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Resumo – O que são títulos verdes e como eles funcionam na prática?
Vimos aqui o que são os critérios ESG para as empresas que buscam ser responsáveis do ponto de vista ambiental, social e de governança.
Hoje, nos aprofundamos um pouco mais nessa temática para entendermos o que são e como funcionam os chamados títulos verdes. Vamos lá!
A origem do termo ESG
Em 2005, o Banco Mundial, em colaboração com o Pacto Global da Organização das Nações Unidas e instituições financeiras de nove países, incluindo o Brasil, lançou o relatório Who Cares Wins, que significa “Quem se importa vence”.
Esse relatório, originado a partir de um desafio lançado por Kofi Annan, então secretário-geral da ONU, a 50 CEOs de grandes instituições financeiras mundiais, abordava a integração dos fatores ESG nos mercados de capitais.
A partir desse marco, o termo ESG começou a ganhar crescente reconhecimento.
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O surgimento dos títulos verdes
Em um cenário onde a sustentabilidade é uma preocupação crescente, os títulos verdes têm ganhado destaque como uma ferramenta financeira interessante para impulsionar investimentos em projetos e iniciativas ambientalmente responsáveis.
Mas o que exatamente são títulos verdes e como eles funcionam?
Originários de fora do Brasil, os primeiros títulos verdes do mundo foram emitidos entre 2007 e 2008, inicialmente pelo Banco Europeu de Investimento e, posteriormente, pelo Banco Mundial.
Desde então, essa modalidade tem experimentado um crescimento constante no mercado, particularmente em países emergentes e ricos em recursos naturais, como é o caso do Brasil.
Exemplos incluem projetos relacionados à implementação de fontes de energia renovável, gestão sustentável de resíduos, iniciativas florestais e medidas de eficiência energética, entre outras atividades benéficas para o meio ambiente.
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Funcionamento dos títulos verdes
Os títulos verdes têm sua origem na necessidade de financiar projetos que tenham impacto positivo no meio ambiente. Esses títulos são emitidos por entidades governamentais, empresas ou instituições financeiras.
O objetivo de sua criação é levantar capital para investimentos em energias renováveis, eficiência energética, transporte sustentável, entre outros projetos e atividades que promovam a transição para uma economia de baixo carbono e mais sustentável.
O funcionamento dos títulos verdes é semelhante ao de outros títulos de dívida. Os recursos levantados através da emissão dos títulos são direcionados para projetos pré-determinados que atendam aos critérios de sustentabilidade estabelecidos.
Os investidores, por sua vez, recebem retornos financeiros na forma de juros ou pagamentos periódicos, enquanto contribuem para iniciativas que promovem o bem-estar ambiental.
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Incentivos para o atingimento de metas
Existem modalidades de títulos verdes e financiamentos que usam incentivos para que as empresas atinjam suas metas. Isso ocorre no sentido de as instituições financeiras concederem a possibilidade de desconto nas taxas de juros caso as companhias cumpram as exigências e atinjam as metas ESG pactuadas.
Seguir estes critérios, inclusive, pode ser o diferencial na hora de conseguir a aprovação de crédito com as instituições do mercado, que são cada vez mais exigentes quanto ao comprometimento quanto à descarbonização da economia.
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Desafios e Aceitação Prática
Apesar de seu potencial para impulsionar investimentos em sustentabilidade, os títulos verdes enfrentam desafios significativos em sua aplicação e aceitação prática. Um dos principais desafios é a definição e padronização dos critérios de sustentabilidade.
É essencial estabelecer diretrizes claras que garantam a integridade ambiental dos projetos financiados pelos títulos verdes e proporcionem transparência aos investidores.
Além disso, há questões relacionadas à mensuração do impacto ambiental dos projetos financiados pelos títulos verdes. É fundamental desenvolver metodologias robustas de avaliação de impacto que permitam acompanhar e comunicar de forma precisa os benefícios ambientais gerados pelos investimentos.
A aceitação prática dos títulos verdes também depende da disponibilidade de dados e informações confiáveis sobre o desempenho ambiental dos projetos.
Investidores e stakeholders (outras partes interessadas) estão cada vez mais exigentes em relação à transparência e prestação de contas, o que destaca a importância da divulgação de relatórios e métricas de sustentabilidade claros e acessíveis.
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Iniciativas Atuais
Apesar dos desafios, há uma série de iniciativas atuais que visam impulsionar o mercado de títulos verdes e fortalecer seu papel na transição para uma economia mais sustentável.
Uma delas é o desenvolvimento de diretrizes e padrões de certificação para títulos verdes, como os Green Bond Principles e os Climate Bonds Standards, que fornecem orientações e garantias aos emissores e investidores.
Além disso, há um crescente interesse por parte de empresas e governos em emitir títulos verdes como parte de suas estratégias de financiamento e responsabilidade ambiental.
A demanda por títulos verdes está em alta, impulsionada pelo crescente reconhecimento dos riscos e oportunidades associados às mudanças climáticas e pela necessidade de acelerar a transição para uma economia de baixo carbono.
Em suma, os títulos verdes representam uma ferramenta poderosa para mobilizar recursos financeiros em prol da sustentabilidade, mas seu sucesso depende da superação de desafios significativos e do compromisso contínuo de todos os envolvidos em impulsionar investimentos ambientalmente responsáveis.
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Fontes
ONU
Banco Mundial
Por João Victorino
João Victorino é administrador de empresas e especialista em finanças pessoais. Formado em Administração de Empresas e com MBA pela FIA - USP. Executivo em empresas multinacionais nas áreas de desenvolvimento de negócios, marketing e estratégia. Possui ampla experiência no empreendedorismo e hoje divide esses aprendizados. Para isso, o especialista criou e lidera o canal A hora do dinheiro , com conteúdo gratuito e uma linguagem simples, objetiva e inclusiva.
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