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Investimentos em ações de empresas: uma abordagem defensiva

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Resumo – Veja o porquê de você considerar esta tática seriamente

 

Estratégia consagrada

 

Investir em ações de boas empresas e mantê-las pelo máximo de tempo que você puder,  reinvestindo seus dividendos e juros sobre capital próprio de maneira constante e persistente.

Essa é uma forma consagrada para obter ótimos resultados, já plenamente validada pelos maiores investidores, de dentro e de fora do Brasil.

O percentual do seu patrimônio que você investirá nessa classe de ativos deverá seguir o modelo de alocação por diversificação, também já bastante testado e aprovado.

 

Quais os melhores ativos para fazer a diversificação?

 

Os modos de diversificação passam por uma quantidade de ativos que inclui: Renda Fixa, Ações, Ativos de Imóveis e Caixa. 

Alguns especialistas divergem um pouco dessa alocação quanto à questão de caixa e, mais recentemente, passaram a recomendar a inclusão de ativos no exterior e criptomoedas nessa lista. 

Em relação a ativos no exterior, temos uma visão positiva. Já em relação a criptoativos, preferimos esperar um pouco mais. 

O assunto ainda suscita muitas dúvidas, e sua complexidade mais afasta o consumidor comum do que o aproxima (além do que, nos últimos dias, vê-se mais sobre o tema nas páginas policiais do que nas de economia). 

 

Então, como fazer a diversificação na prática?

 

Os percentuais a serem reservados para cada um desses investimentos – a chamada alocação – vai depender de alguns fatores como: 

  • Seu momento de vida,
  • Quais suas metas a alcançar no curto, médio e longo prazo,
  • Quando você deixará de produzir renda do trabalho atual, 
  • Do que você deseja deixar para sua família

São decisões muito importantes e têm impacto profundo na sua vida e da família. Tem que ser muito bem planejada e refletida. 

Se você não se acha preparado ainda para tratar desse tema sozinho, não hesite em buscar um profissional para ajudar. 

O mercado financeiro tem bastante gente capacitada para te ajudar.

Só como exemplo, uma alocação simples seria investir em três classes de ativos diferentes, de acordo com a faixa etária:

  • Entre os 25 e os 40 anos – 40% ações – 25% renda fixa e 25% imóveis , 10% ativos no exterior
  • Entre os 40 e  55 anos – 30% ações – 30 % renda fixa – 30% imóveis e 10% ativos no exterior
  • Acima de 55 anos – 25% ações – 35% renda fixa – 35% imóveis e 5 % ativos no exterior.

 

Gestão de carteira

 

Em relação a gestão das ações do portfólio, você pode ter duas abordagens distintas.

  • Ativa – ou também chamada Agressiva
  • Passiva – ou Defensiva

Na versão agressiva, temos uma abordagem em que o investidor escolhe as ações que desejar de maneira direta, sem intermediários. 

O próprio investidor cria sua tática, define seus critérios, faz análises, escolhe e compra e define quando vender ou quanto tempo manter cada uma  das empresas em seu portfólio.

Nessa modalidade de abordagem, os desafios ao investidor comum não são triviais e nem pequenos. 

O investidor precisa conhecer sobre balanços, sobre os mercados em que as empresas estão inseridas, quais os produtos e serviços que as empresas produzem e vendem, buscar investigar e conhecer o corpo executivo das empresas, e assim por diante.

 

Pessoas comuns conseguem fazer uma boa gestão de carteira?

 

As pessoas comuns têm capacidade de fazer isso, desde que se dediquem, e dedicação leva muito tempo. 

As pessoas, hoje em dia, não têm tempo nem para suas tarefas rotineiras, imagine dedicar tempo aos investimentos. 

Isso seria muito bom, mas é realmente possível? Você consegue? Ter essa consciência é muito importante. Não se iluda. 

Um ponto a destacar é que ações de empresas devem ser compradas por um preço que não seja muito caro. Isto é, se você pagar caro pela empresa, terá mais dificuldade em obter retornos satisfatórios. 

 

A margem de segurança

 

Pagar mais barato, com desconto (no jargão) será a sua margem de segurança. 

Os principais investidores do mundo, os mais competentes confirmaram essa abordagem como a mais segura. 

Um desses investidores mais famosos, inclusive, escreveu um livro muito famoso chamado “Margem de Segurança”, trata-se de Seth Klarman.

As equipes de análise de empresas dos fundos de ações tem inúmeros profissionais, com grande experiência no assunto, que se dedicam muito a essa tarefa. 

Profissionais formados nas melhores faculdades, muitos com pós-graduação, mestrado e até doutorado. 

 

A disputa entre gestores e os índices de referência

 

Mesmo assim, as estatísticas provam que, na grande maioria das vezes, os fundos de investimento em ações não conseguem entregar o resultado prometido. 

Ou seja, obter um desempenho que supere o seu alvo – na grande maioria das vezes: superar o índice Ibovespa, no caso de Fundos de Ações – não é algo muito frequente.

Dados da agência S&P Dow Jones nos mostram que, em um horizonte temporal de 10 anos, apenas 11,5% dos fundos ativos no Brasil conseguiram ter um desempenho superior ao índice de referência (benchmark) no mercado de ações.

Na renda fixa, o cenário é o mesmo: 12% dos fundos de gestão ativa que trabalham com títulos públicos não conseguem oferecer um rendimento maior que o CDI a seus clientes. 

E isso não ocorre apenas no Brasil. Em países como Estados Unidos, Japão, Chile, Canadá, entre outros, a média dos fundos de gestão ativa que conseguem bater o respectivo índice de referência fica sempre próximo de 10%, em um período de 10 anos.

 

A gestão passiva como alternativa

 

Para você ter um desempenho aceitável – já que esses fundos cobram taxa de administração e taxas de desempenho bastante salgadas – teria que escolher os fundos que têm desempenho superior, que são poucos e a cada ano podem mudar – e ainda tem o problema que muitos dos bons, não aceitam novos investidores…(explicamos o porque em outro texto).

Acompanhe os nomes dos fundos que tiveram os melhores resultados neste ano e nos anos passados e veja como mudaram ao longo do  tempo…

Bem, se escolher ações sozinho é muito difícil, trabalhoso e toma muito tempo, essa opção descartamos.

Aí temos os fundos de ações – que não conseguem entregar o resultado que prometem, são caros e não temos acesso… o que fazer ?

Tem uma opção que a cada dia ganha mais adeptos no Brasil e nos Estados Unidos já é uma indústria consolidada.

A indexação das ações, ou fundos de Índice. 

São fundos que replicam os índices e, portanto, estão no grupo que consegue um resultado melhor que 80% dos fundos profissionais. 

Sem grandes custos, de maneira defensiva e sem muita chateação.

Você continua focado no seu trabalho, cuidando da sua família e de você, respeitando seu tempo pessoal, estudando e fazendo exercício físico e seu dinheiro vai seguir como está indo o mercado.

 

E agora vamos ao back-test – o que é isso ?

 

Qual é o efetivo desempenho de um fundo índice no Brasil?

Vamos usar o mais famoso deles o BOVA11:

O BOVA11 é negociado na B3 como se fosse uma ação simples, o que acrescenta uma vantagem em termos de facilidade de investir.

Sua rentabilidade tem acompanhado a do índice Ibovespa. Veja.

Elaboração: ahoradodinheiro. Fontes: B3, tradingview

Para termos ideia, quem investir R$ 10.000,00 na criação do fundo de índice, em novembro de 2008, teria, em fevereiro de 2023,  mais de R$ 28.900,00.

Importante: Lembramos, mais uma vez, que rentabilidade passada não é garantia de rentabilidade futura.

 

Os fundos índice tem mais algumas vantagens 

 

Transparência – você sabe exatamente qual o portfólio, por conta do fato de que o índice é público, divulgado pela B3 a cada 4 meses baseado no percentual de contribuição de cada ação para o índice.

Nesse fundo, você não precisa se preocupar em reinvestir os dividendos, já que isso é realizado automaticamente.

 

Agora vamos a desvantagens 

 

São poucas: caso você deseje ter acesso aos dividendos, terá que vender parte do fundo, já que este não os distribui (como já descrito acima).

Então, se você gostaria de receber pagamentos recorrentes de dividendos, talvez não seja esse o melhor investimento para você.

Investidores que são referência no mundo das finanças recomendam esse tipo de investimento ao cidadão comum. 

Escolha o índice, coloque os investimentos ou programe-se para fazer automaticamente e não fique olhando todos os dias para o resultado, verifique apenas de 6 em 6 meses.

 

E porque não existe muita indicação desse investimento se ele é tão bom?

 

É porque ele é bom para você investidor, e ruim para os agentes do mercado. 

Como as taxas de administração são muito baixas, não sobra muito para pagar comissões, rebates , etc…

Lembre-se  – o bom negócio não te procura, você que tem que achá-lo.

 

Atenção: Isso não é recomendação de investimento e sim material de educação financeira e opinião pessoal

Por João Victorino

João Victorino é administrador de empresas e especialista em finanças pessoais. Formado em Administração de Empresas e com MBA pela FIA - USP. Executivo em empresas multinacionais nas áreas de desenvolvimento de negócios, marketing e estratégia. Possui ampla experiência no empreendedorismo e hoje divide esses aprendizados. Para isso, o especialista criou e lidera o canal A hora do dinheiro , com conteúdo gratuito e uma linguagem simples, objetiva e inclusiva.

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