prioritário em filas de estabelecimentos comerciais) não é uma “mordomia”, mas sim uma forma de garantir a melhor convivência para todos, uma vez que a espera em longas filas pode causar forte desconforto para pessoas com TEA.

Muitas cidades já têm aprovado essa medida em suas prefeituras e câmaras municipais, com base em Leis Federais. Caso o seu município ainda não tenha aprovado uma norma local, pode ser a hora de pressionar as autoridades responsáveis para avançar nessa pauta.

Por João Victorino

João Victorino é administrador de empresas e especialista em finanças pessoais. Formado em Administração de Empresas e com MBA pela FIA - USP. Executivo em empresas multinacionais nas áreas de desenvolvimento de negócios, marketing e estratégia. Possui ampla experiência no empreendedorismo e hoje divide esses aprendizados. Para isso, o especialista criou e lidera o canal A hora do dinheiro , com conteúdo gratuito e uma linguagem simples, objetiva e inclusiva.

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